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Episódio 9 : "O Mercador Georg Gisze", de Hans Holbein

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    A Arte...
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    ...em questão.
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    Um esplêndido tapete otomano,
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    dinheiro,
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    ouro finamente cinzelado.
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    Um quadro de Hans Holbein.
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    O retrato de um jovem da Renascença?
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    Muito melhor!
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    Este homem parece não querer guardar
    nenhum segredo de nós.
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    O seu nome: Georg Gisze,
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    aparece até várias vezes no quadro:
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    - debaixo da sua divisa pessoal:
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    "Não há alegria sem sofrimento"
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    - em cima deste pedaço de pergaminho preso
    na parede
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    - ou, ainda, na carta entre as suas mãos.
  • 0:50 - 0:54
    No entanto, que contraste entre a exibição
    das suas riquezas
  • 0:54 - 0:57
    e o olhar, constrangido ou desconfiado,
    que nos lança
  • 0:57 - 1:02
    como se nós fôssemos os intrusos que
    vêm violar a sua intimidade.
  • 1:02 - 1:08
    E que contraste ainda entre o luxo dos objetos
    preciosamente trabalhados...
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    ...e o lado rudimentar desta caixa de madeira...
  • 1:11 - 1:14
    ...que parece demasiado pequena para ele.
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    O que é que Holbein nos queria revelar
    da personalidade do seu modelo...
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    ...retratando-o no meio de todos estes bibelôs?
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    E o que é que Georg Gisze poderá ainda
    esconder de nós?
  • 1:24 - 1:27
    Episódio 9: Holbein - "O Mercador Georg Gisze".
    "O Mundo metido numa caixa."
  • 1:28 - 1:31
    Parte 1: "Nova época, novos mercadores"
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    O que se torna imediatamente impressionante, é a importância dada à correspondência:
  • 1:36 - 1:38
    não somente Gisze é retratado...
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    ...no preciso momento em que quebra
    o lacre de uma carta...
  • 1:41 - 1:44
    ...mas a maior parte dos objetos que
    se relacionam com isso:
  • 1:44 - 1:46
    - as cartas penduradas nas paredes,
  • 1:46 - 1:52
    - o ostensivo rolo de fio que serve para as empacotar
  • 1:52 - 1:57
    - ou os pedaços de pergaminho com selos
    previamente preparados.
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    Eles são importantes ao ponto de Holbein não hesitar...
  • 2:00 - 2:03
    ...em tomar liberdades com a anatomia do braço...
  • 2:03 - 2:05
    ...para melhor os tornar visíveis.
  • 2:06 - 2:10
    Além disso, as cartas são perfeitamente legíveis.
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    Eles dizem-nos que Gisze é um mercador
    instalado em Londres...
  • 2:16 - 2:19
    ...em constante contacto com a sua família...
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    ...mas também com outros mercadores da
    Europa do Norte.
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    Contudo, apesar da tela revelar que Gisze é mercador,
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    é impossível saber de quê!
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    Apenas estas enormes chaves lembram também que ele deve ter um armazém...
  • 2:32 - 2:36
    ...e entrepostos para abrir... algures.
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    Em vez disso, Gisze apresenta-nos
    a sua coleção de selos oficiais:
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    a sigla de um deles está invertida
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    para ficar legível depois de impressa
    na cera dos lacres
  • 2:49 - 2:54
    e um outro, maior, está ao alcance da mão,
    ligado a uma preciosa bola de âmbar.
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    Junto aos curiosos pictogramas
    na parte inferior das cartas
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    ...o quadro inteiro está crivado de selos.
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    Porquê uma tal obsessão pela assinatura?
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    De facto, Gisze não é um dos antigos mercadores...
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    ...que percorriam as feiras europeias para
    escoar as suas mercadorias.
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    Ele ocupa um balcão fixo em Londres...
  • 3:16 - 3:20
    ...no seio do Steelyard, onde se agrupam
    os mercadores alemães.
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    Ele é o representante permanente da sua família,
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    uma das mais poderosas de Dantzig...
  • 3:25 - 3:30
    cidade pertencente à Liga Hanseática,
    uma associação de cidades mercantis
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    que domina então o comércio mundial.
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    A sua força: uma rede fina do norte da Europa.
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    Permite, por exemplo, a Georg Gisze saber que
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    as cidades da borda do Báltico têm
    um excedente de peixe a bom preço...
  • 3:45 - 3:47
    ...no momento em que a Inglaterra procura
    alimentar todas as bocas
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    ...que fabricam os têxteis...
  • 3:51 - 3:54
    ...têxteis que devem ter uma boa saída no continente.
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    O sucesso de um mercador internacional como Gisze...
  • 3:58 - 4:02
    ...reside, portanto, na sua capacidade de aceder
    a informações sobre a oferta e a procura...
  • 4:02 - 4:05
    ...e em estabelecer contratos com vendedores e compradores.
  • 4:07 - 4:10
    Mas estes selos são também compostos
    a partir do alfabeto rúnico
  • 4:10 - 4:13
    e considerados como talismãs protetores,
  • 4:14 - 4:17
    pois a sua profissão coloca-o num equilíbrio instável
    na roda da fortuna:
  • 4:18 - 4:20
    o seu navio, que vê partir para longe,
  • 4:20 - 4:22
    tanto lhe pode trazer benefícios substanciais...
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    como o pode arrastar no seu naufrágio!
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    Uma profissão que gera confortáveis margens...
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    ...obriga-o também a assumir os riscos.
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    Gisze sente-se orgulhoso, portanto,
    de anunciar nas paredes
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    que dispõe de informações privilegiadas.
  • 4:38 - 4:42
    Mas mostrando-as assim, ele revela-se:
  • 4:42 - 4:46
    é essa a razão do olhar desconfiado que nos lança?
  • 4:49 - 4:51
    Parte 2: "O tempo escoa-se inexoravelmente"
  • 4:51 - 4:54
    Mas a quem se dirige este olhar?
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    Alguns indícios ajudam-nos a compreendê-lo:
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    posta ao alto, bem em evidência...
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    esta mensagem é dirigida ao espetador...
  • 5:03 - 5:07
    ...e especifica que estes olhos e estas faces
    são realmente de Georg Gisze
  • 5:07 - 5:10
    tal como era com a idade de 34 anos.
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    Trinta e quatro anos, já não é tão jovem assim
    para um homem
  • 5:13 - 5:18
    que, como o exige o severo regulamento
    de Steelyard, é ainda celibatário.
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    E como indica este pequeno relógio em evidência,
    o tempo passa!
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    Ao lado, o buquê não é um simples toque decorativo.
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    Contém flores de significado preciso:
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    - o hissopo protege da peste e demonstra
    a atenção do proprietário pela sua saúde,
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    - o cravo é um símbolo de noivado,
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    - e o rosmaninho, de fidelidade.
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    Este retrato estava destinado a uma futura esposa?
  • 5:49 - 5:54
    Sem dúvida: Gisze voltará para se casar
    em Dantzig, três anos mais tarde
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    e pode-se pensar que ele já estava noivo
    na época do retrato.
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    Um estudo com raios X revelou ainda que Holbein
  • 6:00 - 6:02
    ...retocou o seu quadro.
  • 6:02 - 6:03
    Originalmente...
  • 6:03 - 6:07
    ...a parede à direita, carregada de objetos, não existia...
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    ...e os olhos a olharem nesta direção...
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    ...onde, desde as representações de Adão e Eva...
  • 6:12 - 6:15
    ...sempre se colocou a esposa.
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    Tudo parece então indicar que o retrato devia
    ter lugar à esquerda do da noiva,
  • 6:21 - 6:23
    segundo uma encenação bem organizada.
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    Nunca se saberá porque é que Holbein
    teve de retocar a sua tela,
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    mas fê-lo escolhendo intencionalmente encerrar
    Gisze num espaço reduzido e sobrecarregado.
  • 6:33 - 6:35
    É tanto mais estranho,
  • 6:35 - 6:40
    quanto os outros oito retratos de mercadores de Steelyard, realizados pelo pintor, são bastante diferentes:
  • 6:40 - 6:43
    - Há muito menos objetos em Dirk Tybis,
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    que parece pouco disposto a deixar transparecer
    o que quer que seja da sua personalidade.
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    - Herman Wendigh olha-nos frontalmente,
    envolvido no seu grande casaco.
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    Ele tem suficiente autoconfiança para já não ter necessidade de provar o seu valor com recurso de uma parafernália qualquer.
  • 6:59 - 7:04
    - Quanto a Derich Born, ele evidencia ostensivamente
    o orgulho e a arrogância da juventude,
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    olhando-nos diretamente nos olhos,
    apoiado numa balustrada
  • 7:07 - 7:10
    numa encenação digna de um príncipe italiano.
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    Nenhum outro quadro da série é tão grande,
    sobrecarregado...
  • 7:15 - 7:18
    ...em suma: dá descaradamente nas vistas!
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    Porque é que Holbein insiste tanto em
    nos impressionar?
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    Parte 3: "Não o levarão para o céu!"
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    Avançou-se a hipótese de que o retrato de Gisze
    seria o primeiro da série:
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    Holbein queria fazer nele a plena demonstração
    das suas capacidades...
  • 7:36 - 7:38
    ...e a sua publicidade!
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    Mas não chega.
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    A desgraça do seu protetor, Sir Thomas More,
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    obrigou-o a afastar-se da Corte de Henrique VIII,
    em busca de uma nova clientela burguesa.
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    Mas como retratar indivíduos que não trabalham?
  • 7:54 - 7:56
    Com efeito, para o seu retrato...
  • 7:56 - 8:01
    ...um cavalheiro que, por definição, não trabalha,
    contenta-se em mostrar as suas luvas;
  • 8:01 - 8:06
    um intelectual, os seus livros;
  • 8:06 - 8:09
    e um cientista, os seus instrumentos.
  • 8:10 - 8:14
    Por consequência, estes novos mercadores
    internacionais recentemente enriquecidos
  • 8:14 - 8:20
    têm a necessidade de se mostrarem rodeados de
    toda a parafernália que caracteriza a sua vida profissional.
  • 8:20 - 8:25
    É preciso apresentar o seu sucesso material,
    sem ambiguidade:
  • 8:25 - 8:30
    Esta montra de riqueza acaba por se tornar,
    no entanto, um problema delicado...
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    ...e o retrato de Holbein poderá ter sido considerado
    como um exemplo...
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    ...a não seguir!
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    Com efeito, o rigor religioso dos mercadores do Báltico
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    não se combina com o show off [exibicionismo]
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    Na mesma época, os protestantes estão prestes
    a destruir as pinturas religiosas que consideram blasfematórias
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    por serem demasiado luxuosas.
  • 8:50 - 8:53
    Não somente os mercadores pedem a Holbein
  • 8:53 - 8:55
    para os pintar em cenários menos ostensivos...
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    como quando lhe encomendam dois grandes frescos
    para o salão de Steelyard,
  • 8:59 - 9:01
    será o triunfo da abundância...
  • 9:01 - 9:04
    e também o da pobreza.
  • 9:05 - 9:08
    E são mais uma vez e sempre
    os mercadores e banqueiros
  • 9:08 - 9:10
    que colecionam ou encomendam as imagens
  • 9:10 - 9:12
    cujo tema é a sua própria sátira:
  • 9:12 - 9:15
    - Holbein, sublinha que se pode amar o dinheiro...
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    ...mas é sempre a Morte que se apodera dele!
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    - caricatura ainda mais franca neste retrato...
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    ...onde o engodo do lucro e da avareza...
  • 9:23 - 9:28
    ...deformaram os rostos destes dois banqueiros ridicularizados;
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    - e neste retrato de um casal de mercadores...
  • 9:32 - 9:35
    ...a leitura do seu livro de orações tem ar
    de interessar menos a Senhora
  • 9:35 - 9:39
    do que as atividades vilmente materiais
    do seu marido.
  • 9:40 - 9:42
    Mas, neste discreto reflexo,
  • 9:42 - 9:44
    um homem indicando um campanário no exterior,
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    relembra que é com a sua salvação no Além
    que é preciso preocupar-se...
  • 9:47 - 9:51
    ...em vez de com esta balança que pesa o ouro.
  • 9:53 - 9:55
    Encontra-se, aliás, uma semelhante com Gisze:
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    se ela serve, em primeiro lugar, para pesar
    os metais preciosos...
  • 9:58 - 10:03
    ...não evocará ela também a balança
    do juízo de Deus?
  • 10:04 - 10:08
    Neste caso, a alma de Georg poderia já
    ter sido pesada
  • 10:08 - 10:13
    pois um dos dois pratos pende grandemente!
  • 10:13 - 10:17
    Cabe-nos a nós ver nisso um sinal de boa...
  • 10:17 - 10:19
    ...ou de má sorte,
  • 10:19 - 10:21
    tendo em mente
  • 10:21 - 10:24
    que «é mais fácil um camelo passar
    pelo buraco de uma agulha
  • 10:24 - 10:26
    «do que um homem rico entrar no reino dos céus.»
  • 10:28 - 10:33
    Próximo episódio: "Os Ceifeiros", de Bruegel.
    "O olhar do mercador sobre os camponeses."
  • 10:33 - 10:40
    Mais informações em: www.canal-educatif.fr
  • 10:40 - 10:43
    Escrito e realizado por:
  • 10:43 - 10:45
    Produzido por:
  • 10:45 - 10:47
    Consultor científico:
  • 10:47 - 10:49
    Financiamento e apoios públicos:
  • 10:49 - 10:51
    Voz-off:
  • 10:51 - 10:54
    Montagem e videografismo:
  • 10:54 - 10:56
    Pós-produção / Som:
  • 10:56 - 10:58
    Seleção musical:
  • 10:58 - 11:00
    Músicas:
  • 11:00 - 11:02
    Agradecimentos:
    Tradução de: Isabel Vaz Belchior
  • 11:02 - 11:02
    Uma produção do CED
Title:
Episódio 9 : "O Mercador Georg Gisze", de Hans Holbein
Description:

"Porque é que este mercador, que exibe tão ostensivamente a sua riqueza, nos parece olhar de maneira tão desconfiada?
Mais informações sobre a série e o projeto em: http://www.canal-educatif.fr"
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Video Language:
French

Portuguese subtitles

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