Poupar para Amanhã, amanhã
-
0:00 - 0:04Hoje vou falar sobre poupar mais,
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0:04 - 0:07mas não é poupar hoje,
é poupar amanhã. -
0:07 - 0:09Vou falar sobre Poupar Mais Amanhã.
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0:09 - 0:11É um programa que Richard Thaler,
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0:11 - 0:13da Universidade de Chicago, e eu
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0:13 - 0:16concebemos talvez há uns 15 anos.
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0:16 - 0:17De certa forma, o programa
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0:17 - 0:21é um exemplo de finanças comportamentais
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0:21 - 0:22com esteroides
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0:22 - 0:25— como poderemos utilizar
as finanças comportamentais. -
0:25 - 0:28Poderão perguntar,
o que são finanças comportamentais? -
0:28 - 0:31Vamos pensar em como gerimos
o nosso dinheiro. -
0:31 - 0:34Comecemos pelas hipotecas imobiliárias.
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0:34 - 0:36É um tópico recente,
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0:36 - 0:38pelo menos nos Estados Unidos da América.
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0:38 - 0:43Muitas pessoas compram
a maior casa que podem pagar. -
0:43 - 0:46Na verdade, um pouco maior do que isso.
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0:46 - 0:49A seguir são penhorados.
-
0:48 - 0:51Depois acusam os bancos
-
0:51 - 0:54de serem os tipos maus
que lhes fizeram a hipoteca. -
0:54 - 0:57Vamos pensar, também,
em como gerimos os riscos -
0:57 - 1:00— por exemplo, ao investir
na bolsa de valores. -
1:00 - 1:03Há dois anos, há três anos,
há cerca de quatro anos, -
1:03 - 1:05os mercados estavam a andar bem.
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1:05 - 1:08Claro que nós assumíamos riscos.
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1:08 - 1:10Depois as ações desceram
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1:10 - 1:11e nós ficámos tipo:
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1:11 - 1:14"Uau! Sentimos estas perdas,
emocionalmente, -
1:14 - 1:18"sentimo-las de forma muito diferente
-
1:18 - 1:22"do que julgávamos,
quando os mercados estavam a subir." -
1:23 - 1:25Portanto, provavelmente não estamos
a fazer um trabalho muito bom -
1:25 - 1:28no que se refere a assumir riscos.
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1:28 - 1:31Quantos de vocês têm iPhones?
-
1:31 - 1:33Alguém? Maravilhoso.
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1:34 - 1:36Posso apostar que muitos de vocês
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1:36 - 1:39têm um seguro para os vossos iPhones
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1:39 - 1:43— estão, implicitamente, a comprar um seguro,
ao terem uma garantia prolongada, -
1:43 - 1:46se perderem os vossos iPhones,
se isso acontecer. -
1:46 - 1:49Quantos de vocês têm filhos pequenos?
-
1:49 - 1:51Alguém?
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1:51 - 1:52Mantenham as mãos no ar
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1:52 - 1:55se têm um seguro de vida confortável.
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1:56 - 1:58Vejo muitas mãos a baixar.
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1:58 - 2:00Eu poderia prever,
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2:00 - 2:02— se é que vocês são
uma amostra representativa — -
2:02 - 2:04que muitos de vocês
-
2:04 - 2:07têm seguro para os vossos iPhones
mas não têm seguro de vida, -
2:07 - 2:09mesmo quando têm filhos pequenos.
-
2:09 - 2:12Não estamos a portar-nos bem,
no que se refere a seguros. -
2:12 - 2:16Em média, uma família americana
-
2:16 - 2:20gasta 1000 dólares por ano em lotarias.
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2:21 - 2:23Eu sei que parece uma loucura.
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2:23 - 2:27Quantos de vocês gastam
mil dólares, por ano, em lotarias? -
2:27 - 2:29Ninguém.
-
2:29 - 2:32Isso diz-nos que as pessoas
que não estão nesta sala -
2:32 - 2:34estão a gastar mais de mil dólares
-
2:34 - 2:36para chegarmos à média de mil.
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2:36 - 2:39As pessoas com baixos rendimentos
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2:39 - 2:42gastam muito mais que mil em lotarias.
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2:43 - 2:45Onde é que isso nos leva?
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2:45 - 2:48Não estamos a fazer um trabalho
muito bom a gerir dinheiro. -
2:48 - 2:50As finanças comportamentais
-
2:50 - 2:53são uma combinação
de psicologia e economia, -
2:53 - 2:54que tenta compreender
-
2:54 - 2:57os erros que as pessoas
fazem com o dinheiro. -
2:57 - 2:59Posso manter-me aqui
-
2:59 - 3:02durante os 12 minutos e 53 segundos
que ainda tenho -
3:02 - 3:07a fazer troça de todas as maneiras
como gerimos o dinheiro, -
3:07 - 3:08e no final irão perguntar:
-
3:08 - 3:10"Como é que podemos ajudar as pessoas?"
-
3:10 - 3:13É nisso que eu me quero concentrar hoje.
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3:13 - 3:15Como é que chegamos à compreensão
-
3:15 - 3:17dos erros financeiros que as pessoas fazem,
-
3:17 - 3:22e a seguir transformamos
os problemas comportamentais -
3:22 - 3:23em soluções comportamentais?
-
3:23 - 3:26Hoje vou falar-vos sobre
Poupar Mais Amanhã. -
3:27 - 3:30Quero tratar da questão das poupanças.
-
3:30 - 3:33Temos no ecrã
-
3:33 - 3:36uma amostra representativa
de 100 americanos. -
3:37 - 3:40Vamos olhar para o seu comportamento
em relação às poupanças. -
3:40 - 3:42A primeira coisa a notar é que
-
3:42 - 3:46metade deles nem sequer têm acesso
-
3:46 - 3:48a um plano de poupança reforma.
-
3:48 - 3:50Não conseguem poupar facilmente.
-
3:50 - 3:54Não podem retirar dinheiro do seu salário
-
3:54 - 3:56para um plano de poupança reforma
-
3:56 - 3:59antes de o verem,
antes de poderem tocar-lhe. -
3:59 - 4:02Então, e a outra metade das pessoas?
-
4:02 - 4:05Algumas delas optam por não poupar.
-
4:06 - 4:07São demasiado preguiçosos.
-
4:07 - 4:10Não conseguem registar-se
num "site" complicado -
4:10 - 4:14e fazer 17 cliques para aderirem
a um plano poupança reforma. -
4:14 - 4:17Depois têm de decidir como é que vão investir
-
4:17 - 4:19nas suas 52 opções.
-
4:19 - 4:21Nunca ouviram falar do que é
um fundo de mercado monetário. -
4:21 - 4:24Ficam desanimados e simplesmente desistem.
-
4:24 - 4:28Quantas pessoas acabam por poupar
num plano poupança reforma? -
4:29 - 4:31Um terço dos americanos.
-
4:31 - 4:34Neste momento, dois terços
não estão a poupar. -
4:34 - 4:36Será que eles estão a poupar o suficiente?
-
4:36 - 4:39Retirem aqueles que dizem
que estão a poupar muito pouco. -
4:40 - 4:44Um em cada dez está a poupar o suficiente.
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4:45 - 4:48Nove em dez não podem poupar
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4:48 - 4:50através dum plano poupança reforma
-
4:50 - 4:53ou decide não poupar — ou não decide —
-
4:53 - 4:56ou poupa muito pouco.
-
4:56 - 4:59Pensamos que temos um problema
com as pessoas que poupam demasiado. -
5:00 - 5:01Vamos olhar para isso.
-
5:01 - 5:04Temos uma pessoa
-
5:04 - 5:07— na verdade, vamos cortá-la ao meio
-
5:07 - 5:10porque é menos que 1%.
-
5:10 - 5:13Cerca de meio por cento dos americanos
-
5:13 - 5:16acham que poupam demasiado.
-
5:18 - 5:20O que vamos fazer quanto a isso?
-
5:20 - 5:22É nisso que me quero concentrar.
-
5:22 - 5:26Temos de perceber porque é que
as pessoas não estão a poupar, -
5:26 - 5:28e, depois, espero que possamos transformar
-
5:28 - 5:32os desafios comportamentais
em soluções comportamentais. -
5:32 - 5:35Depois, veremos quanto
isso poderá ser poderoso. -
5:35 - 5:37Agora, vou desviar-me um segundo,
-
5:37 - 5:39enquanto identificamos os problemas,
-
5:39 - 5:41os desafios, os desafios comportamentais,
-
5:41 - 5:44que impedem as pessoas de poupar.
-
5:44 - 5:48Vou desviar-me e falar
de bananas e chocolate. -
5:48 - 5:51Imaginem que tínhamos outro maravilhoso
evento do TED, na próxima semana. -
5:52 - 5:54Durante o intervalo haveria um lanche
-
5:54 - 5:57e vocês poderiam escolher
bananas ou chocolate. -
5:57 - 5:59Quantos de vocês pensam
que gostariam de comer bananas -
5:59 - 6:02durante este hipotético evento do TED,
na próxima semana? -
6:02 - 6:04Quem ficaria com as bananas?
-
6:04 - 6:06Maravilhoso.
-
6:06 - 6:08Prevejo cientificamente
-
6:08 - 6:10que seriam 74% a escolher as bananas.
-
6:10 - 6:14Pelo menos, foi o que previu um estudo maravilhoso.
-
6:15 - 6:19Depois, vão contando os dias
-
6:19 - 6:21e vejam o que as pessoas
acabaram por comer. -
6:24 - 6:29As mesmas pessoas que se imaginaram
a comer as bananas -
6:29 - 6:31acabaram por comer chocolates
-
6:31 - 6:33uma semana depois.
-
6:33 - 6:38O autocontrolo não é um problema no futuro.
-
6:38 - 6:42Só é um problema quando
o chocolate está perto de nós. -
6:43 - 6:47O que é que este assunto
de gratificação imediata -
6:47 - 6:49tem a ver com tempo e poupanças?
-
6:49 - 6:53Ou, como alguns economistas lhe chamam,
a tendência presente. -
6:53 - 6:56Nós pensamos em poupar.
Sabemos que devíamos poupar. -
6:56 - 6:59Sabemos que o faremos no próximo ano,
mas hoje vamos é gastar. -
6:59 - 7:01O Natal está a chegar,
-
7:01 - 7:04podíamos comprar um montão de prendas
para todos quantos conhecemos. -
7:04 - 7:07Portanto, este assunto
da tendência presente -
7:07 - 7:10faz-nos pensar em poupar,
-
7:10 - 7:12mas acabamos por gastar.
-
7:12 - 7:16Agora vou falar de outro obstáculo
comportamental à poupança -
7:16 - 7:17que tem a ver com inércia.
-
7:17 - 7:20Mas de novo, um pequeno desvio
-
7:20 - 7:23para o tópico da doação de órgãos.
-
7:23 - 7:26Um estudo maravilhoso
que compara diversos países. -
7:26 - 7:29Vamos olhar para dois países semelhantes,
-
7:29 - 7:31a Alemanha e a Áustria.
-
7:32 - 7:33Na Alemanha,
-
7:33 - 7:36se quiserem doar os vossos órgãos
-
7:36 - 7:39— Deus não permita
que vos aconteça nada de mal — -
7:39 - 7:42quando receberem
a carta de condução ou o B.I., -
7:42 - 7:44assinalam o quadrado que diz:
-
7:44 - 7:46"Gostaria de doar os meus órgãos."
-
7:46 - 7:48A maior parte das pessoas
não gosta de assinalar quadrados. -
7:48 - 7:51Requer esforço. Precisam de pensar.
-
7:51 - 7:53Só 12% o fazem.
-
7:54 - 7:57Na Áustria, um país vizinho,
-
7:57 - 8:00é ligeiramente semelhante,
ligeiramente diferente. -
8:00 - 8:01Qual é a diferença?
-
8:01 - 8:03Continuam a poder escolher.
-
8:03 - 8:07Podem escolher se querem doar
os vossos órgãos ou não. -
8:07 - 8:10Mas, quando recebem a carta de condução,
-
8:10 - 8:12só assinalam o quadrado
-
8:12 - 8:16se não quiserem doar os vossos órgãos.
-
8:16 - 8:18Ninguém assinala quadrados.
-
8:18 - 8:20Isso dá muito trabalho.
-
8:20 - 8:23Só 1% assinala o quadrado.
Os restantes não fazem nada. -
8:23 - 8:25Não fazer nada é muito vulgar.
-
8:25 - 8:28A maior parte das pessoas
não assinala os quadrados. -
8:28 - 8:31Quais são as implicações de salvar vidas
-
8:31 - 8:34e de haver órgãos disponíveis?
-
8:35 - 8:37Na Alemanha, só 12% assinalam o quadrado.
-
8:37 - 8:40só 12% são doadores de órgãos.
-
8:40 - 8:42Grande falta de órgãos,
-
8:42 - 8:44Deus nos livre de precisarmos de algum.
-
8:44 - 8:47Na Áustria, também
ninguém assinala o quadrado. -
8:47 - 8:49Assim, 99% das pessoas
-
8:49 - 8:51são doadoras de órgãos.
-
8:52 - 8:55Inércia, falta de ação.
-
8:55 - 8:56Qual é a configuração padrão
-
8:56 - 8:58se as pessoas não fazem nada,
-
8:58 - 9:01se continuam a adiar,
se não assinalam os quadrados? -
9:01 - 9:03É muito poderoso.
-
9:03 - 9:05Vamos falar do que acontece
-
9:05 - 9:08se as pessoas se cansam e têm medo
-
9:08 - 9:11de fazer as suas escolhas
para um plano poupança reforma. -
9:11 - 9:15Vamos fazer com que adiram
automaticamente ao plano? -
9:15 - 9:17Ou vamos deixá-las de fora?
-
9:17 - 9:20Em quase todos os planos poupança reforma,
-
9:20 - 9:22se as pessoas não fazem nada,
-
9:22 - 9:25significa que não estão
a poupar para a reforma, -
9:25 - 9:27se não assinalam o quadrado.
-
9:27 - 9:30E assinalar o quadrado requer esforço.
-
9:30 - 9:33Falámos de alguns
desafios comportamentais. -
9:33 - 9:35Há mais um, antes de mudarmos os desafios em soluções,
-
9:35 - 9:37que tem a ver com macacos e maçãs.
-
9:37 - 9:40Não, não, não, isto é um estudo real
-
9:40 - 9:44e tem muito a ver
com economia comportamental. -
9:43 - 9:46Um grupo de macacos recebe uma maçã.
Ficam todos contentes. -
9:47 - 9:49O outro grupo recebe duas maçãs
e depois tiram-lhes uma. -
9:49 - 9:51Ainda têm uma maçã.
-
9:51 - 9:53Ficam mesmo chateados!
-
9:53 - 9:54(Risos)
-
9:54 - 9:56"Porque é que nos tiraram a nossa maçã?"
-
9:57 - 9:59Esta é a noção de aversão à perda.
-
9:59 - 10:02Detestamos perder coisas,
-
10:02 - 10:05mesmo que isso não signifique muito risco.
-
10:05 - 10:07Detestaríamos ir ao multibanco,
-
10:07 - 10:09levantar 100 dólares
-
10:09 - 10:12e reparar que perdemos
uma nota de 20 dólares. -
10:12 - 10:14É muito doloroso,
-
10:14 - 10:16mesmo que não signifique nada.
-
10:16 - 10:19Esses 20 dólares podiam ter sido um almoço rápido.
-
10:19 - 10:24Esta noção de aversão à perda
-
10:24 - 10:27também entra em ação no que se refere às poupanças,
-
10:27 - 10:29porque as pessoas, mentalmente,
-
10:29 - 10:31emocional e intuitivamente,
-
10:31 - 10:33veem a poupança como uma perda
-
10:33 - 10:36porque têm de cortar nos gastos.
-
10:36 - 10:38Portanto, falámos de todos os tipos
-
10:38 - 10:40de desafios comportamentais
-
10:40 - 10:44que acabam por ter a ver com poupanças.
-
10:45 - 10:47Quer vocês pensem sobre gratificação imediata,
-
10:47 - 10:51e os chocolates versus bananas,
-
10:51 - 10:53é doloroso poupar agora.
-
10:54 - 10:57É muito mais divertido gastar agora.
-
10:58 - 11:01Falámos da inércia e da doação de órgãos
-
11:01 - 11:04e de assinalar um quadrado.
-
11:04 - 11:06Se as pessoas tiverem
de assinalar muitos quadrados -
11:06 - 11:08para aderirem a um plano
de poupança reforma, -
11:08 - 11:11vão continuar a adiar e não aderem.
-
11:11 - 11:13Por último, falámos da aversão à perda,
-
11:13 - 11:16dos macacos e maçãs.
-
11:16 - 11:18Se as pessoas enquadram mentalmente
-
11:18 - 11:21que poupar para a reforma é uma perda,
-
11:21 - 11:23não irão poupar para a reforma.
-
11:23 - 11:26Assim, temos estes desafios.
-
11:26 - 11:29Aquilo que sempre nos fascinou,
a mim e a Richard Thaler -
11:29 - 11:32— pegar em finanças comportamentais,
-
11:32 - 11:34transformá-las em finanças
comportamentais com esteroides -
11:34 - 11:36ou em finanças comportamentais 2.0
-
11:36 - 11:38ou em finanças comportamentais em ação —
-
11:38 - 11:41é transformar os desafios em soluções.
-
11:41 - 11:45Chegámos a uma solução,
embaraçosamente simples, -
11:45 - 11:48chamada Poupar Mais — não hoje — Amanhã.
-
11:48 - 11:52Como é que isso vai resolver
os desafios de que falámos? -
11:52 - 11:56Se pensarmos no problema
das bananas versus chocolates, -
11:56 - 11:59pensamos que vamos comer bananas
na próxima semana. -
12:00 - 12:03Pensamos que vamos poupar mais
no próximo ano. -
12:03 - 12:06Poupar Mais Amanhã
-
12:06 - 12:07convida os empregados
-
12:07 - 12:10a pouparem mais talvez no próximo ano
-
12:10 - 12:12— em algum momento no futuro
-
12:12 - 12:15quando conseguimos imaginar-nos
a comer bananas, -
12:15 - 12:18a exercer mais voluntariado na comunidade,
-
12:18 - 12:21a fazer mais exercício e a fazer
todas as coisas certas no planeta. -
12:21 - 12:25Também falámos de assinalar o quadrado
-
12:25 - 12:28e da dificuldade em agir.
-
12:28 - 12:30Poupar Mais Amanhã
-
12:30 - 12:32faz com que isso seja fácil.
-
12:32 - 12:33É um piloto automático.
-
12:33 - 12:38Assim que me dizem
que querem poupar mais no futuro, -
12:38 - 12:41digamos todos os meses de janeiro
-
12:41 - 12:42irão poupar mais, automaticamente,
-
12:42 - 12:46e vai sair do vosso salário
para o plano de poupança reforma -
12:46 - 12:47antes que o vejam, antes que lhe toquem,
-
12:47 - 12:49antes que tenham a questão
-
12:49 - 12:51da gratificação imediata.
-
12:52 - 12:56E o que vamos fazer acerca dos macacos
-
12:56 - 12:57e da aversão à perda?
-
12:57 - 12:59Chega o próximo janeiro
-
12:59 - 13:01e as pessoas poderão sentir que, se pouparem mais,
-
13:01 - 13:04terão de gastar menos e isso é doloroso.
-
13:06 - 13:09Talvez não deva ser só em Janeiro.
-
13:09 - 13:11Talvez devêssemos fazer com que
as pessoas poupem mais -
13:11 - 13:14quando ganham mais dinheiro.
-
13:14 - 13:18Assim, quando ganharem mais dinheiro,
quando receberem um aumento no salário -
13:18 - 13:20não têm de cortar nas despesas.
-
13:21 - 13:24Tiram um bocadinho do aumento no salário
-
13:24 - 13:26e gastam mais.
-
13:26 - 13:28Tiram um bocadinho do aumento
-
13:28 - 13:31e colocam-no no plano de poupança reforma.
-
13:31 - 13:34Então este é o programa,
embaraçosamente simples -
13:34 - 13:36mas, como vamos ver,
-
13:36 - 13:38extremamente poderoso.
-
13:39 - 13:42Richard Thaler e eu
-
13:42 - 13:45implementámo-lo pela primeiravez em 1998.
-
13:46 - 13:49Médias empresas no Midwest,
-
13:49 - 13:51empregados de colarinho azul
-
13:51 - 13:53a debaterem-se para pagar as contas,
-
13:53 - 13:54disseram-nos repetidamente
-
13:54 - 13:57que não podem poupar mais agora.
-
13:57 - 14:00Poupar mais hoje não é uma opção.
-
14:01 - 14:06Nós convidámo-los a poupar
mais três pontos percentuais -
14:06 - 14:08sempre que recebem um aumento.
-
14:10 - 14:11E aqui estão os resultados.
-
14:12 - 14:15Estamos a ver aqui um período
de três anos e meio, -
14:15 - 14:16quatro aumentos,
-
14:16 - 14:18pessoas que lutavam por poupar,
-
14:18 - 14:21estavam a poupar 3% do seu salário.
-
14:21 - 14:22Três anos e meio depois
-
14:22 - 14:25poupavam quase quatro vezes mais,
-
14:25 - 14:27quase 14%.
-
14:28 - 14:31Há sapatos e bicicletas
e outras coisas neste gráfico -
14:31 - 14:35porque eu não quero só
atirar com números para o ar. -
14:36 - 14:38Quero pensar no facto
-
14:38 - 14:41de que poupar quatro vezes mais
-
14:41 - 14:44é uma grande diferença
-
14:44 - 14:45em termos do estilo de vida
-
14:45 - 14:47que as pessoas serão capazes de pagar.
-
14:47 - 14:49É real.
-
14:49 - 14:51Não são só números num pedaço de papel.
-
14:51 - 14:54Enquanto que, poupando 3%,
-
14:54 - 14:57as pessoas podem ter de adicionar
uns ténis agradáveis -
14:57 - 14:58para poderem caminhar,
-
14:58 - 15:01porque não poderão pagar mais nada.
-
15:01 - 15:04Quando poupam 14%
-
15:04 - 15:07podem comprar uns bons sapatos
-
15:07 - 15:09para irem até ao carro e conduzirem.
-
15:09 - 15:11Esta é uma diferença real.
-
15:11 - 15:17Neste momento, cerca
de 60% das grandes empresas -
15:17 - 15:19já têm programas como este a funcionar.
-
15:20 - 15:22Tem feito parte da Lei de Proteção das Pensões.
-
15:22 - 15:25É desnecessário dizer que Thaler e eu
temos sido abençoados -
15:25 - 15:29por fazermos parte deste programa
-
15:29 - 15:30e por fazermos a diferença.
-
15:30 - 15:32Deixem-me acabar
-
15:32 - 15:34com duas mensagens chave.
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15:34 - 15:37Uma é que as finanças comportamentais
-
15:37 - 15:40são extremamente poderosas.
-
15:41 - 15:43Este é só um exemplo.
-
15:44 - 15:45A segunda mensagem
-
15:45 - 15:47é de que ainda há muito a fazer.
-
15:47 - 15:52Isto é só a ponta do icebergue.
-
15:52 - 15:54Se pensarmos em pessoas e em hipotecas,
-
15:54 - 15:58em comprar casas e depois
não podermos pagá-las, -
15:58 - 15:59precisamos de pensar nisso.
-
15:59 - 16:02Se pensamos que as pessoas
assumem um risco muito grande -
16:02 - 16:05e não compreendem
o risco que estão a assumir -
16:05 - 16:07ou no pouco risco que estão a assumir,
-
16:07 - 16:08precisamos de pensar nisso.
-
16:08 - 16:12Se pensamos nas pessoas
que gastam mil dólares por ano -
16:12 - 16:14em bilhetes de lotaria,
-
16:14 - 16:15precisamos de pensar nisso.
-
16:15 - 16:17Na realidade, a média,
-
16:17 - 16:19o recorde é em Singapura.
-
16:19 - 16:21O agregado familiar médio
-
16:21 - 16:24gasta 4000 dólares por ano
em bilhetes de lotaria. -
16:25 - 16:29Temos muito por fazer,
muito por resolver, -
16:29 - 16:31também na área da reforma
-
16:31 - 16:34no que refere ao que as pessoas
fazem com o seu dinheiro -
16:34 - 16:36depois da reforma.
-
16:36 - 16:38Uma última questão:
-
16:38 - 16:40Quantos de vocês se sentem confortáveis,
-
16:40 - 16:43à medida que estão a planear a reforma,
-
16:43 - 16:46por terem um plano sólido
-
16:46 - 16:48para quando se reformarem,
-
16:48 - 16:50quando reivindicarem
os benefícios da Segurança Social, -
16:50 - 16:52qual o estilo de vida que esperam,
-
16:52 - 16:55quanto vão gastar mensalmente
-
16:55 - 16:57para que não fiquem sem dinheiro?
-
16:57 - 17:01Quantos de vocês sentem
que têm um plano sólido para o futuro -
17:01 - 17:03no que se refere a decisões pós-reforma?
-
17:05 - 17:07Um, dois, três, quatro.
-
17:08 - 17:12Menos de 3% de uma audiência sofisticada.
-
17:12 - 17:14O comportamento financeiro
tem um longo caminho pela frente. -
17:14 - 17:17Existem muitas oportunidades
-
17:17 - 17:19de o tornar poderoso de novo.
-
17:21 - 17:22Obrigado.
-
17:23 - 17:25(Aplausos)
- Title:
- Poupar para Amanhã, amanhã
- Speaker:
- Shlomo Benartzi
- Description:
-
É fácil imaginar poupar dinheiro na próxima semana, mas e que tal agora mesmo? Geralmente, nós queremos gastá-lo. O economista Shlomo Benartzi diz que este é um dos maiores obstáculos para poupar o suficiente para a reforma, e pergunta: Como transformamos este desafio comportamental numa solução comportamental?
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:24
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