Such Hawks Such Hounds (Full Documentary)
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0:14 - 0:17"Os Três Corvos"
Canção Popular -
0:17 - 0:21Lá ao longe num campo verde
Está um cavaleiro morto debaixo do seu escudo -
0:21 - 0:24Os seus cães estão deitados a seus pés
Para guardar o seu dono -
0:24 - 0:27Os seus falcões voam tão avidamente
Que ninguém ousa chegar perto -
0:28 - 0:31Podem dizer que a música é pesada
pela maneira como soa. -
0:31 - 0:38Mas, para mim, vem da experiência
das pessoas que a fazem. -
0:38 - 0:39Isso é o que a faz pesada.
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0:39 - 0:43Eu prefiro estar pedrado
ou morrer do que viver. -
0:43 - 0:44Esse tipo de coisa.
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0:44 - 0:48
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0:48 - 0:52E pode ser a coisa mais pesada do mundo.
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0:52 - 0:56Heavy tem a ver com estar zangado
e ser um guerreiro. -
0:56 - 1:02É como se estivesses numa batalha,
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1:02 - 1:06tivesses um machado e degolasses alguém.
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1:06 - 1:09E tens um riff que toca da mesma maneira.
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1:09 - 1:09Isso é Heavy.
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1:18 - 1:22Quando os Beatles vieram à América
tinham uns amplificadores minúsculos -
1:22 - 1:24e não se conseguia ouvir nada
para além de raparigas a gritar. -
1:24 - 1:28Isso mudou quando a Marshall,
Laney e Orange -
1:28 - 1:32começaram a fazer estes amplificadores
gigantes de alta potência, -
1:32 - 1:35que de repente calaram o público.
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1:36 - 1:38Uma grande parte da música
Hard Rock do início -
1:38 - 1:42está só a tentar perceber o que fazer
com toda esta distorção e volume. -
1:46 - 1:52Há coisas que podes fazer com um tom limpo
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1:52 - 1:55que são tão maléficas e obscuras
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1:55 - 2:00que fazem os Black Sabbath
parecer Peggy Lee. -
2:04 - 2:11Levou tempo para perceber
como fugir dessa ideia -
2:12 - 2:14de estar só a abanar a cabeça
com cornos de diabo -
2:14 - 2:16que na música Heavy Rock
estávamos a fazer cenas estranhas. -
2:16 - 2:18Então como é que vamos fazer este som?
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2:18 - 2:21Como é que podemos pô-lo num
armário, num espaço pequeno? -
2:22 - 2:26Vamos pô-lo num caixão, ver que
tipo de performance vocal conseguimos -
2:26 - 2:28e que tipo de tom podemos tirar daqui.
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2:31 - 2:34A quinta bemol é muito mais pesada do que...
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2:44 - 2:45Sabem o quero dizer?
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2:49 - 2:55É terra a terra, é muitas vezes crua e é real.
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2:56 - 2:59E quando ficas mesmo tecnicamente profissional
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2:59 - 3:03isso suga a alma ao Rock & Roll.
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3:05 - 3:07Quando alguém tem mesmo algo para dizer
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3:07 - 3:10e eu não digo, necessariamente,
de forma verbal, mas emocionalmente. -
3:10 - 3:13Sai da música e acerta-nos em cheio.
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3:22 - 3:25Isso é que é música Heavy para mim.
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3:25 - 3:27Não tem de necessariamente
ser só guitarras barulhentas, -
3:28 - 3:29apesar de eu adorar guitarras barulhentas.
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3:38 - 3:41OS BARES NÃO QUERIAM
QUE TOCÁSSEMOS LÁ -
3:42 - 3:45Parece que Heavy
e a expressão moderna -
3:45 - 3:50é sempre algo que envolve
distorção e volume alto. -
3:51 - 3:55Uma espécie de referência
às primeiras bandas Heavy. -
3:55 - 3:55Como os Black Sabbath,
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3:57 - 3:58Blue Cheer e Led Zeppelin.
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4:06 - 4:09Toda a experiência de crescimento
no início dos anos setenta -
4:09 - 4:15foi muito tensa e teve muitos problemas
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4:15 - 4:17que a indústria de entertenimento
não mencionava. -
4:17 - 4:20E definitivamente nem a indústria
da música Pop. -
4:22 - 4:25Eu adorava voltar aos anos
setenta e revivê-lo -
4:25 - 4:28porque tinhas os Black Sabbath
no seu auge, -
4:28 - 4:30tinhas os Captain Beyond
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4:31 - 4:32tinhas os Deep Purple no Rock
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4:32 - 4:34tinhas os Mountain, os Grand Funk
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4:34 - 4:35tinhas os The Stooges
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4:35 - 4:39tinhas Atomic Rooster, Dust,
Groundhogs, Stray. -
4:39 - 4:40Todas estas bandas incríveis.
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4:42 - 4:45Desde 1972 que tem piorado.
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4:45 - 4:48Sim, desde que o Volume 4 foi lançado.
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4:49 - 4:52Os Sabbath...
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4:52 - 4:54ponto de discussão desnecessário.
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4:57 - 4:59Eu costumo referir os Hawkwind
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4:59 - 5:02porque eles foram uma grande
influência para mim nessa altura. -
5:02 - 5:04Durante a altura dos Green River,
eu descobri os Hawkwind. -
5:07 - 5:08E tenho estado apaixonado
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5:08 - 5:12pelos primeiros quatro ou cinco
álbuns desde essa altura. -
5:12 - 5:16Mountain, Zeppelin, Free.
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5:16 - 5:18Como todos os miúdos da nossa idade, os Kiss.
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5:18 - 5:20Nós tínhamos todos os álbuns
dos The Dictators. -
5:20 - 5:23James Gang, Joe Walsh
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5:23 - 5:23Neil Young
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5:24 - 5:25Leaf Hound
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5:26 - 5:27Mahavishnu Orchestra
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5:27 - 5:29Giant, Crimson
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5:30 - 5:33Alice Cooper foi o primeiro
bom álbum que comprei. -
5:33 - 5:36Claro que gosto dos Sabbath,
isso é o óbvio. -
5:36 - 5:39Eles conhecem os Sabbath e isso é óptimo,
mas os Sabbath estão batidos. -
5:39 - 5:42Muitas das bandas que eu
e o Bobby gostávamos -
5:42 - 5:46são o que eu chamo, bandas
de categoria B ou C, como -
5:46 - 5:48Dust ou Baltimore.
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5:48 - 5:52Sir Lord Baltimore, eu não conhecia estas
bandas até há poucos anos quando as ouvi -
5:52 - 5:54e parti-me a rir porque é mesmo excessivo.
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5:56 - 5:57Pões este álbuns a tocar
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5:57 - 6:01e pensas: "Isto não é
Steely Dan" -
6:01 - 6:04mas não é Barracuda,
não é Supertramp. -
6:04 - 6:07De certa forma, os Black Sabbath
nunca passavam na rádio, -
6:08 - 6:11mas as pessoas iam a concertos.
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6:11 - 6:15E acho que era por isso que havia mais dinheiro
para essas bandas que iam em tour. -
6:16 - 6:20E podem ficar conhecidos, receber o disco de
platina sem nunca estarem na rádio. -
6:21 - 6:25Nos anos 70 havia muito mais
Hard Rock regional. -
6:25 - 6:28Havia bandas como os Pentagram
em Washinton D.C. -
6:28 - 6:30que não faziam parte do sistema
de grandes gravadoras. -
6:32 - 6:36Pentagram foi formada no fim de 1971.
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6:36 - 6:38O Bobby foi o primeiro.
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6:40 - 6:42Posso já dizer-vos isso.
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6:42 - 6:45Bobby Liebling foi o primeiro.
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6:50 - 6:53Literalmente, uma noite, eu e o Bobby
estávamos sentados em casa de um amigo -
6:54 - 6:57a ficar pedrado, como de costume,
praticamente todas as noites -
6:58 - 7:03e dissemos, porque não criamos uma banda
que é exactamente aquilo que queremos fazer? -
7:08 - 7:11Durante o tempo em que estive
na banda, de 1971 a 1976, -
7:11 - 7:13eu diria que éramos uma banda de Hard Rock.
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7:13 - 7:17talvez uma banda de Heavy Hard Rock,
mas não éramos uma banda de Heavy Metal. -
7:18 - 7:23Não queríamos tocar em discotecas,
porque as discotecas não nos queriam a tocar lá. -
7:23 - 7:25Porque nós não fazíamos covers.
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7:27 - 7:31Se ouvirem as canções do Bobby,
elas eram criativas, incrivelmente inventivas -
7:31 - 7:34
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7:34 - 7:36compassos estranhos e assim.
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7:36 - 7:40Mas as editoras diziam
que não era certo para a rádio, -
7:40 - 7:42não conseguimos vender isto,
não conseguimos ouvir um single. -
7:49 - 7:53Nós só queríamos gravar o nosso
próprio material e lançá-lo. -
7:53 - 7:56Por isso nós tínhamos vários managers
-
7:56 - 7:58que se mantiveram ao nosso lado
por vários períodos de tempo. -
7:58 - 8:01Que nos levavam aos estúdios,
pagavam pelas sessões -
8:01 - 8:05e tentavam arranjar-nos um
contracto de gravação. -
8:06 - 8:08E falharam todas as vezes.
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8:12 - 8:16A Columbia Records queria o Bobby
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8:17 - 8:24e o Bobby conseguiu uma grande audição
em Nova Iorque num grande estúdio. -
8:24 - 8:30Essa foi a última gota de água
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8:30 - 8:33porque, basicamente, o Bobby arruinou o nosso
contrato de gravação com a Columbia Records. -
8:36 - 8:40Nós queríamos melhorar a nossa prestação,
mas o homem que estava a pagar pela nossa sessão, -
8:40 - 8:44a Colombia Records, disse não se preocupem
e esse devia ser o fim da discussão. -
8:44 - 8:50E o Bobby queria fazer à maneira dele e aí têm,
esse foi o fim da Columbia Records. -
8:56 - 8:59O problema foram as drogas
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9:00 - 9:03e o Bobby ficou com uma má reputação.
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9:03 - 9:11O Bobby esteve sempre a um passo de se
tornar uma estrela de Rock lendária. -
9:14 - 9:16Eu não conhecia os Pentagram da
primeira vez que eles apareceram. -
9:16 - 9:18Eu acho que os álbuns deles eram
quase impossíveis de encontrar. -
9:18 - 9:23E não ouvi sequer falar dos Pentagram até
os álbuns começarem a ser reeditados. -
9:23 - 9:26Bobby tinha este material e, acreditem
ou não, mesmo nessa altura -
9:26 - 9:32apesar de serem de 8 pistas, às vezes 4,
tinham imensa qualidade. -
9:39 - 9:40O Bobby conseguiu um
contrato com a Relapse -
9:40 - 9:45e eles queriam criar uma compilação com
muitas das nossas demos dos anos setenta. -
9:45 - 9:47As demos que tínhamos gravado em
estúdio com os vários managers. -
9:57 - 9:59Eu adorava o material dos Pentagram
dos anos oitenta e noventa -
10:00 - 10:04e estou mesmo orgulhoso do Bobby
por ter continuado a banda todos esses anos -
10:04 - 10:07porque se ele não tivesse continuado a banda
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10:07 - 10:08não estariam a falar comigo neste momento.
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10:15 - 10:17A constituição original dos
Pentagram desfez-se em 1976. -
10:17 - 10:21Geof O'Keefe e o guitarrista dos Pentagram
Randy Palmer continuam o projecto Bedemon, -
10:21 - 10:22que começou em 1973.
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10:23 - 10:27Bobby Liebling e novos membros lançaram
álbuns Pentagram, recentemente em 2004. -
11:02 - 11:06Nós temos uma estrutura base,
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11:06 - 11:10temos o esqueleto mas há tanto por preencher,
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11:10 - 11:15essas partes duram cerca
de cinco a dez minutos -
11:15 - 11:19e depois improvisamos por
vinte minutos e é sempre diferente. -
11:35 - 11:37Existe sempre uma interação
entre nós enquanto tocamos. -
11:38 - 11:42Eu costumo chamar-lhe o aceno cósmico.
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11:47 - 11:53Eu acho que é uma coisa muito espiritual
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11:53 - 11:58especialmente para nós quando
tocamos durante muito tempo. -
11:58 - 12:04Dessa maneira conseguimos manter
uma nota durante cinco minutos. -
12:04 - 12:07Entregas-te a ela
-
12:07 - 12:08e isso dá-te tempo para pensar.
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12:11 - 12:14Para explorar o que vai na tua mente
quando te entregas ao momento. -
12:35 - 12:40Nós falámos sobre isso e pensámos
se deveríamos escrever canções -
12:40 - 12:42ou arranjar um vocalista.
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12:44 - 12:46E concluímos que gostavamos de como estava.
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15:08 - 15:11O Metal nos anos oitenta
tornou-se numa fórmula. -
15:11 - 15:14Só têm de olhar para o álbum
Turbo dos Judas Priest -
15:15 - 15:20e compará-lo com os Stain Glass ou Sin After Sin
e percebem o que aconteceu à música -
15:20 - 15:21nos anos oitenta.
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15:21 - 15:25A primeira fase do Hard Rock Psicadélico
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15:25 - 15:28acabou quando a droga de eleição
tornou-se a cocaína. -
15:29 - 15:32Todos os aspectos negativos
da gravação em estúdio -
15:32 - 15:39são amplificados pelo uso de cocaína
pelos engenheiros, produtores, músicos -
15:39 - 15:44Havia música com base fórmulas
e produção em estúdio, -
15:45 - 15:47e depois havia uma onda
"underground" estranha. -
15:51 - 15:51Talvez os Venom,
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15:51 - 15:55os Metallica andavam
entre o estilo Punk e Metal. -
15:55 - 16:01Eu não me identificava com a onda
do Ozzy Osbourne, Judas Priest. -
16:01 - 16:03Não havia Punks a ir a concertos de Metal
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16:03 - 16:05e fãs de Metal a ir a concertos Punk.
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16:06 - 16:09E depois durante 1984 ou 1985
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16:09 - 16:11essa linha de separação ficou menos nítida.
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16:11 - 16:14Houve mesmo um momento decisivo
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16:14 - 16:18quando The Obsessed foram aceites
pela comunidade Punk. -
16:18 - 16:21E isso acontecia quando, por exemplo,
estávamos a tocar num pequeno bar -
16:21 - 16:22e o P.A deixou de funcionar.
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16:23 - 16:26e em vez de pararmos
tocámos o set inteiro sem o P.A. -
16:26 - 16:29A gritar, a tocar com o dobro da velocidade.
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16:30 - 16:33Depois disso, o Sam disse "Ok, vou vomitar".
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16:36 - 16:38Eu acho que as bandas
Hardcore de D.C. -
16:38 - 16:40foram o que me despertou interesse
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16:40 - 16:44em bandas como Spring, Void.
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16:45 - 16:53Alguém me disse: "Se queres ouvir algo rápido,
ouve D.R.I e C.O.C." -
16:53 - 16:57e outras bandas Hardcore do
início dos anos oitenta. -
16:57 - 16:59A primeira vez que vimos os Melvins
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17:00 - 17:03compreendi que uma banda
podia esvaziar uma sala -
17:03 - 17:08ou mudar completamente
a vida de uma pessoa -
17:08 - 17:10rapido, rapido, rapido,
e depois os Melvins apareceram -
17:10 - 17:12e nós achamos muito fixe
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17:12 - 17:16Motorhead deveria ter tido mais crédito.
Eu digo isto, porque -
17:16 - 17:19eles foram a primeira banda
híbrida de punk metal -
17:19 - 17:22Trouble foram um exemplo perfeito,
os St. Vitus foram um exemplo perfeito. -
17:25 - 17:30Até os Black Flag eram. Mas eram tão populares que os fãs estavam dispostos a irem à mesma,
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17:30 - 17:31para houvir músicas do My War.
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17:31 - 17:36Os Black Flag tocaram
no deserto, -
17:36 - 17:47provavelmente em 1981.
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17:47 - 17:54O deserto, mesmo agora,
mas mais há 15, 20 anos atrás -
17:54 - 17:58era inicialmente uma comunidade
de reformados. -
17:58 - 18:04É como um aspirador
de cultura musical -
18:04 - 18:07Ninguém se questionava
se iria para LA -
18:07 - 18:08Eu nunca fui para L.A.
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18:08 - 18:11Se eu fosse para Palm Springs,
era um grande acontecimento. -
18:11 - 18:15Não havia nenhuma loja de discos, a vender Maximum Rock'n'roll ou Flip Side
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18:15 - 18:17O deserto era tudo
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18:17 - 18:20e não era algo que nós
celebrassemos -
18:20 - 18:24como se celebraria se fosse hoje.
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18:24 - 18:27O deserto é um sitio para os recém-casados
e para os quase mortos. -
18:27 - 18:30É mesmo esse tipo de lugar.
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18:36 - 18:39As bandas de punk rock
iam chegando -
18:39 - 18:41que se estavam a formar.
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18:41 - 18:44As primeiras foram os Dead Issue
-
18:44 - 18:46e os Skabies Babies.
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18:46 - 18:50Havia uma banda chamada Dead Issue,
da qual eu fazia parte -
18:50 - 18:53que se tornou Across the River
com o Marlow Raollali -
18:53 - 18:56Alfredo Hernández, também
fazia parte da banda -
18:56 - 18:59Ele tocou nos Kyuss por uns tempos
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18:59 - 19:00Queens of the Stone Age
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19:00 - 19:02Haviam mais algumas pessoas,
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19:02 - 19:05mas eu diria que
-
19:05 - 19:10o núcleo inicial, como Across the River
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19:10 - 19:13eles foram aqueles que
eu me recordo mais vivamente -
19:13 - 19:14eles foram um momento de mudança
-
19:16 - 19:19O pessoal da SST eram
os nossos ídolos, -
19:19 - 19:25Black Flag, Meat Puppets,
Minutemen, October Faction -
19:26 - 19:27Aqui há pimentos
-
19:30 - 19:33algum tipo de Pimentão Banana
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19:33 - 19:36estes são pimentões Thay Dragon
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19:36 - 19:42quando ficam vermelhos
ficam mesmo muito picantes -
19:42 - 19:45O que é doom?
-
19:45 - 19:51Primeiro a minha percepção
do estilo de música -
19:51 - 19:54que nós queremos chamar doom.
-
19:54 - 20:00É como eu disse antes,
é como um intestino. -
20:00 - 20:08É um puxão real,
visceral, emocional. -
20:10 - 20:12Algo que te fará chorar.
-
20:18 - 20:23Quando pensei e comecei a
dizer concretamente -
20:23 - 20:25"estou numa banda de doom"
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20:25 - 20:26foi definitivamente com Saint Vitus.
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20:27 - 20:28Tivemos alguns
concertos com Saint Vitus -
20:28 - 20:31quando tinham o antigo
vocalista, o Scott Reagers -
20:34 - 20:37Depois eles arranjaram outro tipo,
o Wino -
20:39 - 20:42o primeiro concerto dele foi
no meu 21º aniversário, em 1986 -
20:43 - 20:45num centro comunitário
em Palm Desert -
20:47 - 20:49os D.R.I, Saint Vitus,
e Across the River -
20:52 - 20:56Sempre pareceu que os Across the River
eram algo de especial -
21:10 - 21:16Temos álbuns desde
os Mountain a Black Sabbath -
21:17 - 21:19os primeiros dos Mettalica
-
21:20 - 21:21todo o tipo de coisas
-
21:22 - 21:26Estávamos a misturar isso com
o sentimento que vinha do punk rock. -
21:26 - 21:30As colunas a derreter à tua frente,
-
21:30 - 21:34adoro esse som, então
voltamos atrás e em vez de... -
21:37 - 21:42Era mais lento, mais calmo,
volume, saturação, blues. -
21:49 - 21:53Eles alienaram-se...
-
21:53 - 22:02desse jogo de ritmos rápidos, e abusar nos riffs,
toda a cena do punk metal -
22:02 - 22:05Eles passaram isso à frente,
diretamente para o rock. -
22:06 - 22:08Ninguém estava a fazer o mesmo.
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22:13 - 22:17No fim de Across the River, os
Soundgarden estavam a começar -
22:17 - 22:19a atrair multidões em Seattle.
-
22:19 - 22:21E eles eram mesmo parte dos SST
-
22:21 - 22:25O mesmo tipo de coisa que se estava a
desenvolver lá, estava a desenvolver-se cá. -
22:25 - 22:28Toda a gente me conhecia como
o vocalista de Saint Vitus -
22:28 - 22:30mas ninguém sabia
que eu tocava guitarra. -
22:30 - 22:34Houve uma situação engraçada,
-
22:34 - 22:38acho que foi o Scott Mars
da banda Across the River, -
22:39 - 22:43Improvisámos numa festa perto
de Ventura, junto à praia, -
22:43 - 22:45eu estava a tocar bateria,
ele estava a tocar guitarra, -
22:46 - 22:49eu não sabia que ele tocava,
o Mario Lalli estava a tocar baixo -
22:51 - 22:54Fizemos este improviso louco
e depois foi tipo, -
22:54 - 22:56"Temos de formar uma banda
um dia destes" -
22:58 - 23:04Apanhei o Scott e concordamos
formar The Obsessed -
23:05 - 23:08Foi o que fizemos, era eu,
o Scott Reeder e o Greg Rogers -
23:08 - 23:11Depois de alguns problemas
aqui e ali, -
23:13 - 23:14o Scott Reeder saiu para
se juntar aos Kyuss -
23:15 - 23:18foi basicamente quando
os Kyuss se popularizaram. -
23:29 - 23:32Eles eram a única banda
em tourné no deserto -
23:36 - 23:43Foram eles que começaram
a perpetuar o nosso universo lá fora. -
23:44 - 23:50Se houvesse uma espécie de
molde para o desert rock, seriam eles. -
23:50 - 23:54Tipos como o Mario Lalli e Kyuss
deram o passo seguinte ao... -
23:54 - 23:57Não apenas ao dizer,
-
23:58 - 24:00"Somos do deserto por isso se calhar
não sabemos o que é fixe noutros sítios" -
24:01 - 24:03mas em vez disso eles
levaram isso a sério e disseram -
24:03 - 24:05Não só vamos rejeitar o que é fixe,
-
24:05 - 24:09como vamos rejeitar as massas ao
mesmo tempo, vamos rejeitar tudo. -
24:09 - 24:13Detesto dizê-lo, mas a maioria
começou a fumar erva. -
24:15 - 24:16Levas um grupo de miudos
-
24:16 - 24:23a explorar música agressiva,
ainda por cima punk hardcore -
24:24 - 24:28e eles começam a fumar,
coisas interessantes acabam por acontecer. -
24:28 - 24:30Isso é música interessante.
-
24:44 - 24:48O que aconteceu com os
The Obsessed foi seguir para o thrash -
24:48 - 24:51os Slayer e esse tipo de música
tinham uma dimensão muito grande -
24:55 - 24:58Foi isso que os anos 80 se tornaram
-
24:58 - 25:00ou eras uma banda de glam metal
-
25:01 - 25:04ou eras uma banda de thrash metal
-
25:05 - 25:07Se alguém merecia ser uma
estrela de rock, era aquele tipo. -
25:15 - 25:16Isto é o paraíso.
-
25:17 - 25:19Estás destinado a ser o
perdedor, não há saída. -
25:19 - 25:21Tens simplesmente de estar lá.
-
25:22 - 25:25As pessoas vão gostar
de ti porque ficaste dessa maneira, -
25:26 - 25:29manténs-te firme, e nunca
páras de tocar aquilo que tocas. -
25:30 - 25:33Com Guy Pinhas no baixo,
os The Obsessed lançaram -
25:33 - 25:36"The Church Within", na
Columbia Records, em 1994. -
25:36 - 25:40Quando a Columbia lhes pediu
uma audição para se manterem -
25:40 - 25:43na editora, eles acabaram.
Desde então o Wino tem estado -
25:43 - 25:45com os Spirit Caravan
e The Hidden Hand. -
25:46 - 25:48Os Kyuss acabaram em 1995.
O guitarrista Josh Homme -
25:49 - 25:52e o baterista Alfredo Hernandez
formaram os Queens of Stone Age -
25:52 - 25:54com o baixista original dos Kyuss,
Nick Oliveri. -
25:55 - 25:58O Scoot Reeder tocou em Goatsnake
e Unida e foi convidado para -
25:59 - 26:01uma audição com os Metallica.
Actualmente é produtor e artista a solo. -
26:19 - 26:21Formámos os Comets em 1999
-
26:21 - 26:25o Ben Flashman e eu formamos
o grupo em Santa Cruz, Califórnia -
26:27 - 26:29Nós estávamos na onda
do anthemic rock -
26:30 - 26:32Grand Funk e algum punk rock.
-
26:32 - 26:34Alguns velhos favoritos
e coisas desse género -
26:35 - 26:39Estávamos a começar
a experimentar mais. -
26:40 - 26:46Como Free Jazz, Coltrane...
-
26:46 - 26:51Não é só um sintetizador
que faz sons engraçados -
26:51 - 26:55Não, é de efeitos.
-
26:56 - 26:59Então podes pôr o efeito
do sintetizador no teu... -
27:13 - 27:18A nossa missão original era tentar
juntar aquelas duas coisas diferentes -
27:18 - 27:20que normalmente não
ficam bem juntas. -
27:20 - 27:25Definitivamente tornámos isto em
algo mais que um som psicadélico. -
27:25 - 27:32Tentámos fazer mais do
que um tributo ou stoner rock. -
27:33 - 27:36Se somos uma banda
psicadélica? Sim! -
29:49 - 29:54No tempo dos Kuyss o termo
stoner rock não existia -
29:54 - 30:00era "seguidor de Metal",
que era meio ofensivo para nós -
30:00 - 30:06Para ser honesto nunca me preocupei
com classificações pessoais como essas. -
30:10 - 30:14Se as pessoas perguntassem que
tipo de banda eram os Goatsnake -
30:14 - 30:16eu diria simplesmente que
é uma banda de rock pesado -
30:16 - 30:18Não podiam chamar grunge
Não podiam chamar metal -
30:18 - 30:22Não podiam chamar punk,
por isso tinham de inventar um nome -
30:23 - 30:25Hoje em dia
é só hard rock normal. -
30:25 - 30:29O termo stoner rock é um entrave
para aqueles que não ficam pedrados, -
30:29 - 30:33porque funciona como uma desculpa
para desprezarem a música -
30:41 - 30:43Hoje em dia, quando dizes stoner rock
sabes exactamente o que isso significa, -
30:43 - 30:47são guitarras com distorção,
riffs gigantescos, -
30:47 - 30:50é melódico, até certo ponto.
-
30:51 - 30:54Mas ecoa o rock clássico.
-
30:54 - 30:56Sempre disse que stoner
rock é só grunge, -
30:56 - 30:59e realmente ambos são a
continuação do rock dos anos 70. -
31:07 - 31:16Monster Magnet abriu para os Kyuss.
Estávamos a fazer algo entre 93 e 94, -
31:17 - 31:25afastado do grunge, era mais sombrio,
mais pesado e estranho. -
31:26 - 31:28Mas quando estavamos a ficar conhecidos
as bandas estavam a mudar. -
31:28 - 31:30Os Nebula estavam a mudar,
-
31:30 - 31:31os Queens of the Stone Age
estavam a mudar, -
31:32 - 31:34e continuavam a tentar
chamá-lo de stoner rock. -
31:34 - 31:37Há toda a questão da
revista Musician perguntar... -
31:37 - 31:42Qual é o equipamento que estão a usar?
Como está a ser gravado? -
31:43 - 31:44Não vamos usar equipamento digital.
-
31:44 - 31:49Vamos usar amplificadores de válvulas
e esse tipo de coisas. -
31:50 - 31:53Eu não estava ligada ao movimento do deserto
enquanto esta estava a acontecer. -
31:54 - 31:58Fizémo-lo depois de Man's Ruin,
porque estávamos na mesma editora juntos. -
31:59 - 32:04Acho que se pode dizer
que os albuns da Man's Ruin Records, -
32:04 - 32:10são responsáveis por introduzir
as pessoas a muitas destas músicas. -
32:10 - 32:13Eu acabei por cobrir muitas
destas bandas para a primeira edição, -
32:13 - 32:19porque estava a fazer uma espécie
de cobertura da Man's Ruin. -
32:19 - 32:24Esse género de música
que é descrito como stoner rock, -
32:24 - 32:28que é a definição infeliz
com que ficaram. -
32:28 - 32:33Depois disso, houve uma afluência
gigantesca de bandas, -
32:34 - 32:37como que a copiar
esse som. -
32:37 - 32:40Não tenho a certeza de
onde veio esse termo -
32:41 - 32:43para ser honesto
eu não pesquisei, -
32:43 - 32:51assumo que seja só por causa
da música passar pelo improviso, -
32:51 - 32:55detesto usar orgânico,
mas vou, orgânico. -
32:55 - 32:59Não sei, o que é stoner
rock? Diz-me tu! -
33:06 - 33:12Os Fatso Jetson vieram de um
bar de rock que eu e o Larry abrimos. -
33:12 - 33:19É o resultado de estar farto
de ser apanhado em festas -
33:20 - 33:21e saber que somos
capazes de fazê-lo sozinhos. -
33:28 - 33:35Começámos em 1994,
eramos fãs dos Black Flag. -
33:35 - 33:38Eram uma inspiração
para todos nós -
33:39 - 33:44e pensámos "hey, vamos
mandar-nos de cabeça" -
33:45 - 33:49e fizémo-lo. Tocámos,
foi o nosso primeiro concerto -
33:49 - 33:53e acho que o Greg gostou
do que nós fizemos, -
33:53 - 33:57e ofereceu-se para lançar
um CD por nós no SSK. -
34:05 - 34:11Os blues para mim, a crueza
e a honestidade presente, -
34:11 - 34:20é similar às coisas
que aprecio no punk rock. -
34:33 - 34:41Não é anormal para mim, na
a mesma canção encontrar -
34:41 - 34:45Howlin' Wolf, Black Flag,
Link Wray e Devo -
35:04 - 35:06É muito primitivo.
-
35:07 - 35:09Pomos os nossos discos
onde tocamos -
35:12 - 35:15e depois esse som
é mesmo puro. -
35:16 - 35:19Fazemo-lo, sob os
nossos próprios termos -
35:19 - 35:22e não é uma questão
de sobrevivência. -
35:23 - 35:24É uma questão
de desejo de vida. -
36:54 - 37:01Lembro-me da cena
em San Francisco, nos anos 90, -
37:01 - 37:08ser os Sleep, Neurosis,
The Melvins. -
37:11 - 37:15Havia muitas coisas
boas a surgir, -
37:15 - 37:18como Neurosis, que era
o mais importante por aqui, -
37:18 - 37:22Neurosis e The Melvins,
era o centro de tudo. -
37:22 - 37:25Comecei a tocar com
uma banda no secundário, -
37:26 - 37:28com o Al e o Chris que
estão nos Om actualmente. -
37:29 - 37:31Eles tinham esta banda,
os Asbestosdeath. -
37:31 - 37:32Eles queriam mesmo
estar numa banda -
37:32 - 37:35provavelmente uma reacção
à miséria da vida. -
37:36 - 37:39Não sei, havia uma amizade
-
37:39 - 37:44e de um modo geral
eram mesmo bons amigos. -
37:45 - 37:46A música surgiu daí.
-
37:46 - 37:49Eu e o Al estávamos sentados
sobre o efeito de LSD, -
37:49 - 37:51a fumar e assim,
-
37:51 - 37:55e o Al lembrou-se do nome Sleep
e eu disse "Wow, isso é um grande nome". -
37:55 - 37:59Era mais do que ver um concerto,
era viver uma experiência com... Sabes? -
38:00 - 38:01Pregar-te pelo teu
próprio centro. -
38:02 - 38:05Tinham este massivo...
Nunca vi nada assim! -
38:06 - 38:09É como... Vermelho, verde,
azul, Sleep. -
38:18 - 38:22Eles lançaram dois albuns,
Volume 1 e Holy Mountain -
38:24 - 38:25Depois assinaram com uma major,
a London Records. -
38:26 - 38:32Não tenho a certeza se a London
Records sabia o que estava a assinar, -
38:33 - 38:37porque os Sleep estavam a
planear as suas obras-primas -
38:37 - 38:39Uma canção de 52 minutos.
-
38:40 - 38:42Jerusalem, acho que originalmente
se chamava Dopesmoker. -
38:43 - 38:45As letras incorporam
esta espécie de... -
38:45 - 38:51caravana de drogas
para a terra sagrada. -
38:52 - 38:54Foram 5 anos em que a
música se desenvolveu. -
38:54 - 38:57Tinham tudo escrito e ficaram
presos com editoras, -
38:58 - 39:01Estavam basicamente
sentados com isto pronto, -
39:01 - 39:04e estavam basicamente
a morrer na praia. -
39:05 - 39:09Queriam tirá-lo dali e não podiam,
tiveram de esperar um ano só para gravar. -
39:09 - 39:14Por um período de pelo menos 2 anos
recusaram-se a tocar isso ao vivo, -
39:14 - 39:18porque estavam convictos de
ainda não deixar as pessoas ouvirem. -
39:18 - 39:21Tentámos travar a música
e foi tão estranho, -
39:21 - 39:23como se fosse suposto
seguir em frente... -
39:24 - 39:28Estávamos a tentar descobrir
-
39:28 - 39:31como voltar a pôr os pés na terra,
como aterrar. -
39:31 - 39:33Às vezes o riff é tão bom
-
39:33 - 39:36que só queremos ouvi-lo
uma vez, e outra, e outra. -
39:37 - 39:40Às vezes por 52 minutos!
-
39:41 - 39:47Tanto quanto sei a London sempre
soube dos planos deles para a canção. -
40:00 - 40:06Começou com esta escala
de música estranha, quase indiana -
40:06 - 40:12O intuito era transmitir que a banda
estava em hipnose enquanto tocava -
40:16 - 40:20O baterista carrega essa música.
-
40:20 - 40:25Toda a canção é baseada na bateria
e nos tempos, e bater no sítio certo. -
40:29 - 40:35Há muito mitos e lendas sobre
a maneira como Jerusalem foi feito. -
40:35 - 40:37Algumas coisa podem
não ser mitologia. -
40:37 - 40:43O maior deles é que eles
gastaram o dinheiro adiantado com erva? -
40:43 - 40:45Bem, a parte da erva
é totalmente verdade -
40:46 - 40:50Queimamos muito dinheiro
e tempo em erva? -
40:50 - 40:53Entregar a master
a outra editora. -
40:54 - 40:56Tinha sido uma boa ideia quem me
dera que nos tivéssemos lembrado disso. -
40:57 - 41:00Passámos por aquela que é a coisa
mais pesada alguma vez gravada. -
41:02 - 41:06Não se olhava a despesa,
para acrescentar alguma coisa. -
41:06 - 41:08"Queres adicionar outra guitarra
vamos fazer isso... -
41:10 - 41:11Vamos pôr mais duas."
-
41:11 - 41:15Gastámos 75.000 dólares
em amplificadores. -
41:15 - 41:19Em amplificadores costumizados, guitarras,
todo o tipo de coisas. -
41:27 - 41:31As canções, não só sonoramente
mas se seguires as letras -
41:31 - 41:34é uma caravana
a entregar erva. -
41:34 - 41:37Usámos longsman? e
haxixe na mesma linha. -
41:38 - 41:39Como é que se faz isto?
-
41:41 - 41:46Entregámos aquilo à editora,
eles ouviram e depois estavam tipo: -
41:46 - 41:48"Isto é muito pesado, não há
nada que possamos fazer com isto" -
41:49 - 41:50"É muito isto, muito aquilo"
-
41:53 - 41:55E alguém na editora, não sei quem,
-
41:56 - 42:02meteu na cabeça que se alguém
a remisturasse ficaria diferente. -
42:02 - 42:07Tens uma banda com uma música
de 60 minutos, o que esperavas? Rádio? -
42:08 - 42:12O album foi metido na gaveta e só saiu
3 anos depois de ter sido gravado -
42:12 - 42:15O que acabou por ser 2 anos e meio
depois dos Sleep acabarem. -
42:16 - 42:23E acabou por tornar-se...
Em parte porque era fantástico, -
42:23 - 42:25mas em parte por causa
dos mitos à sua volta, -
42:26 - 42:28passou a ser visto
como um clássico. -
42:29 - 42:30Um clássico perdido, mesmo.
-
42:54 - 42:58Algum tempo depois
de se fazer a remistura. -
42:58 - 43:00eles decidiram não
continuar a ser uma banda. -
43:01 - 43:03Isso foi em 97.
-
43:07 - 43:14Por volta de 2001 ou 2002,
-
43:14 - 43:20o Matt Pike dos High on Fire que também era dos Sleep,
o manager dele, o Tod, -
43:21 - 43:24perguntou-me se eu queria
fazer a versão original desse album -
43:24 - 43:30que era Dopesmoker, que era a versão
completa, não editada, não misturada -
43:30 - 43:34Não misturada pelo Sardy, que eles
arranjaram para tentar melhorar, -
43:34 - 43:36obviamente eles não
estavam contentes com isso. -
43:36 - 43:38Eles perguntaram se eu o queria
fazer e eu disse "absolutamente". -
43:39 - 43:41Eu gosto dessa versão
de Dopsmoker, -
43:41 - 43:45porque era um bocadinho maior
e foi a mistura que fizemos com o Billy, -
43:46 - 43:49Mais ninguém da editora
veio e cortou tudo. -
43:50 - 43:52Acho que nós os três
fizemos as pazes com a canção -
43:52 - 43:55que sabemos que
existe cá dentro, -
43:55 - 43:57versus o que anda por aí e
as pessoas pensam que significa. -
43:58 - 44:01E acho que foi a maneira de
continuarmos e deixarmos isso em paz. -
44:02 - 44:05Foi aquela espécie
de batalha milenar -
44:05 - 44:09entre o que é arte e o que
as editoras pensam que é produto. -
44:10 - 44:14Vocês estranharam-se por
um tempo, depois dos Sleep? -
44:15 - 44:19Sim. Mais ou menos.
Todos nós... Houve muita dor. -
44:20 - 44:23Não sabíamos exactamente
o que dizer uns aos outros -
44:24 - 44:29Ainda havia amor...
Havia amor, ódio e confusão. -
44:30 - 44:31Só tivemos de lidar com
isso durante um tempo. -
44:32 - 44:34Eu não falei com o Chris
durante alguns anos, -
44:35 - 44:37depois de toda a cena
do Dopesmoker -
44:38 - 44:44e o Al... Foi uma coisa triste,
o Al deixou de tocar música, -
44:45 - 44:47durante 5 anos.
-
44:49 - 44:52Eu diria que deixou mesmo de tocar,
só não era muito público em relação -
44:53 - 44:56a ver alguém, ou estar
numa banda, coisas assim. -
45:01 - 45:11Acho que os Sleep foram quase
a essência desta espécie de reavivar -
45:11 - 45:13que começou a acontecer
nos anos 90 -
45:13 - 45:17daquilo que foi chamado
de stoner rock ou doom, ou assim. -
45:18 - 45:21Eles apanharam o que os
Saint Vitus estavam a fazer -
45:21 - 45:25e os The Melvins, Black
Sabbath, claro. -
45:26 - 45:27Mas acho que eles
acertaram em cheio. -
45:27 - 45:33Pode quase dizer-se que o conseguiram,
ao fazerem dois dos melhores álbuns -
45:33 - 45:35que precisavam de ser feitos
naquele género. -
45:58 - 46:04Eles determinaram,
desde o primeiro ensaio que tivemos. -
46:05 - 46:10Não era necessário mais nenhum elemento, para
o que estávamos a fazer -
46:10 - 46:14não era preciso utilizar
uma estrutura tradicional. -
46:15 - 46:20Usar uma guitarra, para encaixar
num tipo de som estabelecido. -
46:24 - 46:30Há momentos em que estou
parado e tenho que transformar -
46:30 - 46:36as emoções em palavras
que sirvam não só propósitos simbólicos, -
46:36 - 46:40mas, num nível muito prático,
propósitos ritmicos. -
46:40 - 46:43Tenho a certeza que
não são combinadas -
46:43 - 46:45de acordo com
a sonoridade gramatical. -
46:52 - 46:56Às vezes as pessoas dizem:
"Sabes outro riff?" -
46:56 - 47:00ou "Presta atenção,
são todos muito..." -
47:01 - 47:08As repetições que fazemos também...
Há coisas em tantos albuns antigos -
47:08 - 47:10que ouvíamos e crescemos
a apreciar, -
47:11 - 47:13e há alguns segmentos
nestas canções, -
47:13 - 47:16e nós dissemos "porque é que
isto não se repete mais?" -
47:16 - 47:19E às vezes gostava que isso
continuasse por 14 ou 15 minutos. -
49:05 - 49:09As drogas podem mesmo
fazer-te escrever uma canção -
49:09 - 49:11ou fazer qualquer coisa, se houver
alguma coisa que te impeça. -
49:13 - 49:19- É como se ficasses mais concentrado.
- Acalmasses, e teres as coisas feitas. -
49:23 - 49:29Tem alguma coisa a ver
com ouvir. Tocar não, mas ouvir. -
49:31 - 49:35Uma coisa que resulta comigo é
usá-las como uma ferramenta de verificação. -
49:36 - 49:39O sentido de estilo musical
é parte da tua mente. -
49:41 - 49:45As plantas estão vivas e sinto
que estive a comunicar com elas -
49:46 - 49:49através disto. Se há uma maneira
de comunicar entre espécies -
49:50 - 49:51então é provavelmente isto.
-
49:53 - 49:57Ao aumentar a percepção vês
as coisas ligeiramente diferentes, -
49:57 - 50:01e de certa forma é bom,
mas não é necessário. -
50:02 - 50:05No final não é isso que é importante.
-
50:07 - 50:12É uma parte essencial
naquilo que fazemos -
50:12 - 50:15Isto não vai ficar no filme?
-
50:19 - 50:22Pode ser pela viagem,
-
50:22 - 50:27a ideia de viajar até
outros domínios, -
50:28 - 50:32mas isso pode incluir tomar drogas,
mas não está limitado a tomar drogas. -
50:33 - 50:37Pessoas como o H. P. Lovecraft,
Lord Dunsany, Clark Ashton Smith, -
50:38 - 50:41todos estes escritores dos anos 30,
e do virar do século, -
50:42 - 50:46que eram mesmo imaginativos.
-
50:47 - 50:52Especialmente quando os tempos se tornam
mais pesados ou politicamente penosos, -
50:53 - 51:02tipicamente vês mais fantasia,
vês mais artistas idealistas, -
51:03 - 51:04nas suas fantasias pessoais.
-
51:09 - 51:13É preciso motivação e
dedicação para escrever canções -
51:13 - 51:18e ir para o estudio e dedicar a tua
vida a fazer música com a banda. -
51:19 - 51:23Não acho que os que drogados
normais consigam chegar tão longe. -
51:38 - 51:39Todos nós crescemos
fora da cidade, -
51:40 - 51:42o Steve e eu crescemos
na Virginia -
51:43 - 51:49mas há aquele momento em que percebes
quanta música vem de Washington DC -
51:49 - 51:51e toda a cena punk
com os Fugazi -
51:52 - 51:55e toda aquela música que estava
a surgir nos anos 80. -
51:55 - 51:57Nós estávamos nesse tipo
de bandas por um tempo -
51:57 - 52:03e precisávamos de voltar ao que
inicialmente nos entusiasmou na música -
52:03 - 52:06e bandas como
Led Zeppelin e Black Sabbath. -
52:07 - 52:11Bandas relaxadas,
com boa vibração -
52:12 - 52:13que de certa forma
não se pareciam importar. -
52:24 - 52:31Estamos aqui a gravar
o nosso quinto disco, -
52:31 - 52:37no Sunset Sound, estudios lendários
na Sunset Strip. -
52:37 - 52:44Fala-se muito em bandas que
estão a fazer rock clássico, -
52:44 - 52:47o que nos leva a pensar,
se estamos a regressar às bases do rock. -
52:53 - 52:57Todos os nossos albuns antigos
estavam carregados de diferentes -
52:57 - 53:02atmosferas e efeitos, e agora estamos
a tentar captar mais a performance. -
53:03 - 53:08A espontaneidade, mais direto.
-
55:40 - 55:43Acho que muita da música que escrevo
é a pensar em imagens -
55:45 - 55:49como floresta, oceano, estrelas, andar...
-
55:51 - 55:55Mau tempo ou... sabes...
-
55:56 - 56:00grandes árvores maciças ou falésias ou...
-
56:00 - 56:03É definitivamente uma relação
com a Natureza. -
56:03 - 56:06As árvores são tão bonitas
que te fazem sentir feliz -
56:06 - 56:13e elas parecem tão antigas,
com tanta história para contar -
56:13 - 56:17Sim, definitivamente, há um elemento
na nossa música que envolve a natureza -
56:17 - 56:20e espiritualidade, suponho.
E essas são as coisas mais importantes. -
56:21 - 56:24A minha mãe gostava
de ilustrar coisas da natureza -
56:25 - 56:32Ela desenhava cogumelos, plantas e flores...
Isso era o que me rodeava em criança -
56:34 - 56:36e acho essas coisas realmente inspiradoras.
-
56:37 - 56:39O som e a visão são muito similares
-
56:39 - 56:42e sempre tiveram uma relação
um com o outro, para mim. -
56:43 - 56:49Quer seja a ver um músico tocar ou ouvir um
álbum e olhar para o trabalho artístico -
56:49 - 56:52O que fez com que os posters voltassem atrás
em termos de estilo, -
56:52 - 56:58acho que é a rejeição da arte corporativa e do
modo corporativo de encarar as bandas. -
56:59 - 57:07Eu sento-me, com headphones,
e concentro-me realmente. -
57:09 - 57:15Ouço, fecho os olhos e concentro-me para ver
o que acontece, se alguma coisa vem até mim. -
57:16 - 57:19Eu não gostava de nenhuma
imagética musical dos anos 90 -
57:20 - 57:30Não me interessava. Vampiras, personagens com
cabeças grandes... Não é o meu estilo. -
57:31 - 57:35Faço muito horizontes e céus
porque para mim representa -
57:36 - 57:41toda uma série de possibilidades infinitas.
-
57:42 - 57:45O lugar onde o céu encontra o oceano,
sempre vi isso como uma espécie -
57:46 - 57:48de portal ou uma entrada
para mais alguma coisa. -
57:50 - 57:54Comparando a arte que tem por base
a música psicadélica, -
57:55 - 57:58acho que é algo extraordinariamente criativo.
-
57:59 - 58:05Alguns dos álbuns em que trabalhei,
tentei torná-los criativos a vários níveis. -
58:23 - 58:29Eu penso que a psicadelia de Malleus é a nossa
habilidade de desenhar e interpretar as mulheres -
58:33 - 58:34Nunca há uma "doce figura materna".
-
58:35 - 58:38Vejo a mulher que fazemos
como uma rapariga perversa. -
58:43 - 58:47A imaginação é a melhor droga no mundo
-
58:52 - 58:55Estava mesmo numa de hipnose, ainda estou.
-
58:55 - 58:58Estes designers de Inglaterra
fizeram muitas coisas -
58:59 - 59:03como capas para Dark Side of the Moon,
Led Zeppelin -
59:03 - 59:06muitas outras coisas
significativas e reconhecíveis. -
59:08 - 59:09E o Roger Dean, claro...
-
59:10 - 59:18A imagem fala por si própria, mas eu gosto muito
de letras e da estética da palavra -
59:19 - 59:23Isto são algumas das coisas que
tenho feito ultimamente. -
59:24 - 59:30Fiz estas nas últimas semanas.
Isto é o calendário deste ano -
59:30 - 59:32e isto é o próximo álbum
dos Residual Echoes -
59:35 - 59:38Como estava a pensar de forma muito abstrata,
acabou por resultar -
59:39 - 59:44foi muito detalhado e acho que se tornou
numa nova forma de piscadelia -
59:44 - 59:47que não fosse do tipo "flower power",
mas algo mais agressivo -
59:48 - 59:52Acabou por ser a forma
apocalíptica da piscadelia -
59:52 - 59:55Acho a palavra psicadelia muito interessante
-
59:55 - 60:03e acho que as coisas que eu faço são sempre
psicadélicas em determinado aspecto visionário -
60:04 - 60:10Esteticamente, tem mais em comum
com desenho técnico -
60:10 - 60:12ou desenho arquitectónico.
-
60:21 - 60:25Quando algo tem um som muito, muito grande,
parece-me sempre algo muito vasto -
60:26 - 60:32este espaço em aberto,
com nuvens e penhascos... -
60:33 - 60:38quando é algo lento e pesado,
é o que vejo. -
60:39 - 60:43O que vejo de música mais rápida
como os High on Fire -
60:44 - 60:48é mais imagética
que acelera o coração -
61:19 - 61:21O primeiro álbum,
The Art of Self Defense -
61:22 - 61:25tinha uma onda dos Sleep,
mas eu estava a mudar o meu estilo -
61:26 - 61:31Quando tocava com os Sleep,
usávamos tempos mais rápidos -
61:31 - 61:38mas olhando agora para trás era meio lento,
porque estávamos na procura de um novo eu -
61:39 - 61:42Eu estava à procura do eu guitarrista
e estava a começar a cantar. -
61:43 - 61:47Isso era tudo novo para mim.
Pode perceber-se a influência de estar a sair -
61:47 - 61:48daquela banda,
pelo menos na minha perspectiva. -
62:00 - 62:06Começámos a usar um ritmo mais rápido,
mais "thrash", um poder mais pesado -
62:09 - 62:12É como metal, mas não uma banda
típica de metal -
62:18 - 62:23Talvez estivéssemos chateados com algo,
zangados ou tristes ou alguém nos tivesse lixado -
62:25 - 62:30vou passar isso para o papel,
como se fosse imagem de algo que li -
62:30 - 62:36ou algo em que estava interessado para mostrar
como me sentia, apesar de ser uma confusão. -
62:44 - 62:47Se consegues transferir os teus sentimentos
para peças de música -
62:48 - 62:52e como te sentes, quer seja irritação ou amor,
tristeza, qualquer coisa. -
62:53 - 62:55Isso é o que faz um grande artista,
um grande músico. -
64:39 - 64:43VOU VENDER
MUITAS COISAS EM BREVE -
64:43 - 64:49Muitos dos álbuns, olhando desde os anos 70,
são, todos eles, estranhos e obscuros -
64:50 - 64:56Os discos dos Groundhog,
Sir Lord Baltimore, May Blitz, -
64:56 - 64:57Budgie, Hawkwind...
-
64:57 - 65:02Todos eles estavam em grandes editoras.
Actualmente, não seria possível. -
65:02 - 65:10Estariam todos em editoras Indie e isso deve-se à consolidação e contracção da indústria.
-
65:10 - 65:18Que se lixem as editoras. Fizeram um péssimo
trabalho nos últimos 25 anos, não merecem nada -
65:18 - 65:22Sempre me senti atraído
pelo lado negro dos sons e da arte -
65:23 - 65:30o que, normalmente, conduz a que a música e
arte sejam "underground" e independente. -
65:30 - 65:35Na minha juventude, as pessoas, especialmente
os meus pais, sempre me disseram -
65:36 - 65:41"Tens que tocar o que as pessoas querem ouvir,
senão nunca farás dinheiro" -
65:43 - 65:48Mas não me interessava se fazia dinheiro,
porque sempre soube, desde o início, -
65:49 - 65:54que a minha música era um dom muito especial,
mas também uma arte muito especial -
65:55 - 66:03Estávamos a fazer coisas que eram o oposto e o
contrário do mainstream, mas que fosse. -
66:04 - 66:07Isto era o que fazíamos
e o que vamos continuar a fazer -
66:08 - 66:15Não interessa que não nos torne ricos
e famosos, não estamos à procura disso. -
66:15 - 66:21Ao mesmo tempo, estou a envelhecer
e gostava de ter uma casa, -
66:22 - 66:27gostava de tomar conta e casar com uma rapariga.
Pensamos nisso quando envelhecemos -
66:28 - 66:40Há muito mais carreirismo por causa da inflação
e expectativa de ter um estilo de vida seguro -
66:40 - 66:45Ter dinheiro, um espaço confortável
para gravar e suporte para as digressões -
66:45 - 66:46Não sou contra isso
-
66:49 - 66:52Provavelmente as bandas estão melhor agora
numa grande editora, para dizer a verdade -
66:52 - 66:56não me chatearia muito com isso. Recebes um
bom adiantamento e talvez consigas comprar -
66:57 - 67:00uma casa e depois disso...
Quer dizer, isto de tiveres sorte. -
67:01 - 67:04O meu amigo uma vez
chamou-nos de amadores loucos -
67:05 - 67:09não estávamos
activamente a tentar sair em digressão, -
67:10 - 67:14não estávamos activamente
a tentar fazer uma carreira disto. -
67:14 - 67:19Os meus pais e os do Mario estavam na
restauração antes mesmo de termos nascido -
67:23 - 67:26Mudámo-nos todos para aqui para tentar
perceber o que íamos fazer. -
67:27 - 67:32Eventualmente arranjar um trabalho
no restaurante, esperávamos nós, -
67:33 - 67:35e conseguir continuar a fazer música.
-
67:35 - 67:39Planeei parar de fazer música porque
não estava a fazer nenhum dinheiro disso -
67:40 - 67:40mas tenho que aumentar os meus rendimentos,
muito agressivamente, a cada dois anos. -
67:50 - 67:52Acho que vou vender
muitas coisas brevemente -
68:00 - 68:08Fora da banda, tenho um trabalho a tempo
inteiro em pós-produção de filmes e vídeos -
68:08 - 68:14Arranjámos trabalhos normais, por exemplo,
trabalhei numa florista -
68:14 - 68:18a entregar flores, a ajudar num casamento ou a
conduzir uma carrinha pela cidade -
68:18 - 68:22Estamos a safar-nos muito bem nas digressões,
consegues fazer um bom dinheiro -
68:22 - 68:24especialmente em terras
fora das grandes cidades. -
68:25 - 68:32Mas, pessoalmente, eu continuo a passear cães
e o Steve faz alguma ilustração à parte -
68:33 - 68:39Acho que ainda não chegamos lá,
não é sustentável e não nos deixa -
68:39 - 68:45viver o tipo de vida que gostaríamos,
que é um ter telhado, comida... -
68:46 - 68:47- Pintaste isso?
- Sim! -
68:47 - 68:49- Oh meu Deus, olhem para isto.
-
68:50 - 68:52Nós resolvemos, eu e a minha mulher.
-
68:53 - 68:59Fazia mais sentido ser eu
a tomar conta dos miúdos -
69:00 - 69:05por isso decidimos que eu seria
um pai que fica em casa -
69:07 - 69:10- Esta vai ser a próxima geração.
-
69:11 - 69:15- Esta vai ser a próxima geração. É espantoso.
-
69:16 - 69:22Em vez de estar assustado e dizer
"oh não, eles também se vão meter nisto", -
69:22 - 69:26estou confiante que vão ser eles a tirar-nos daqui
-
69:33 - 69:37Não podíamos viver só da música,
estamos falidos -
69:39 - 69:40- Essa é a verdade
- Mas somos felizes. -
69:40 - 69:45Nós fazemos nove trabalhos se for preciso
e se não estivermos em digressão -
69:45 - 69:49mas temo-nos safado muito bem nas digressões,
só a tocar música. -
69:50 - 69:53- Não há muitos trabalhos em que
te deixem trabalhar uma semana -
69:53 - 69:56ou dez dias e depois podes
desaparecer durante meses. -
69:57 - 69:58- Ninguém me iria contratar.
-
70:04 - 70:06Sabem daquela piado do Bill Hicks,
de que falámos há pouco, -
70:06 - 70:08a piada de "pedrados"
que o Bill Hicks fez, que era: -
70:08 - 70:13Eu posso levantar-me na alvorada,
apanhar trânsito, -
70:13 - 70:17ir para um emprego que odeio,
que não me satisfaz criativamente, -
70:17 - 70:19claro que posso fazer isso!
-
70:19 - 70:20Só um segundo...
-
70:20 - 70:27ou acordar à noite
e aprender a tocar a cítara. -
70:33 - 70:37Normalmente arranjava trabalhos
na construção mas hiperestendi o meu joelho -
70:37 - 70:48por isso tive que sair. Sou ajudante de cozinha
e estou a tentar ajudar num bistrô. -
70:48 - 70:51Não trabalhamos juntos, mas tanto o Bob
como eu somos pintores de casas. -
70:52 - 70:56E temos feito isso desde... Eu faço-o
provavelmente desde os meus 20 anos -
70:56 - 71:06O facto de fazer o que faço é como que sombrio.
É muito de estar falido este mês mas continuar -
71:07 - 71:11Estamos num beco o que é bom porque somos
uma loja de discos "underground" -
71:12 - 71:21e não prestamos atenção a datas de lançamento.
O novo dos White Stripes ou outra coisa -
71:21 - 71:26vamos tê-lo se quisermos e fazemos as coisas
nos nossos próprios termos. -
71:26 - 71:29O dinheiro é papel, eu limpo o rabo com papel
-
71:30 - 71:35não é assim tão essencial para a minha alma,
não o podes levar contigo. -
71:36 - 71:39Se morrer amanhã, grande coisa,
terei muito dinheiro que não gastei. -
72:02 - 72:05Enquanto fazia o Goatsnake, restabeleci
contacto com o Steve O'Malley -
72:06 - 72:15Ele mudou-se para Los Angeles e, basicamente,
surgiu-nos o conceito dos Sunn -
72:26 - 72:30Dois tipos ficarem bêbedos e pedrados
e tocarem com o maior número -
72:31 - 72:36de amplificadores que é possível,
a tocar riffs dos Melvins e dos Earth -
72:36 - 72:38e tentar tocá-los mais devagar.
-
72:39 - 72:43Trabalhar com sons obscuros, num contexto
musical e historicamente -
72:43 - 72:52sempre foi ter a capacidade de meditar ou
transcender, uma fase para despertar. -
72:52 - 72:54Tecnicamente não sou muito bom,
não sei fazer um solo. -
72:55 - 72:59Não sei fazer um solo muito bem,
não o sei fazer de todo. -
73:00 - 73:09Mas eu gostode trabalhar com tons
e tons baixos e manipulá-los. -
73:17 - 73:25Acho que trabalhar com alguns elementos que
são mais velhos na música em geral. -
73:25 - 73:33Acho que a música metal, como a música folk,
tem coisas em comum -
73:33 - 73:41com música de guerra, algo de tribalismo, uma
amplificação da energia da música. -
75:49 - 75:53QUER DETESTEM OU AMEM.
-
75:53 - 76:01Underground já não é underground. Para mim,
é o novo "aboveground", por assim dizer -
76:01 - 76:07são muitas pequenas editoras que se juntaram
e formaram uma comunidade. -
76:08 - 76:13As pessoas agora sabem como lhes aceder e
conseguir o material que está na editora. -
76:13 - 76:18São mais sofisticadas, mais espertas.
Elas querem algo diferente. -
76:18 - 76:20e as grandes editoras
não lhes estão a dar isso. -
76:22 - 76:28Há muitos problemas,
é como uma estranha troca. -
76:28 - 76:33Por um lado as editoras estão a desaparecer,
não tens grandes editoras a assinar com bandas, -
76:33 - 76:38muitas vezes tens que lançar sozinho,
mas por outro lado não o podes fazer -
76:39 - 76:42e ficar com todo o dinheiro
e não ir para uma editora ou isso -
76:43 - 76:46gravar o teu próprio álbum em casa, vendê-lo na
internet, esgotar os concertos. -
76:46 - 76:50São como miúdos numa loja de doces,
podem fazer o que quiserem -
76:51 - 76:56Isso é óptimo. Acho que por serem
independentes, permite-lhes fazer isso. -
76:56 - 77:02Acho que a melhor coisa de lançar agora é que
as pessoas estão à procura de novas influências -
77:02 - 77:07e a tentar incorporar novas coisas e a música
está a tornar-se cada vez mais acessível. -
77:08 - 77:09Toda a música está mais acessível.
-
77:11 - 77:13As pessoas estão a encontrar
novas formas de se inspirarem -
77:13 - 77:22Há muito boca-a-boca e acho que a internet
está a ligar esse boca-a-boca. -
77:22 - 77:26Quando estás numa cidade alemã
e as pessoas sabem quem tu és -
77:27 - 77:29tu pensas: "Como raio
sabem?" e foi no computador. -
77:31 - 77:32Há um movimento ou o quer que seja...
-
77:33 - 77:35As pessoas estão desejosas
de fazer alguma música. -
77:35 - 77:39O rádio e a música comercial
são um pesadelo. -
77:41 - 77:49As tabelas estão dominadas por música urbana:
hip hop, country, pop, divas... -
77:50 - 77:54Haverá sempre uma audiência para heavy rock,
mas não o verás no topo das tabelas. -
77:55 - 77:57Tudo bem.
-
77:57 - 78:02É assim que vai ser. Este tipo de música é muito
underground e é o que o torna tão bom -
78:03 - 78:07Há álbuns que alguns talvez queiram tornar
grandes, podem não achar bom -
78:07 - 78:12mas eu acho, não tenho qualquer
desejo de fazer outra coisa -
78:12 - 78:16Temos de o fazer, não há escolha.
Quer as pessoas detestem, quer gostem -
78:16 - 78:20não faz qualquer diferença. Fazes porque tens
que fazer, porque faz sentido na tua realidade -
78:21 - 78:24faz sentido no teu dia-a-dia,
faz sentido no mundo que te rodeia. -
78:24 - 78:32Eu sei que o que fazemos é completamente
diferente daquilo que as massas procuram, -
78:32 - 78:37mas não acho que seja
por não querer apelar às massas. -
78:38 - 78:48O melhor seria conseguir cativar as massas,
mas isso exige uma maior imaginação -
78:48 - 78:50algo com mais profundidade.
-
78:50 - 78:55Todos os períodos têm os seus visionários
e eu acho que algumas das bandas -
78:56 - 79:01de que temos falado têm esse sentido de
quererem estar fora. -
79:02 - 79:08- Vocês tiveram muito sucesso num curto
período de tempo, tocaram em arenas e assim. -
79:08 - 79:10Estarias interessado nesse estilo de vida?
-
79:12 - 79:17Claro que estaria, mas ainda não aconteceu
e não acho que vá acontecer. -
79:17 - 79:22Não significa que vá desistir.
-
79:24 - 79:30Gosto de pensar que estou, musicalmente,
um passo à frente no jogo, -
79:31 - 79:40só por me manter fiel e fazer aquilo que gosto.
E fazê-lo com mestria, sem vergonha -
79:40 - 79:42e sem arrependimentos do que faço.
- Title:
- Such Hawks Such Hounds (Full Documentary)
- Description:
-
Such Hawks Such Hounds explores the music and musicians of the American hard rock underground circa 1970-2007, focusing on the psychedelic and '70s proto-metal-derived styles that have in recent years formed a rich body of unclassifiable sounds.
his is a great documentary film by John Srebalus about heavy music of USA. Music , interviews, live and some of the heavy metal, stoner, doom and drone legends from 1970 till now. More than one hour of great music, historic point of views, attitude and great people.
Chat with : Mario Lalli, Eddie Glass, Tom Davies, Greg Anderson, Stephen McCarthy , Geof O'Keefe, Al Cisneros, Chris Hakius, Lori S., Joey Osbourne, Mark Arm, Isaiah Mitchell, Scott Wino Weinrich, Mario Rubalcaba, Mike Eginton, Joe Preston, Scott Reeder, Tony Tornay, Larry Lalli, Brant Bjork, Matt Pike, Ethan Miller, Noel Von Harmonson, Ian Christe, Joe Carducci, Tony Presedo, Laurel Stearns, Chris Kosnik, Bob Pantella, Finn Ryan, Michael Gibbons, Jenny McGee, Billy Anderson, Arik Roper, Randy Huth, Josh Martin, Jason Simon, Steve Kille, Nicky Emmert, Stephen O'Malley, John Gibbons, Isobel Sollenberger
No copyrights infrigment Intended. The copyrights belong to their respectful Owners. Go buy the dvd and support the scene,If owners wants this video to be deleted it will.
Buy the DVD.Support the scene.
http://www.suchhawkssuchhounds.com/
http://www.facebook.com/pages/Such-Hawks-Such-Hounds-Scenes-From-the-American-Hard-Rock-Underground/107952221237
http://www.imdb.com/title/tt1377796/ - Video Language:
- English
- Duration:
- 01:24:17
Rodrigo Azevedo commented on Portuguese subtitles for Such Hawks Such Hounds (Full Documentary) | ||
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fixmydentures edited Portuguese subtitles for Such Hawks Such Hounds (Full Documentary) | ||
fixmydentures edited Portuguese subtitles for Such Hawks Such Hounds (Full Documentary) |
Rodrigo Azevedo
Thank you very much for the portuguese translation! You are great!!