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A matemática do amor

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    Hoje eu quero falar com vocês
    sobre a matemática do amor.
  • 0:05 - 0:07
    Bem, acho que todos concordamos
  • 0:07 - 0:12
    que os matemáticos são conhecidos
    por sua excelência em encontrar amor.
  • 0:12 - 0:15
    Mas não é só por causa
    de nossa personalidade arrojada,
  • 0:15 - 0:20
    habilidades superiores de conversa
    e excelentes estojos de lápis.
  • 0:20 - 0:24
    É também porque já trabalhamos
    extensamente na matemática
  • 0:24 - 0:26
    de como encontrar o parceiro perfeito.
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    No meu artigo preferido
    sobre o assunto, que se chama:
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    "Por Que Eu Não Tenho Namorada"
    (Risos)
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    Peter Backus tenta avaliar
    sua chance de encontrar amor.
  • 0:37 - 0:39
    Peter não é muito ganancioso.
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    De todas as mulheres
    disponíveis no Reino Unido,
  • 0:42 - 0:45
    tudo o que Peter quer é alguém
    que more perto dele,
  • 0:45 - 0:47
    alguém na faixa de idade certa,
  • 0:47 - 0:49
    alguém com um diploma universitário,
  • 0:49 - 0:52
    alguém com quem
    ele provavelmente vai se dar bem,
  • 0:52 - 0:54
    alguém que provavelmente seja atraente,
  • 0:54 - 0:56
    alguém que provavelmente
    também o ache atraente.
  • 0:56 - 0:59
    (Risos)
  • 0:59 - 1:04
    O que resulta numa estimativa
    de 26 mulheres em todo o Reino Unido.
  • 1:05 - 1:08
    Não parece muito bom, não é, Peter?
  • 1:08 - 1:09
    Agora, só para colocar em perspectiva,
  • 1:09 - 1:13
    isso é 400 vezes menos
    do que as melhores estimativas
  • 1:13 - 1:17
    de quantas formas inteligentes
    de vida extraterrestre existem.
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    E também dá ao Peter
    uma chance de 1 em 285 mil
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    de se esbarrar com qualquer
    uma dessas moças especiais
  • 1:24 - 1:25
    em uma saída à noite.
  • 1:25 - 1:28
    Gosto de pensar que é por isso
    que os matemáticos
  • 1:28 - 1:31
    não se preocupam mais em sair à noite.
  • 1:31 - 1:33
    O fato é que eu, pessoalmente,
  • 1:33 - 1:35
    não aceito uma visão tão pessimista assim.
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    Porque eu sei, tão bem quanto todos vocês,
  • 1:38 - 1:40
    que o amor não funciona bem assim.
  • 1:40 - 1:45
    A emoção humana não é bem organizada,
    racional e facilmente previsível.
  • 1:45 - 1:48
    Mas também sei que isso não significa
  • 1:48 - 1:51
    que a matemática não tem
    nada para nos oferecer
  • 1:51 - 1:55
    porque o amor, assim como muito da vida,
    está cheio de padrões
  • 1:55 - 1:59
    e a matemática, fundamentalmente,
    trata-se do estudo de padrões.
  • 1:59 - 2:03
    Padrões desde previsão do tempo
    a variações do mercado de ações,
  • 2:03 - 2:07
    ao movimento dos planetas
    ou ao crescimento das cidades.
  • 2:07 - 2:09
    E sendo sinceros, nenhuma dessas coisas
  • 2:09 - 2:13
    é bem organizada
    e facilmente previsível também.
  • 2:13 - 2:18
    Porque eu acredito que a matemática
    é muito poderosa e tem o potencial
  • 2:18 - 2:22
    de nos oferecer uma nova maneira
    de encarar quase tudo.
  • 2:22 - 2:25
    Mesmo algo tão misterioso quanto o amor.
  • 2:25 - 2:27
    E assim, para tentar convencê-los
  • 2:27 - 2:31
    de como a matemática é totalmente
    incrível, excelente e relevante,
  • 2:31 - 2:39
    quero lhes dar minhas três melhores dicas
    de amor matematicamente comprováveis.
  • 2:40 - 2:42
    Certo, então Dica #1:
  • 2:42 - 2:45
    Como ser bem-sucedido
    em encontros on-line.
  • 2:46 - 2:50
    Meu site de encontros on-line
    preferido é o OkCupid,
  • 2:50 - 2:54
    sobretudo porque foi lançado
    por um grupo de matemáticos.
  • 2:54 - 2:55
    E, por serem matemáticos,
  • 2:55 - 2:57
    eles têm coletado dados
  • 2:57 - 3:00
    de todos que utilizam o site
    por quase uma década.
  • 3:00 - 3:02
    E vêm tentando encontrar padrões
  • 3:02 - 3:04
    na maneira como falamos de nós mesmos
  • 3:04 - 3:06
    e como interagimos uns com os outros
  • 3:06 - 3:08
    em um site de encontros on-line.
  • 3:08 - 3:11
    E eles fizeram algumas descobertas
    muito interessantes.
  • 3:11 - 3:13
    Mas a minha preferida, pessoalmente,
  • 3:13 - 3:16
    é que parece que,
    em um site de encontros on-line,
  • 3:16 - 3:22
    ser atraente não define sua popularidade,
  • 3:22 - 3:25
    e, na verdade, fazer as pessoas
    pensarem que você é feio
  • 3:25 - 3:28
    pode funcionar a seu favor.
  • 3:28 - 3:30
    Vou mostrar como funciona.
  • 3:30 - 3:35
    Em uma seção voluntária,
    felizmente, do OkCupid,
  • 3:35 - 3:38
    você pode avaliar
    o quão atraente as pessoas são
  • 3:38 - 3:40
    em uma escala de 1 a 5.
  • 3:40 - 3:43
    E se compararmos essa pontuação,
    a pontuação média,
  • 3:43 - 3:46
    com quantas mensagens
    um conjunto de pessoas recebe,
  • 3:46 - 3:48
    dá para começar a ter uma noção
  • 3:48 - 3:50
    de como atração se relaciona
  • 3:50 - 3:52
    com popularidade em sites
    de encontros on-line.
  • 3:52 - 3:55
    Este é o gráfico que os caras
    do OkCupid geraram.
  • 3:55 - 3:58
    E o importante a se notar é que
    não é inteiramente verdade
  • 3:58 - 4:01
    que quanto mais atraente você for,
    mais mensagens você recebe.
  • 4:01 - 4:05
    Mas então vem a pergunta:
    por que as pessoas aqui em cima
  • 4:05 - 4:10
    são tão mais populares
    que as aqui em baixo,
  • 4:10 - 4:12
    mesmo tendo a mesma pontuação em atração?
  • 4:12 - 4:17
    A razão é que não é só puramente
    a aparência que é importante.
  • 4:17 - 4:19
    Vou tentar ilustrar
    suas descobertas com um exemplo.
  • 4:19 - 4:24
    Se pegarmos alguém
    como Portia de Rossi, por exemplo,
  • 4:24 - 4:28
    todos concordam que Portia de Rossi
    é uma mulher muito bonita.
  • 4:28 - 4:32
    Ninguém acha que ela é feia,
    mas também não é uma top model.
  • 4:32 - 4:37
    Se comparar Portia de Rossi
    a alguém como Sarah Jessica Parker,
  • 4:37 - 4:40
    bem, muita gente,
    inclusive eu, devo dizer,
  • 4:40 - 4:44
    acha que Sarah Jessica Parker
    é realmente fabulosa
  • 4:44 - 4:47
    e possivelmente
    uma das criaturas mais lindas
  • 4:47 - 4:50
    que já caminhou na face da Terra.
  • 4:50 - 4:55
    Mas algumas outras pessoas,
    ou seja, a maioria da Internet,
  • 4:56 - 5:02
    parecem achar que ela se parece
    um pouco com um cavalo. (Risos)
  • 5:02 - 5:05
    Eu acho que se pedirmos a opinião
    das pessoas sobre quão atraentes
  • 5:05 - 5:07
    Sarah Jessica Parker
    e Portia de Rossi são,
  • 5:07 - 5:10
    e pedirmos para que lhes deem
    uma pontuação de 1 a 5,
  • 5:10 - 5:13
    estimo que as duas teriam,
    em média, a mesma pontuação.
  • 5:13 - 5:16
    Mas a forma como as pessoas
    votariam seria diferente.
  • 5:16 - 5:19
    As pontuações de Portia
    se concentrariam em torno do 4
  • 5:19 - 5:21
    porque todo mundo concorda
    que ela é muito bonita,
  • 5:21 - 5:24
    enquanto Sarah Jessica Parker
    divide opiniões.
  • 5:24 - 5:26
    Haveria uma grande dispersão
    em suas pontuações.
  • 5:26 - 5:28
    E, na verdade,
    é essa dispersão que conta.
  • 5:28 - 5:31
    É essa dispersão
    que a deixa mais popular
  • 5:31 - 5:33
    em um site de encontros on-line.
  • 5:33 - 5:34
    E isso quer dizer então
  • 5:34 - 5:37
    que se algumas pessoas
    te acham atraente,
  • 5:37 - 5:39
    é, na verdade, melhor para você
  • 5:39 - 5:44
    ter algumas pessoas que acham
    que você é um grande tribufu.
  • 5:44 - 5:46
    É muito melhor do que todos pensarem
  • 5:46 - 5:48
    que você é a vizinha bonitinha.
  • 5:48 - 5:50
    Bem, eu acho que isso começa
    a fazer mais sentido
  • 5:50 - 5:53
    quando pensamos em termos
    de quem manda as mensagens.
  • 5:53 - 5:56
    Digamos que você acha alguém atraente,
  • 5:56 - 6:00
    mas suspeita que outras pessoas
    não necessariamente estariam interessadas.
  • 6:00 - 6:03
    Significa que há
    menos competição para você
  • 6:03 - 6:05
    e é um incentivo extra
    para entrar em contato.
  • 6:05 - 6:08
    Comparando, se você acha alguém atraente,
  • 6:08 - 6:11
    mas suspeita que todos
    vão achar que ela é atraente,
  • 6:11 - 6:15
    bem, por que você perderia tempo
    se humilhando, sejamos sinceros?
  • 6:15 - 6:17
    Aqui é onde entra a parte
    realmente interessante.
  • 6:17 - 6:21
    Porque quando as pessoas escolhem as fotos
    que usam em site de encontros on-line,
  • 6:21 - 6:24
    normalmente tentam minimizar as coisas
  • 6:24 - 6:27
    que acham que algumas pessoas
    vão achar pouco atraente.
  • 6:27 - 6:31
    O exemplo clássico são pessoas
    que, talvez, estão um pouco acima do peso
  • 6:31 - 6:35
    deliberadamente escolhendo fotos cortadas.
  • 6:35 - 6:37
    Ou homens carecas, por exemplo,
  • 6:37 - 6:39
    deliberadamente escolhendo fotos
    onde estão usando chapéu.
  • 6:39 - 6:42
    Mas isso é exatamente
    o oposto do que você deveria fazer
  • 6:42 - 6:44
    se quiser ser bem-sucedido.
  • 6:44 - 6:48
    Você deveria, de fato, enaltecer
    qualquer coisa que o torne diferente,
  • 6:48 - 6:52
    mesmo achando que algumas pessoas
    vão achar pouco atraente.
  • 6:52 - 6:56
    Porque as pessoas que gostam de você
    vão gostar de você de qualquer jeito,
  • 6:56 - 6:58
    e os fracassados pouco importantes
    que não gostam,
  • 6:58 - 7:00
    bem, eles só agem a seu favor.
  • 7:00 - 7:03
    Certo, Dica #2:
    Como escolher o parceiro perfeito.
  • 7:03 - 7:06
    Então imaginemos que você
    é um grande sucesso
  • 7:06 - 7:07
    no quesito namoro.
  • 7:07 - 7:11
    Mas surge a questão de como
    você converte esse sucesso
  • 7:11 - 7:15
    em felicidade a longo prazo
    e, particularmente,
  • 7:15 - 7:19
    como você decide
    que é hora de se estabelecer?
  • 7:19 - 7:22
    Geralmente, não é aconselhável
    recolher as fichas
  • 7:22 - 7:24
    e casar-se com a primeira
    pessoa que aparecer
  • 7:24 - 7:27
    e mostrar um mínimo de interesse em você.
  • 7:27 - 7:30
    Mas, do mesmo jeito, você não quer
    deixar para esperar muito tempo
  • 7:30 - 7:33
    se quiser maximizar suas chances
    de felicidade a longo prazo.
  • 7:33 - 7:36
    Como diz Jane Austen,
    minha autora favorita,
  • 7:36 - 7:38
    "Uma mulher solteira de vinte e sete
  • 7:38 - 7:42
    jamais poderia esperar sentir
    ou inspirar afeição novamente."
  • 7:42 - 7:44
    (Risos)
  • 7:44 - 7:47
    Muito obrigada, Jane.
    O que você sabe de amor?
  • 7:48 - 7:49
    E a questão é a seguinte:
  • 7:49 - 7:52
    como saber quando é
    a hora certa de se estabelecer
  • 7:52 - 7:55
    considerando todas as pessoas
    que você pode namorar em sua vida?
  • 7:55 - 7:58
    Por sorte, há uma coisinha deliciosa
    na matemática que podemos usar
  • 7:58 - 8:01
    para nos ajudar aqui, chamada
    teoria da parada ótima.
  • 8:01 - 8:03
    Imaginemos então,
  • 8:03 - 8:05
    que você começa a namorar com 15 anos
  • 8:05 - 8:09
    e idealmente, você gostaria de estar
    casado quando estiver com 35 anos.
  • 8:09 - 8:11
    E há um número de pessoas
  • 8:11 - 8:13
    que você poderia namorar
    durante seu tempo de vida,
  • 8:13 - 8:15
    e elas estariam
    em vários níveis de qualidade.
  • 8:15 - 8:18
    E as regras são que uma vez que você
    tenha decidido se casar,
  • 8:18 - 8:21
    você não pode continuar vendo
    o que poderia ter,
  • 8:21 - 8:23
    e do mesmo modo, não pode
    voltar e mudar de ideia.
  • 8:23 - 8:25
    Na minha experiência, pelo menos,
  • 8:25 - 8:28
    sei que tipicamente as pessoas
    não gostam de serem relembradas
  • 8:28 - 8:33
    anos após terem sido trocadas
    por outra, ou talvez seja só eu.
  • 8:33 - 8:37
    A matemática diz que
    o que você deveria fazer
  • 8:37 - 8:40
    nos primeiros 37%
    de sua janela de namoros
  • 8:40 - 8:44
    seria rejeitar todo mundo
    como sério potencial de casamento.
  • 8:44 - 8:46
    (Risos)
  • 8:46 - 8:49
    E então, você deveria escolher
    a primeira pessoa que aparecer
  • 8:49 - 8:52
    que for melhor que todas
    as outras que você viu antes.
  • 8:52 - 8:53
    Um exemplo.
  • 8:53 - 8:57
    Se você fizer isso, pode ser provado
    matematicamente, de fato,
  • 8:57 - 8:59
    que essa é a melhor maneira
  • 8:59 - 9:03
    de maximizar suas chances
    de encontrar o parceiro perfeito.
  • 9:03 - 9:08
    Infelizmente, devo dizer-lhes
    que esse método tem seus riscos.
  • 9:08 - 9:13
    Por exemplo, imaginem
    que seu parceiro perfeito aparecesse
  • 9:13 - 9:16
    durante os primeiros 37%.
  • 9:16 - 9:19
    Assim infelizmente,
    você teria que rejeitá-lo.
  • 9:19 - 9:22
    (Risos)
  • 9:22 - 9:24
    E se estiverem acompanhando a matemática,
  • 9:24 - 9:26
    receio que não vai aparecer ninguém
  • 9:26 - 9:28
    que seja melhor do que os que você já viu.
  • 9:28 - 9:32
    Você teria que seguir rejeitando
    todos e morrer sozinho.
  • 9:32 - 9:34
    (Risos)
  • 9:35 - 9:40
    Provavelmente rodeado de gatos
    mordiscando seus restos.
  • 9:40 - 9:43
    Certo, outro risco é,
    imaginemos, em vez disso,
  • 9:43 - 9:47
    que as primeiras pessoas que você
    namorou em seus primeiros 37%
  • 9:47 - 9:51
    são pessoas enfadonhas, chatas, terríveis.
  • 9:51 - 9:53
    Está tudo bem, porque você está
    na fase de rejeição,
  • 9:53 - 9:55
    está tudo bem, você pode rejeitá-las.
  • 9:55 - 9:59
    Mas imaginem que a próxima
    pessoa que aparece
  • 9:59 - 10:03
    é ligeiramente menos chata,
    enfadonha e terrível
  • 10:03 - 10:05
    do que todos as outras
    que você viu antes.
  • 10:05 - 10:09
    Se estiverem acompanhando a matemática,
    receio que teria que se casar com ela
  • 10:09 - 10:12
    e acabar com um relacionamento
    que está, francamente, abaixo do ideal.
  • 10:12 - 10:13
    Sinto muito por isso.
  • 10:13 - 10:16
    Mas eu acho mesmo que há
    uma oportunidade aqui
  • 10:16 - 10:18
    de que a Hallmark possa aproveitar
    e atender esse mercado.
  • 10:18 - 10:21
    Um cartão de dia dos namorados assim.
    (Risos)
  • 10:21 - 10:25
    "Meu querido marido, você é
    ligeiramente menos terrível
  • 10:25 - 10:28
    do que as primeiras 37%
    pessoas que eu namorei."
  • 10:28 - 10:33
    Realmente é mais romântico
    do que eu normalmente consigo.
  • 10:33 - 10:38
    Certo, esse método não garante
    uma taxa de sucesso de 100%,
  • 10:38 - 10:41
    mas não há outra possível
    estratégia que seja melhor.
  • 10:41 - 10:45
    E de fato, na natureza,
    há certos tipos de peixes
  • 10:45 - 10:48
    que seguem e aplicam
    essa mesma estratégia.
  • 10:48 - 10:51
    Eles rejeitam todos os possíveis
    pretendentes que aparecem
  • 10:51 - 10:53
    nos primeiros 37%
    da temporada de reprodução,
  • 10:53 - 10:57
    e escolhem o próximo peixe
    que aparece depois dessa janela
  • 10:57 - 10:59
    que seja, sei lá, maior e mais corpulento
  • 10:59 - 11:02
    que todos os outros peixes
    que viram antes.
  • 11:02 - 11:04
    Também acho que, subconscientemente,
  • 11:04 - 11:07
    nós humanos meio que fazemos isso também.
  • 11:07 - 11:10
    Nós esperamos um certo tempo
    para conhecer o campo,
  • 11:10 - 11:13
    entender o mercado ou o que seja
    quando somos jovens.
  • 11:13 - 11:18
    E só começamos a procurar seriamente
    por candidatos ao casamento
  • 11:18 - 11:20
    quando nos aproximamos dos 30.
  • 11:20 - 11:23
    Acho que isso é prova conclusiva,
    se for necessário,
  • 11:23 - 11:27
    que o cérebro de todos está pré-programado
    para ser um pouquinho matemático.
  • 11:28 - 11:29
    Certo, essa foi a Dica #2.
  • 11:29 - 11:33
    Agora, Dica #3: Como evitar o divórcio.
  • 11:33 - 11:36
    Certo, imaginemos então
    que você escolheu seu parceiro perfeito
  • 11:36 - 11:41
    e está se estabelecendo em um
    relacionamento vitalício com ele.
  • 11:41 - 11:45
    Eu gosto de pensar que todo mundo,
    idealmente, gostaria de evitar o divórcio,
  • 11:45 - 11:49
    sem contar, sei lá,
    a esposa de Piers Morgan, talvez?
  • 11:50 - 11:52
    Mas é um fato triste da vida moderna
  • 11:52 - 11:56
    que 1 a cada 2 casamentos
    nos Estados Unidos acabe em divórcio,
  • 11:56 - 12:00
    com o resto do mundo
    não ficando muito longe.
  • 12:00 - 12:02
    Você pode ser perdoado, talvez,
  • 12:02 - 12:05
    por pensar que as discussões
    que precedem um rompimento matrimonial
  • 12:05 - 12:09
    não são o candidato ideal
    para investigação matemática.
  • 12:09 - 12:11
    Por um lado, é muito difícil saber
  • 12:11 - 12:14
    o que deveria ser medido
    e o que deveria ser quantificado.
  • 12:14 - 12:20
    Mas isso não impediu um psicólogo,
    John Gottman, que fez exatamente isso.
  • 12:20 - 12:26
    Gottman observou centenas
    de casais conversando
  • 12:26 - 12:28
    e registrou, bem,
    tudo o que podem imaginar.
  • 12:28 - 12:31
    Ele registrou o que era dito na conversa,
  • 12:31 - 12:33
    registrou a condutividade da pele,
  • 12:33 - 12:35
    registrou suas expressões faciais,
  • 12:35 - 12:37
    sua frequência cardíaca,
    sua pressão sanguínea,
  • 12:37 - 12:43
    basicamente tudo, exceto
    se a esposa estava mesmo sempre certa,
  • 12:43 - 12:46
    o que, aliás, ela sempre está.
  • 12:46 - 12:49
    Mas o que Gottman e sua equipe descobriram
  • 12:49 - 12:52
    foi que um dos indicadores
    mais importantes
  • 12:52 - 12:54
    de que um casal vai se divorciar ou não
  • 12:54 - 12:59
    foi quão positivo ou negativo
    cada parceiro estava sendo na conversa.
  • 12:59 - 13:02
    Casais com baixo risco
  • 13:02 - 13:06
    marcaram muito mais pontos positivos
    na escala de Gottman do que negativos.
  • 13:06 - 13:08
    Enquanto relacionamentos ruins,
  • 13:08 - 13:11
    com o que quero dizer,
    que provavelmente vão se divorciar,
  • 13:11 - 13:15
    eles se encontravam entrando
    em uma espiral de negatividade.
  • 13:15 - 13:18
    Simplesmente usando
    essas ideias bem simples,
  • 13:18 - 13:20
    Gottman e sua equipe conseguiram prever
  • 13:20 - 13:23
    se um determinado casal iria se divorciar
  • 13:23 - 13:26
    com uma precisão de 90%.
  • 13:26 - 13:29
    Mas foi só quando ele se juntou
    com um matemático, James Murray,
  • 13:29 - 13:31
    que eles realmente começaram a entender
  • 13:31 - 13:36
    o que causa essas espirais
    de negatividade e como elas acontecem.
  • 13:36 - 13:37
    E os resultados que encontraram
  • 13:37 - 13:42
    eu acho que são incrivelmente
    simples e interessantes.
  • 13:42 - 13:46
    Essas equações, elas preveem
    como a esposa ou o marido vão reagir
  • 13:46 - 13:48
    em sua próxima vez na conversa,
  • 13:48 - 13:50
    quão positivos ou negativos eles vão ser.
  • 13:50 - 13:52
    E essas equações dependem
  • 13:52 - 13:54
    do humor da pessoa quando está sozinha,
  • 13:54 - 13:57
    o humor da pessoa
    quando está com o parceiro,
  • 13:57 - 13:59
    mas mais importante, elas dependem
  • 13:59 - 14:02
    de como a esposa e o marido
    influenciam um ao outro.
  • 14:02 - 14:05
    Acho que é importante notar nesta etapa,
  • 14:05 - 14:08
    que as mesmas equações
    também foram provadas
  • 14:08 - 14:10
    perfeitamente capazes de descrever
  • 14:10 - 14:14
    o que acontece entre dois países
    numa corrida armamentista.
  • 14:14 - 14:16
    (Risos)
  • 14:18 - 14:22
    Então, um casal discutindo
    entrando num funil de negatividade
  • 14:22 - 14:24
    e oscilando à beira do divórcio,
  • 14:24 - 14:28
    é matematicamente equivalente
    ao início de uma guerra nuclear.
  • 14:28 - 14:31
    (Risos)
  • 14:31 - 14:33
    Mas o termo realmente
    importante nessa equação
  • 14:33 - 14:36
    é a influência que as pessoas
    têm mutuamente,
  • 14:36 - 14:39
    e particularmente, algo chamado de
    limiar de negatividade.
  • 14:39 - 14:41
    O limiar de negatividade,
  • 14:41 - 14:45
    vocês podem imaginá-lo como
    quão irritante o marido pode ser
  • 14:45 - 14:49
    antes de a esposa começar
    a ficar irritadíssima, e vice-versa.
  • 14:49 - 14:54
    Eu sempre imaginei que bons casamentos
    tratavam-se de abrir mão e compreensão
  • 14:54 - 14:57
    e permitir que as pessoas tenham
    o espaço para serem elas mesmas.
  • 14:57 - 15:01
    E eu teria imaginado que talvez
    os relacionamentos mais bem-sucedidos
  • 15:01 - 15:03
    são os que têm um limiar
    de negatividade bem alto.
  • 15:03 - 15:06
    Onde os casais deixam as coisas para lá
  • 15:06 - 15:08
    e só mencionam o que for
    realmente um grande problema.
  • 15:08 - 15:13
    Mas, na verdade, a matemática
    e as seguintes descobertas da equipe
  • 15:13 - 15:15
    mostraram que exatamente
    o oposto é verdade.
  • 15:15 - 15:18
    Os melhores casais,
    os mais bem-sucedidos,
  • 15:18 - 15:22
    são aqueles com um limiar
    de negatividade bem baixo.
  • 15:22 - 15:25
    Esses são os casais que não deixam
    nada passar despercebido
  • 15:25 - 15:28
    e deixam ao outro um pouco
    de espaço para reclamação.
  • 15:28 - 15:34
    São os casais que estão constantemente
    tentando consertar seu relacionamento,
  • 15:34 - 15:36
    que têm uma perspectiva muita mais
    positiva em seu casamento.
  • 15:36 - 15:39
    Casais que não deixam as coisas para lá
  • 15:39 - 15:44
    e casais que não deixam coisas triviais
    se tornarem grandes problemas.
  • 15:44 - 15:50
    Mas é claro, é preciso um pouco mais
    do que um baixo limiar de negatividade
  • 15:50 - 15:54
    e não engolir sapos para ter
    um relacionamento bem-sucedido.
  • 15:54 - 15:57
    Mas eu acho que é bem interessante
  • 15:57 - 15:59
    saber que há realmente
    evidência matemática
  • 15:59 - 16:02
    para dizer que você não deve
    levar sua raiva para o dia seguinte.
  • 16:02 - 16:04
    Essas são minhas três melhores dicas
  • 16:04 - 16:07
    de como a matemática pode ajudá-lo
    no amor e relacionamentos.
  • 16:07 - 16:10
    Mas eu espero que,
    além de serem úteis como dicas,
  • 16:10 - 16:14
    elas também deem uma ideia
    do poder da matemática.
  • 16:14 - 16:18
    Porque para mim, equações
    e símbolos não são só uma coisa.
  • 16:18 - 16:23
    São uma voz que representa
    a incrível riqueza da natureza
  • 16:23 - 16:25
    e a surpreendente simplicidade
  • 16:25 - 16:29
    nos padrões que se viram, torcem,
    retorcem e evoluem ao nosso redor,
  • 16:29 - 16:32
    desde como funciona o mundo
    até como nos comportamos.
  • 16:32 - 16:34
    Espero que talvez, para alguns de vocês,
  • 16:34 - 16:37
    conhecer um pouco a matemática do amor
  • 16:37 - 16:40
    possa persuadi-los a ter um pouco mais
    de amor pela matemática.
  • 16:40 - 16:42
    Obrigada.
  • 16:42 - 16:44
    (Aplausos)
Title:
A matemática do amor
Speaker:
Hannah Fry
Description:

Encontrar o parceiro ideal não é moleza; mas será que é pelo menos matematicamente provável? Numa palestra encantadora, a matemática Hannah Fry apresenta padrões na maneira como buscamos amor e oferece suas três melhores dicas (verificadas matematicamente!) para encontrar aquela pessoa especial.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:56

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