B. Alan Wallace, Ph.D. on science, buddhism, skepticism and meditation | Part 1
-
0:01 - 0:06Desafio o leitor a ter numa forma profunda de ceticismo
-
0:06 - 0:08desafiando nossas noções fundamentais
-
0:08 - 0:10do que a matéria é
-
0:10 - 0:11do que a fisicalidade
-
0:11 - 0:14do que a categoria inteira do que é o físico é
-
0:14 - 0:16e junto disso,
-
0:16 - 0:17desafiar muitas de nossas suposições mais profundas
-
0:17 - 0:19dentro da comunidade científica e de todo lugar
-
0:19 - 0:23sobre a natureza e origens e potenciais da consciência
-
0:23 - 0:27e o papel da consciência no universo
-
0:27 - 0:29o devaneio padrão que domina o meio acadêmico
-
0:29 - 0:32praticamente em todo o mundo
-
0:32 - 0:36insiste que tudo no universo realmente consiste de
-
0:36 - 0:40espaço, tempo, massa, energia
-
0:40 - 0:45e as propriedades que emergem da massa e da energia
-
0:45 - 0:48as funções e propriedades emergentes e as características
-
0:48 - 0:50da massa e da energia
-
0:50 - 0:55por isso, o termo fisicalismo ou materialismo científico
-
0:56 - 0:58a suposição por trás dessa visão
-
0:58 - 1:00é que o que está absolutamente lá,
-
1:00 - 1:02independentemente dos nossos conceitos humanos e
-
1:02 - 1:04independente de nossas medidas
-
1:04 - 1:06realmente é, precisamente, isto
-
1:06 - 1:09espaço, tempo, massa e energia
-
1:11 - 1:14o que as pessoas geralmente erram em não reconhecer
-
1:14 - 1:16é a própria categoria do "físico"
-
1:16 - 1:18do "mental"
-
1:18 - 1:20é uma categoria que nós humanos construímos
-
1:20 - 1:23e não apenas construímos mas re-construímos
-
1:23 - 1:25ao longo dos últimos 400 anos
-
1:25 - 1:27e, de fato, há muito mais tempo
-
1:27 - 1:29mas nos últimos 400 anos da ciência
-
1:29 - 1:31nós criamos, nós concebemos
-
1:31 - 1:33baseado em nossos modos de observação
-
1:33 - 1:36de medir, de nossas experimentações
-
1:36 - 1:39exatamente quais os parâmetros do físico são
-
1:39 - 1:42o que é matéria, o que não é matéria
-
1:42 - 1:44estas são definições humanas
-
1:44 - 1:48e essas definições humanas evoluíram com a ciência
-
1:49 - 1:55a matéria física é precisamente o que as ciências físicas
-
1:55 - 1:58são boas em medir
-
2:00 - 2:03mas a categoria, de novo, é uma idéia física
-
2:03 - 2:07então a noção que tudo no universo
-
2:07 - 2:11deve caber numa idéia que nós humanos concebemos
-
2:11 - 2:14e insistir além disso, que tudo no universo inteiro,
-
2:14 - 2:20deve caber numa idéia que concebemos agora
-
2:20 - 2:23que é a versão de 2009
-
2:23 - 2:26me parece como uma real forma de idolatria
-
2:26 - 2:30assim como os antigos judeus tinham o Bezerro de Ouro
-
2:30 - 2:32algo que criaram e veneraram
-
2:32 - 2:36e como aquilo nós criamos o Bezerro de Ouro do físico
-
2:36 - 2:37da matéria
-
2:37 - 2:39venerando-o virtualmente
-
2:39 - 2:41como a fonte de toda a realidade
-
2:41 - 2:47a fonte de toda bondade, a fonte de toda felicidade
-
2:47 - 2:49mas é uma idéia
-
2:49 - 2:51é um tipo de idolatria
-
2:51 - 2:53e, francamente, acho que é um absurdo
-
2:53 - 2:55acreditar que tudo no universo cabe em uma
-
2:55 - 2:57idéia construída que criamos baseado
-
2:57 - 3:00em tipos de medidas que nós humanos
-
3:00 - 3:04estivemos empenhados nos últimos 400 anos
-
3:04 - 3:07é na verdade pretencioso
-
3:07 - 3:09então estou sugerindo, neste livro,
-
3:09 - 3:14que olhemos além da categoria particular do físico
-
3:14 - 3:17uma vez que o próprio espaço
-
3:17 - 3:19não é composto de massa e energia
-
3:19 - 3:21o tempo não é composto de massa e energia
-
3:21 - 3:23e talvez, muito importante, as equações matemáticas
-
3:23 - 3:25as leis da natureza
-
3:25 - 3:26elas também não consistem
-
3:26 - 3:29de espaço, tempo, massa ou energia
-
3:29 - 3:31e ainda assim, quem pode negar
-
3:31 - 3:33que esses princípios matemáticos,
-
3:33 - 3:36que essas leis matemáticas da natureza, existem
-
3:36 - 3:40mas não são físicas
-
3:40 - 3:41então eu disse, antes do livro,
-
3:41 - 3:44que eu desafio o leitor a reassessar também
-
3:44 - 3:46a natureza da consciência
-
3:46 - 3:50que a ciência convencional tem assumido
-
3:50 - 3:52que a consciência simplesmente aparece
-
3:52 - 3:55de uma forma ainda inexplicável
-
3:55 - 4:00a partir de configurações complexas de...
-
4:00 - 4:02compostos químicos
-
4:02 - 4:05engajados ou interagindo com eletricidade
-
4:05 - 4:07mas ninguém está propondo exatamente
-
4:07 - 4:08como isso acontece
-
4:08 - 4:10ninguém está propondo com qualquer grau de confiança
-
4:10 - 4:12ou com confirmação empírica
-
4:12 - 4:15quando a evolução da vida neste planeta
-
4:15 - 4:18a consciência apareceu pela primeira vez
-
4:18 - 4:20e quais as condições para que aparecesse
-
4:20 - 4:22e também não sabemos como,
-
4:22 - 4:23no desenvolvimento do feto humano,
-
4:23 - 4:25dentro do útero de sua mãe,
-
4:25 - 4:27e também não sabemos quando a consciência aparece
-
4:27 - 4:30e quais as causas necessárias para que isso aconteça
-
4:30 - 4:32nós simplesmente assumimos
-
4:32 - 4:35que, de alguma forma, a consciência deve
-
4:35 - 4:39simplesmente emergir da matéria
-
4:39 - 4:40e porque
-
4:40 - 4:43porque nós somos muito bons em observar a matéria
-
4:43 - 4:46somos muito bons em observar e investigar
-
4:46 - 4:47e realizar experimentos
-
4:47 - 4:50em configurações de massa e energia
-
4:50 - 4:52mas a ciência inteira, nos últimos 400 anos,
-
4:52 - 4:54nunca concebeu nenhum meio sofisticado
-
4:54 - 4:58para observar diretamente estados de consciência
-
4:58 - 5:00a mente
-
5:00 - 5:01os processos mentais
-
5:01 - 5:04especialmente ao longo do último século
-
5:04 - 5:06a maioria esmagadora das investigações científicas
-
5:06 - 5:08sobre a natureza da mente tem sido indireta
-
5:08 - 5:11focando no que a ciência é boa em olhar
-
5:11 - 5:15o físico, o objetivo, o quantificável
-
5:15 - 5:17então certamente cientistas, psicólogos cognitivos,
-
5:17 - 5:18neurocientistas
-
5:18 - 5:20irão interrogar os outros sobre
-
5:20 - 5:22suas experiências subjetivas
-
5:22 - 5:24mas um psicólogo cognitivo comentou recentemente
-
5:24 - 5:27nós não tomamos os relatos de outras pessoas
-
5:27 - 5:29outras experiências subjetivas como fatos
-
5:29 - 5:32nós simplesmente os tomamos como relatos
-
5:32 - 5:34como dados
-
5:34 - 5:35o mesmo psicólogo cognitivo afirmou que
-
5:35 - 5:37todas os experimentos subjetivos consistem de
-
5:37 - 5:40alucinações
-
5:40 - 5:42então temos que nos basear mais
-
5:42 - 5:45nos princípios metafísicos do materialismo
-
5:45 - 5:48do que em nossas próprias experiências imediatas
-
5:48 - 5:51como se nossas experiências imediatas não contassem
-
5:51 - 5:53e nós deveríamos confiar mais
-
5:53 - 5:55nas observações da ciência
-
5:55 - 5:57como se tivessem um acesso especial
-
5:57 - 5:59e nas suposições metafísicas de que tudo
-
5:59 - 6:01deve se resumir matéria
-
6:01 - 6:03e nas propriedades emergentes da matéria
-
6:03 - 6:07esse modo de pensar de ignorar ou marginalizar
-
6:07 - 6:09a experiência em primeira pessoa
-
6:09 - 6:12e insistir que princípios metafísicos
-
6:12 - 6:16que agradam à autoridade de uma certa comunidade
-
6:16 - 6:19é exatamente o modo de pensar
-
6:19 - 6:21do classicismo medieval
-
6:21 - 6:23é exatamente o jeito de pensar
-
6:23 - 6:25que os pioneiros da revolução científica
-
6:25 - 6:29se rebeleram contra
-
6:29 - 6:31é dito que os escolásticos
-
6:31 - 6:33que os filósofos escolásticos em particular
-
6:33 - 6:35se negavam a olhar pelo telescópio de Galileu
-
6:35 - 6:37ou telescópios comparáveis aos dele
-
6:37 - 6:39porque tinham certeza que se vissem algo
-
6:39 - 6:43que refutasse suas próprias suposições metafísicas
-
6:43 - 6:45baseadas na Bíblia, baseadas em Aristóteles
-
6:45 - 6:47e outros pensadores gregos
-
6:47 - 6:49se eles vissem qualquer coisa que refutasse
-
6:49 - 6:51o que eles acreditavam ser verdade
-
6:51 - 6:55eles teriam certeza que o que eles viam devia ser alucinação
-
6:55 - 6:57e portanto não deveria ser dado qualquer crédito
-
6:57 - 7:01poderia ser ignorado, marginalizado
-
7:02 - 7:04esta é exatamente a atitude
-
7:04 - 7:06de muitos cientistas cognitivos hoje
-
7:06 - 7:10se você nota algo ao observar sua própria mente
-
7:10 - 7:13que viole princípios do materialismo científico
-
7:13 - 7:15você deve estar observando uma alucinação
-
7:15 - 7:19sua direta observação de sua própria mente não conta
-
7:19 - 7:21e, de fato, psicólogos cognitivos
-
7:21 - 7:23neurofisiólogos cognitivos
-
7:23 - 7:25não desenvolveram nenhum meio de observar
-
7:25 - 7:28estados mentais de nenhuma maneira
-
7:28 - 7:29eles vivem nas mãos de amadores
-
7:29 - 7:32mas dizem que os relatos dos amadores não são factuais
-
7:32 - 7:35eles são simplesmente o que os amadores disseram
-
7:35 - 7:38então estamos agora em uma situação
-
7:38 - 7:39no que diz respeito à consciência
-
7:39 - 7:42e, de fato, à mente
-
7:42 - 7:46comparável ao que filósofos naturais medievais
-
7:46 - 7:50estavam envolvidos no início do Século 17
-
7:50 - 7:53uma igreja massiva e muito poderosa
-
7:53 - 7:55mas algumas pessoas, como Galileu,
-
7:55 - 7:57que eram empiricistas verdadeiros
-
7:57 - 7:59e insistiam que não iam perceber com nossos sensos
-
7:59 - 8:01quando olhamos pro céu
-
8:01 - 8:03observando o sol, a lua e as estrelas
-
8:03 - 8:05se nós vermos algo diretamente
-
8:05 - 8:08especialmente usando métodos sofisticados de observação
-
8:08 - 8:15que supera as suposições, ou refuta as suposições
-
8:15 - 8:16do escolacicismo medieval
-
8:16 - 8:18essas suposições devem morrer
-
8:18 - 8:21e nós nos basearemos primeiramente nas experiências
-
8:21 - 8:24esta é a visão dos contemplativos budistas
-
8:24 - 8:26e de outros contemplativos pelo mundo
-
8:26 - 8:30nós nos basearemos primeiro na experiência imediata
-
8:30 - 8:33da natureza da mente, de estados de consciência
-
8:33 - 8:35e nós vamos sondar os espaços da mente
-
8:35 - 8:38como astrônomos sondaram o espaço físico
-
8:38 - 8:41o espaço do universo
-
8:41 - 8:43e então contemplativos budistas e outros
-
8:43 - 8:45tem encontrado dimensões múltiplas
-
8:45 - 8:49tem encontrado dimensões de consciência
-
8:49 - 8:53que estão por baixo da nossa psiqué ordinária
-
8:53 - 8:57da mente consciente e subconsciente
-
8:57 - 8:59chamada de consciência substrata
-
8:59 - 9:03que é bem-aventurada, luminosa e não-conceitual
-
9:03 - 9:06e que não surge da matéria
-
9:06 - 9:11não surge da atividade neurológica no cérebro
-
9:11 - 9:13não surge da matéria de qualquer tipo
-
9:13 - 9:16não é material, não surge do material
-
9:16 - 9:19é condicionada pela matéria
-
9:19 - 9:21mas não surge da matéria
-
9:21 - 9:23uma dimensão mais profunda da consciência
-
9:23 - 9:25aqueles que acessam a consciência substrata
-
9:25 - 9:28o contínuo sutil da consciência mental
-
9:28 - 9:30usam isso como uma plataforma
-
9:30 - 9:33como lançar um telescópio Hubble
-
9:33 - 9:36além da atmosfera
-
9:36 - 9:37do nosso planeta
-
9:37 - 9:39para poderem sondar no espaço profundo
-
9:39 - 9:41para além das distorções
-
9:41 - 9:44da atmosfera, da contaminação da atmosfera
-
9:44 - 9:46da luz, da poluição e assim por diante
-
9:46 - 9:49e permitiram-lhes sondar muito mais profundamente
-
9:49 - 9:51o espaço do universo
-
9:51 - 9:54da mesma maneira, aqueles que lançaram suas mentes
-
9:54 - 9:57na órbita, no substrato da consciência
-
9:57 -usaram isso como uma plataforma para sondar
-
Not Synced(continua na parte 2)
- Title:
- B. Alan Wallace, Ph.D. on science, buddhism, skepticism and meditation | Part 1
- Description:
-
Prof. B. Alan Wallace talks about his new book, HIDDEN DIMENSIONS, and sums up his lecture at Temple Caminho do Meio (Viamão/RS, Brazil) on 9th July 2009.
More videos at http://sbinstitute.com/
- Video Language:
- English
- Duration:
- 09:59