[Script Info] Title: [Events] Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text Dialogue: 0,0:00:01.47,0:00:05.80,Default,,0000,0000,0000,,Desafio o leitor a ter numa forma profunda de ceticismo Dialogue: 0,0:00:05.80,0:00:08.40,Default,,0000,0000,0000,,desafiando nossas noções fundamentais Dialogue: 0,0:00:08.40,0:00:09.96,Default,,0000,0000,0000,,do que a matéria é Dialogue: 0,0:00:09.96,0:00:11.22,Default,,0000,0000,0000,,do que a fisicalidade Dialogue: 0,0:00:11.22,0:00:14.32,Default,,0000,0000,0000,,do que a categoria inteira do que é o físico é Dialogue: 0,0:00:14.42,0:00:15.73,Default,,0000,0000,0000,,e junto disso, Dialogue: 0,0:00:15.73,0:00:17.42,Default,,0000,0000,0000,,desafiar muitas de nossas suposições mais profundas Dialogue: 0,0:00:17.42,0:00:19.27,Default,,0000,0000,0000,,dentro da comunidade científica e de todo lugar Dialogue: 0,0:00:19.27,0:00:22.76,Default,,0000,0000,0000,,sobre a natureza e origens e potenciais da consciência Dialogue: 0,0:00:22.76,0:00:26.53,Default,,0000,0000,0000,,e o papel da consciência no universo Dialogue: 0,0:00:26.53,0:00:29.27,Default,,0000,0000,0000,,o devaneio padrão que domina o meio acadêmico Dialogue: 0,0:00:29.27,0:00:31.53,Default,,0000,0000,0000,,praticamente em todo o mundo Dialogue: 0,0:00:31.53,0:00:36.40,Default,,0000,0000,0000,,insiste que tudo no universo realmente consiste de Dialogue: 0,0:00:36.40,0:00:40.33,Default,,0000,0000,0000,,espaço, tempo, massa, energia Dialogue: 0,0:00:40.33,0:00:45.16,Default,,0000,0000,0000,,e as propriedades que emergem da massa e da energia Dialogue: 0,0:00:45.16,0:00:48.25,Default,,0000,0000,0000,,as funções e propriedades emergentes e as características Dialogue: 0,0:00:48.25,0:00:50.08,Default,,0000,0000,0000,,da massa e da energia Dialogue: 0,0:00:50.08,0:00:54.94,Default,,0000,0000,0000,,por isso, o termo fisicalismo ou materialismo científico Dialogue: 0,0:00:56.20,0:00:58.00,Default,,0000,0000,0000,,a suposição por trás dessa visão Dialogue: 0,0:00:58.00,0:00:59.93,Default,,0000,0000,0000,,é que o que está absolutamente lá, Dialogue: 0,0:00:59.93,0:01:01.87,Default,,0000,0000,0000,,independentemente dos nossos conceitos humanos e Dialogue: 0,0:01:01.87,0:01:03.73,Default,,0000,0000,0000,,independente de nossas medidas Dialogue: 0,0:01:03.73,0:01:05.50,Default,,0000,0000,0000,,realmente é, precisamente, isto Dialogue: 0,0:01:05.50,0:01:08.87,Default,,0000,0000,0000,,espaço, tempo, massa e energia Dialogue: 0,0:01:10.53,0:01:13.73,Default,,0000,0000,0000,,o que as pessoas geralmente erram em não reconhecer Dialogue: 0,0:01:13.73,0:01:16.44,Default,,0000,0000,0000,,é a própria categoria do "físico" Dialogue: 0,0:01:16.44,0:01:18.11,Default,,0000,0000,0000,,do "mental" Dialogue: 0,0:01:18.11,0:01:20.43,Default,,0000,0000,0000,,é uma categoria que nós humanos construímos Dialogue: 0,0:01:20.43,0:01:23.13,Default,,0000,0000,0000,,e não apenas construímos mas re-construímos Dialogue: 0,0:01:23.13,0:01:25.07,Default,,0000,0000,0000,,ao longo dos últimos 400 anos Dialogue: 0,0:01:25.07,0:01:26.68,Default,,0000,0000,0000,,e, de fato, há muito mais tempo Dialogue: 0,0:01:26.68,0:01:28.60,Default,,0000,0000,0000,,mas nos últimos 400 anos da ciência Dialogue: 0,0:01:28.60,0:01:30.53,Default,,0000,0000,0000,,nós criamos, nós concebemos Dialogue: 0,0:01:30.53,0:01:32.67,Default,,0000,0000,0000,,baseado em nossos modos de observação Dialogue: 0,0:01:32.67,0:01:35.60,Default,,0000,0000,0000,,de medir, de nossas experimentações Dialogue: 0,0:01:35.60,0:01:39.47,Default,,0000,0000,0000,,exatamente quais os parâmetros do físico são Dialogue: 0,0:01:39.47,0:01:42.00,Default,,0000,0000,0000,,o que é matéria, o que não é matéria Dialogue: 0,0:01:42.00,0:01:43.80,Default,,0000,0000,0000,,estas são definições humanas Dialogue: 0,0:01:43.80,0:01:47.78,Default,,0000,0000,0000,,e essas definições humanas evoluíram com a ciência Dialogue: 0,0:01:49.38,0:01:55.17,Default,,0000,0000,0000,,a matéria física é precisamente o que as ciências físicas Dialogue: 0,0:01:55.17,0:01:57.94,Default,,0000,0000,0000,,são boas em medir Dialogue: 0,0:01:59.82,0:02:03.20,Default,,0000,0000,0000,,mas a categoria, de novo, é uma idéia física Dialogue: 0,0:02:03.20,0:02:06.60,Default,,0000,0000,0000,,então a noção que tudo no universo Dialogue: 0,0:02:06.60,0:02:11.07,Default,,0000,0000,0000,,deve caber numa idéia que nós humanos concebemos Dialogue: 0,0:02:11.07,0:02:14.40,Default,,0000,0000,0000,,e insistir além disso, que tudo no universo inteiro, Dialogue: 0,0:02:14.40,0:02:19.67,Default,,0000,0000,0000,,deve caber numa idéia que concebemos agora Dialogue: 0,0:02:19.67,0:02:22.90,Default,,0000,0000,0000,,que é a versão de 2009 Dialogue: 0,0:02:22.90,0:02:25.98,Default,,0000,0000,0000,,me parece como uma real forma de idolatria Dialogue: 0,0:02:25.98,0:02:29.60,Default,,0000,0000,0000,,assim como os antigos judeus tinham o Bezerro de Ouro Dialogue: 0,0:02:29.60,0:02:32.23,Default,,0000,0000,0000,,algo que criaram e veneraram Dialogue: 0,0:02:32.23,0:02:35.80,Default,,0000,0000,0000,,e como aquilo nós criamos o Bezerro de Ouro do físico Dialogue: 0,0:02:35.80,0:02:37.47,Default,,0000,0000,0000,,da matéria Dialogue: 0,0:02:37.47,0:02:39.33,Default,,0000,0000,0000,,venerando-o virtualmente Dialogue: 0,0:02:39.33,0:02:41.05,Default,,0000,0000,0000,,como a fonte de toda a realidade Dialogue: 0,0:02:41.05,0:02:47.13,Default,,0000,0000,0000,,a fonte de toda bondade, a fonte de toda felicidade Dialogue: 0,0:02:47.13,0:02:49.00,Default,,0000,0000,0000,,mas é uma idéia Dialogue: 0,0:02:49.00,0:02:51.22,Default,,0000,0000,0000,,é um tipo de idolatria Dialogue: 0,0:02:51.22,0:02:53.20,Default,,0000,0000,0000,,e, francamente, acho que é um absurdo Dialogue: 0,0:02:53.20,0:02:55.33,Default,,0000,0000,0000,,acreditar que tudo no universo cabe em uma Dialogue: 0,0:02:55.33,0:02:57.47,Default,,0000,0000,0000,,idéia construída que criamos baseado Dialogue: 0,0:02:57.47,0:02:59.93,Default,,0000,0000,0000,,em tipos de medidas que nós humanos Dialogue: 0,0:02:59.93,0:03:03.67,Default,,0000,0000,0000,,estivemos empenhados nos últimos 400 anos Dialogue: 0,0:03:03.67,0:03:06.55,Default,,0000,0000,0000,,é na verdade pretencioso Dialogue: 0,0:03:06.55,0:03:09.22,Default,,0000,0000,0000,,então estou sugerindo, neste livro, Dialogue: 0,0:03:09.22,0:03:14.30,Default,,0000,0000,0000,,que olhemos além da categoria particular do físico Dialogue: 0,0:03:14.30,0:03:17.00,Default,,0000,0000,0000,,uma vez que o próprio espaço Dialogue: 0,0:03:17.00,0:03:18.93,Default,,0000,0000,0000,,não é composto de massa e energia Dialogue: 0,0:03:18.93,0:03:20.55,Default,,0000,0000,0000,,o tempo não é composto de massa e energia Dialogue: 0,0:03:20.55,0:03:23.22,Default,,0000,0000,0000,,e talvez, muito importante, as equações matemáticas Dialogue: 0,0:03:23.22,0:03:24.67,Default,,0000,0000,0000,,as leis da natureza Dialogue: 0,0:03:24.67,0:03:26.47,Default,,0000,0000,0000,,elas também não consistem Dialogue: 0,0:03:26.47,0:03:29.00,Default,,0000,0000,0000,,de espaço, tempo, massa ou energia Dialogue: 0,0:03:29.00,0:03:30.98,Default,,0000,0000,0000,,e ainda assim, quem pode negar Dialogue: 0,0:03:30.98,0:03:32.88,Default,,0000,0000,0000,,que esses princípios matemáticos, Dialogue: 0,0:03:32.88,0:03:35.53,Default,,0000,0000,0000,,que essas leis matemáticas da natureza, existem Dialogue: 0,0:03:35.53,0:03:39.73,Default,,0000,0000,0000,,mas não são físicas Dialogue: 0,0:03:39.73,0:03:41.36,Default,,0000,0000,0000,,então eu disse, antes do livro, Dialogue: 0,0:03:41.36,0:03:44.33,Default,,0000,0000,0000,,que eu desafio o leitor a reassessar também Dialogue: 0,0:03:44.33,0:03:46.40,Default,,0000,0000,0000,,a natureza da consciência Dialogue: 0,0:03:46.40,0:03:49.60,Default,,0000,0000,0000,,que a ciência convencional tem assumido Dialogue: 0,0:03:49.60,0:03:51.87,Default,,0000,0000,0000,,que a consciência simplesmente aparece Dialogue: 0,0:03:51.87,0:03:54.53,Default,,0000,0000,0000,,de uma forma ainda inexplicável Dialogue: 0,0:03:54.53,0:03:59.53,Default,,0000,0000,0000,,a partir de configurações complexas de... Dialogue: 0,0:03:59.53,0:04:01.87,Default,,0000,0000,0000,,compostos químicos Dialogue: 0,0:04:01.87,0:04:05.18,Default,,0000,0000,0000,,engajados ou interagindo com eletricidade Dialogue: 0,0:04:05.18,0:04:07.01,Default,,0000,0000,0000,,mas ninguém está propondo exatamente Dialogue: 0,0:04:07.01,0:04:08.27,Default,,0000,0000,0000,,como isso acontece Dialogue: 0,0:04:08.27,0:04:10.43,Default,,0000,0000,0000,,ninguém está propondo com qualquer grau de confiança Dialogue: 0,0:04:10.43,0:04:12.40,Default,,0000,0000,0000,,ou com confirmação empírica Dialogue: 0,0:04:12.40,0:04:15.00,Default,,0000,0000,0000,,quando a evolução da vida neste planeta Dialogue: 0,0:04:15.00,0:04:17.60,Default,,0000,0000,0000,,a consciência apareceu pela primeira vez Dialogue: 0,0:04:17.60,0:04:20.00,Default,,0000,0000,0000,,e quais as condições para que aparecesse Dialogue: 0,0:04:20.26,0:04:22.04,Default,,0000,0000,0000,,e também não sabemos como, Dialogue: 0,0:04:22.04,0:04:23.34,Default,,0000,0000,0000,,no desenvolvimento do feto humano, Dialogue: 0,0:04:23.34,0:04:25.40,Default,,0000,0000,0000,,dentro do útero de sua mãe, Dialogue: 0,0:04:25.40,0:04:27.24,Default,,0000,0000,0000,,e também não sabemos quando a consciência aparece Dialogue: 0,0:04:27.24,0:04:29.67,Default,,0000,0000,0000,,e quais as causas necessárias para que isso aconteça Dialogue: 0,0:04:29.67,0:04:32.07,Default,,0000,0000,0000,,nós simplesmente assumimos Dialogue: 0,0:04:32.07,0:04:34.67,Default,,0000,0000,0000,,que, de alguma forma, a consciência deve Dialogue: 0,0:04:34.67,0:04:38.73,Default,,0000,0000,0000,,simplesmente emergir da matéria Dialogue: 0,0:04:38.73,0:04:40.47,Default,,0000,0000,0000,,e porque Dialogue: 0,0:04:40.47,0:04:42.67,Default,,0000,0000,0000,,porque nós somos muito bons em observar a matéria Dialogue: 0,0:04:42.67,0:04:45.73,Default,,0000,0000,0000,,somos muito bons em observar e investigar Dialogue: 0,0:04:45.73,0:04:47.40,Default,,0000,0000,0000,,e realizar experimentos Dialogue: 0,0:04:47.40,0:04:50.33,Default,,0000,0000,0000,,em configurações de massa e energia Dialogue: 0,0:04:50.33,0:04:52.20,Default,,0000,0000,0000,,mas a ciência inteira, nos últimos 400 anos, Dialogue: 0,0:04:52.20,0:04:54.47,Default,,0000,0000,0000,,nunca concebeu nenhum meio sofisticado Dialogue: 0,0:04:54.47,0:04:58.08,Default,,0000,0000,0000,,para observar diretamente estados de consciência Dialogue: 0,0:04:58.08,0:04:59.53,Default,,0000,0000,0000,,a mente Dialogue: 0,0:04:59.53,0:05:01.40,Default,,0000,0000,0000,,os processos mentais Dialogue: 0,0:05:01.40,0:05:03.90,Default,,0000,0000,0000,,especialmente ao longo do último século Dialogue: 0,0:05:03.90,0:05:06.00,Default,,0000,0000,0000,,a maioria esmagadora das investigações científicas Dialogue: 0,0:05:06.00,0:05:08.41,Default,,0000,0000,0000,,sobre a natureza da mente tem sido indireta Dialogue: 0,0:05:08.41,0:05:10.87,Default,,0000,0000,0000,,focando no que a ciência é boa em olhar Dialogue: 0,0:05:10.87,0:05:14.67,Default,,0000,0000,0000,,o físico, o objetivo, o quantificável Dialogue: 0,0:05:14.67,0:05:16.73,Default,,0000,0000,0000,,então certamente cientistas, psicólogos cognitivos, Dialogue: 0,0:05:16.73,0:05:18.32,Default,,0000,0000,0000,,neurocientistas Dialogue: 0,0:05:18.32,0:05:19.90,Default,,0000,0000,0000,,irão interrogar os outros sobre Dialogue: 0,0:05:19.90,0:05:21.74,Default,,0000,0000,0000,,suas experiências subjetivas Dialogue: 0,0:05:21.74,0:05:24.07,Default,,0000,0000,0000,,mas um psicólogo cognitivo comentou recentemente Dialogue: 0,0:05:24.07,0:05:26.67,Default,,0000,0000,0000,,nós não tomamos os relatos de outras pessoas Dialogue: 0,0:05:26.67,0:05:29.30,Default,,0000,0000,0000,,outras experiências subjetivas como fatos Dialogue: 0,0:05:29.30,0:05:31.93,Default,,0000,0000,0000,,nós simplesmente os tomamos como relatos Dialogue: 0,0:05:31.93,0:05:33.53,Default,,0000,0000,0000,,como dados Dialogue: 0,0:05:33.53,0:05:35.40,Default,,0000,0000,0000,,o mesmo psicólogo cognitivo afirmou que Dialogue: 0,0:05:35.40,0:05:37.27,Default,,0000,0000,0000,,todas os experimentos subjetivos consistem de Dialogue: 0,0:05:37.27,0:05:39.87,Default,,0000,0000,0000,,alucinações Dialogue: 0,0:05:39.87,0:05:41.67,Default,,0000,0000,0000,,então temos que nos basear mais Dialogue: 0,0:05:41.67,0:05:44.87,Default,,0000,0000,0000,,nos princípios metafísicos do materialismo Dialogue: 0,0:05:44.87,0:05:47.73,Default,,0000,0000,0000,,do que em nossas próprias experiências imediatas Dialogue: 0,0:05:47.73,0:05:50.87,Default,,0000,0000,0000,,como se nossas experiências imediatas não contassem Dialogue: 0,0:05:50.87,0:05:52.73,Default,,0000,0000,0000,,e nós deveríamos confiar mais Dialogue: 0,0:05:52.73,0:05:54.57,Default,,0000,0000,0000,,nas observações da ciência Dialogue: 0,0:05:54.57,0:05:56.67,Default,,0000,0000,0000,,como se tivessem um acesso especial Dialogue: 0,0:05:56.67,0:05:58.66,Default,,0000,0000,0000,,e nas suposições metafísicas de que tudo Dialogue: 0,0:05:58.66,0:06:00.82,Default,,0000,0000,0000,,deve se resumir matéria Dialogue: 0,0:06:00.82,0:06:03.47,Default,,0000,0000,0000,,e nas propriedades emergentes da matéria Dialogue: 0,0:06:03.47,0:06:07.33,Default,,0000,0000,0000,,esse modo de pensar de ignorar ou marginalizar Dialogue: 0,0:06:07.33,0:06:09.34,Default,,0000,0000,0000,,a experiência em primeira pessoa Dialogue: 0,0:06:09.34,0:06:11.93,Default,,0000,0000,0000,,e insistir que princípios metafísicos Dialogue: 0,0:06:11.93,0:06:16.27,Default,,0000,0000,0000,,que agradam à autoridade de uma certa comunidade Dialogue: 0,0:06:16.27,0:06:18.60,Default,,0000,0000,0000,,é exatamente o modo de pensar Dialogue: 0,0:06:18.60,0:06:20.67,Default,,0000,0000,0000,,do classicismo medieval Dialogue: 0,0:06:20.67,0:06:22.90,Default,,0000,0000,0000,,é exatamente o jeito de pensar Dialogue: 0,0:06:22.90,0:06:25.27,Default,,0000,0000,0000,,que os pioneiros da revolução científica Dialogue: 0,0:06:25.27,0:06:29.49,Default,,0000,0000,0000,,se rebeleram contra Dialogue: 0,0:06:29.49,0:06:31.20,Default,,0000,0000,0000,,é dito que os escolásticos Dialogue: 0,0:06:31.20,0:06:33.13,Default,,0000,0000,0000,,que os filósofos escolásticos em particular Dialogue: 0,0:06:33.13,0:06:34.93,Default,,0000,0000,0000,,se negavam a olhar pelo telescópio de Galileu Dialogue: 0,0:06:34.93,0:06:36.83,Default,,0000,0000,0000,,ou telescópios comparáveis aos dele Dialogue: 0,0:06:36.83,0:06:38.66,Default,,0000,0000,0000,,porque tinham certeza que se vissem algo Dialogue: 0,0:06:38.66,0:06:42.82,Default,,0000,0000,0000,,que refutasse suas próprias suposições metafísicas Dialogue: 0,0:06:42.82,0:06:44.93,Default,,0000,0000,0000,,baseadas na Bíblia, baseadas em Aristóteles Dialogue: 0,0:06:44.93,0:06:46.87,Default,,0000,0000,0000,,e outros pensadores gregos Dialogue: 0,0:06:46.87,0:06:48.67,Default,,0000,0000,0000,,se eles vissem qualquer coisa que refutasse Dialogue: 0,0:06:48.67,0:06:50.93,Default,,0000,0000,0000,,o que eles acreditavam ser verdade Dialogue: 0,0:06:50.93,0:06:54.60,Default,,0000,0000,0000,,eles teriam certeza que o que eles viam devia ser alucinação Dialogue: 0,0:06:54.60,0:06:57.00,Default,,0000,0000,0000,,e portanto não deveria ser dado qualquer crédito Dialogue: 0,0:06:57.00,0:07:00.55,Default,,0000,0000,0000,,poderia ser ignorado, marginalizado Dialogue: 0,0:07:02.37,0:07:04.13,Default,,0000,0000,0000,,esta é exatamente a atitude Dialogue: 0,0:07:04.13,0:07:06.13,Default,,0000,0000,0000,,de muitos cientistas cognitivos hoje Dialogue: 0,0:07:06.13,0:07:09.96,Default,,0000,0000,0000,,se você nota algo ao observar sua própria mente Dialogue: 0,0:07:09.96,0:07:12.63,Default,,0000,0000,0000,,que viole princípios do materialismo científico Dialogue: 0,0:07:12.63,0:07:15.28,Default,,0000,0000,0000,,você deve estar observando uma alucinação Dialogue: 0,0:07:15.28,0:07:19.00,Default,,0000,0000,0000,,sua direta observação de sua própria mente não conta Dialogue: 0,0:07:19.00,0:07:21.07,Default,,0000,0000,0000,,e, de fato, psicólogos cognitivos Dialogue: 0,0:07:21.07,0:07:23.00,Default,,0000,0000,0000,,neurofisiólogos cognitivos Dialogue: 0,0:07:23.00,0:07:25.33,Default,,0000,0000,0000,,não desenvolveram nenhum meio de observar Dialogue: 0,0:07:25.33,0:07:27.70,Default,,0000,0000,0000,,estados mentais de nenhuma maneira Dialogue: 0,0:07:27.70,0:07:29.47,Default,,0000,0000,0000,,eles vivem nas mãos de amadores Dialogue: 0,0:07:29.47,0:07:31.53,Default,,0000,0000,0000,,mas dizem que os relatos dos amadores não são factuais Dialogue: 0,0:07:31.53,0:07:35.33,Default,,0000,0000,0000,,eles são simplesmente o que os amadores disseram Dialogue: 0,0:07:35.33,0:07:37.67,Default,,0000,0000,0000,,então estamos agora em uma situação Dialogue: 0,0:07:37.67,0:07:39.47,Default,,0000,0000,0000,,no que diz respeito à consciência Dialogue: 0,0:07:39.47,0:07:41.73,Default,,0000,0000,0000,,e, de fato, à mente Dialogue: 0,0:07:41.73,0:07:46.27,Default,,0000,0000,0000,,comparável ao que filósofos naturais medievais Dialogue: 0,0:07:46.27,0:07:49.95,Default,,0000,0000,0000,,estavam envolvidos no início do Século 17 Dialogue: 0,0:07:49.95,0:07:52.62,Default,,0000,0000,0000,,uma igreja massiva e muito poderosa Dialogue: 0,0:07:52.62,0:07:54.73,Default,,0000,0000,0000,,mas algumas pessoas, como Galileu, Dialogue: 0,0:07:54.73,0:07:56.73,Default,,0000,0000,0000,,que eram empiricistas verdadeiros Dialogue: 0,0:07:56.73,0:07:58.96,Default,,0000,0000,0000,,e insistiam que não iam perceber com nossos sensos Dialogue: 0,0:07:58.96,0:08:01.07,Default,,0000,0000,0000,,quando olhamos pro céu Dialogue: 0,0:08:01.07,0:08:03.21,Default,,0000,0000,0000,,observando o sol, a lua e as estrelas Dialogue: 0,0:08:03.21,0:08:05.04,Default,,0000,0000,0000,,se nós vermos algo diretamente Dialogue: 0,0:08:05.04,0:08:08.00,Default,,0000,0000,0000,,especialmente usando métodos sofisticados de observação Dialogue: 0,0:08:08.00,0:08:14.73,Default,,0000,0000,0000,,que supera as suposições, ou refuta as suposições Dialogue: 0,0:08:14.73,0:08:16.47,Default,,0000,0000,0000,,do escolacicismo medieval Dialogue: 0,0:08:16.47,0:08:18.00,Default,,0000,0000,0000,,essas suposições devem morrer Dialogue: 0,0:08:18.00,0:08:21.20,Default,,0000,0000,0000,,e nós nos basearemos primeiramente nas experiências Dialogue: 0,0:08:21.20,0:08:23.62,Default,,0000,0000,0000,,esta é a visão dos contemplativos budistas Dialogue: 0,0:08:23.62,0:08:25.62,Default,,0000,0000,0000,,e de outros contemplativos pelo mundo Dialogue: 0,0:08:25.62,0:08:29.53,Default,,0000,0000,0000,,nós nos basearemos primeiro na experiência imediata Dialogue: 0,0:08:29.53,0:08:32.88,Default,,0000,0000,0000,,da natureza da mente, de estados de consciência Dialogue: 0,0:08:32.88,0:08:35.27,Default,,0000,0000,0000,,e nós vamos sondar os espaços da mente Dialogue: 0,0:08:35.27,0:08:38.47,Default,,0000,0000,0000,,como astrônomos sondaram o espaço físico Dialogue: 0,0:08:38.47,0:08:41.00,Default,,0000,0000,0000,,o espaço do universo Dialogue: 0,0:08:41.00,0:08:42.96,Default,,0000,0000,0000,,e então contemplativos budistas e outros Dialogue: 0,0:08:42.96,0:08:45.07,Default,,0000,0000,0000,,tem encontrado dimensões múltiplas Dialogue: 0,0:08:45.07,0:08:49.13,Default,,0000,0000,0000,,tem encontrado dimensões de consciência Dialogue: 0,0:08:49.13,0:08:53.33,Default,,0000,0000,0000,,que estão por baixo da nossa psiqué ordinária Dialogue: 0,0:08:53.33,0:08:56.73,Default,,0000,0000,0000,,da mente consciente e subconsciente Dialogue: 0,0:08:56.73,0:08:59.13,Default,,0000,0000,0000,,chamada de consciência substrata Dialogue: 0,0:08:59.13,0:09:03.12,Default,,0000,0000,0000,,que é bem-aventurada, luminosa e não-conceitual Dialogue: 0,0:09:03.12,0:09:05.53,Default,,0000,0000,0000,,e que não surge da matéria Dialogue: 0,0:09:05.53,0:09:10.62,Default,,0000,0000,0000,,não surge da atividade neurológica no cérebro Dialogue: 0,0:09:10.62,0:09:13.33,Default,,0000,0000,0000,,não surge da matéria de qualquer tipo Dialogue: 0,0:09:13.33,0:09:15.73,Default,,0000,0000,0000,,não é material, não surge do material Dialogue: 0,0:09:15.73,0:09:18.60,Default,,0000,0000,0000,,é condicionada pela matéria Dialogue: 0,0:09:18.60,0:09:20.67,Default,,0000,0000,0000,,mas não surge da matéria Dialogue: 0,0:09:20.67,0:09:22.87,Default,,0000,0000,0000,,uma dimensão mais profunda da consciência Dialogue: 0,0:09:22.87,0:09:25.47,Default,,0000,0000,0000,,aqueles que acessam a consciência substrata Dialogue: 0,0:09:25.47,0:09:28.00,Default,,0000,0000,0000,,o contínuo sutil da consciência mental Dialogue: 0,0:09:28.00,0:09:29.80,Default,,0000,0000,0000,,usam isso como uma plataforma Dialogue: 0,0:09:29.80,0:09:33.07,Default,,0000,0000,0000,,como lançar um telescópio Hubble Dialogue: 0,0:09:33.07,0:09:35.73,Default,,0000,0000,0000,,além da atmosfera Dialogue: 0,0:09:35.73,0:09:37.47,Default,,0000,0000,0000,,do nosso planeta Dialogue: 0,0:09:37.47,0:09:39.40,Default,,0000,0000,0000,,para poderem sondar no espaço profundo Dialogue: 0,0:09:39.40,0:09:41.29,Default,,0000,0000,0000,,para além das distorções Dialogue: 0,0:09:41.29,0:09:44.28,Default,,0000,0000,0000,,da atmosfera, da contaminação da atmosfera Dialogue: 0,0:09:44.28,0:09:46.20,Default,,0000,0000,0000,,da luz, da poluição e assim por diante Dialogue: 0,0:09:46.20,0:09:48.70,Default,,0000,0000,0000,,e permitiram-lhes sondar muito mais profundamente Dialogue: 0,0:09:48.70,0:09:51.13,Default,,0000,0000,0000,,o espaço do universo Dialogue: 0,0:09:51.13,0:09:54.20,Default,,0000,0000,0000,,da mesma maneira, aqueles que lançaram suas mentes Dialogue: 0,0:09:54.20,0:09:57.47,Default,,0000,0000,0000,,na órbita, no substrato da consciência Dialogue: 0,0:09:57.47,9:59:59.99,Default,,0000,0000,0000,,usaram isso como uma plataforma para sondar Dialogue: 0,9:59:59.99,9:59:59.99,Default,,0000,0000,0000,,(continua na parte 2)