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The Nature of Selfishness ~ Alan Watts

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    A natureza do egoísmo, Alan Watts
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    Todos deveriam fazer, em suas vidas,
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    em algum momento, duas coisas:
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    primeiro, considerar a morte
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    observar crânios e esqueletos
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    e imaginar o que deve ser cair no sono
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    e nunca mais acordar
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    nunca
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    isso é a mais... é uma coisa muito sombrio pra contemplar
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    mas é como o adubo
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    assim como o adubo fertiliza a planta
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    assim a contemplação da morte
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    e da aceitação da morte
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    é muito e altamente geradora de uma vida criativa
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    você consegue coisas maravilhosas fazendo isso
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    e a outra coisa pra contemplar
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    é seguir a possibilidade da idéia que você
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    é totalmente egoísta.
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    que você não tem uma coisa boa sequer
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    pra dizer de si mesmo.
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    você é um completo e absoluto patife.
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    veja, os cristãos evitam isso
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    porque tudo o que dizem
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    em sua forma episcopaliana de confissão
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    que erramos e nos desviamos como uma ovelha perdida
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    e seguimos demais as vontades e desejos
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    de nosso coração
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    demais
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    nós ofendemos suas leis sagradas
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    e deixamos por fazer o que deveríamos fazer
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    e fizemos o que não deveríamos fazer
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    e que não há saúde em nós.
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    mas, isso deve ser diferente
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    e nós vamos dar nosso melhor para corrigir
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    com a ajuda da graça de Deus.
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    e isso é um ato realmente comum
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    porque se você igualar saúde com amor genuíno
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    e perfeito altruísmo
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    então, nesse sentido, não há saúde em nós
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    quando olhamos para nós desse ponto de vista.
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    agora, quando entramos profundamente
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    na natureza do egoísmo
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    o que você descobre?
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    você diz eu me amo e busco minha própria vantagem.
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    mas o que é este eu que eu amo?
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    o que eu quero?
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    e isso se torna um enigma cada vez mais profundo.
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    eu tenho me referido frequentemente a isso
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    quando você diz pra alguém - "eu te amo".
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    é sempre desconcertante pra pessoa a quem você diz isso.
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    se você implica que você os ama
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    com um amor puro, desinteressado e sagrado amor,
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    eles automaticamente suspeitam
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    como se fosse algo falso.
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    mas se você diz
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    "eu amo tanto você que poderia lhe comer"
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    essa é uma expressão para dizer a uma pessoa
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    que você me atrai tanto que não posso me conter,
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    estou absolutamente caído por você, eu me perdi.
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    e as pessoas gostam disso
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    elas sentem que estão realmente sendo amadas
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    e que é absolutamente genuíno.
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    mas, agora, "amo tanto você que posso comê-la",
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    o que diabos eu quero?
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    eu certamente não quero comer a garota
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    no sentido de literalmente devorá-la
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    porque senão ela desapareceria.
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    mas eu me amo.
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    e o que sou eu?
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    de que jeito eu me conheço?
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    bem, me ocorre repentinamente que eu sou eu
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    somente em termos de você.
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    veja, quando penso em qualquer coisa que conheço,
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    e que eu gosto,
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    então é sempre uma coisa que pode ser vista
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    como outra que não eu.
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    eu nunca posso olhar para mim, o eu real,
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    está sempre por trás, está sempre escondido
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    e eu realmente não conheço suficiente
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    para dizer se o amo ou não, talvez não.
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    talvez seja uma confusão terrível.
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    mas certamente as coisas que eu amor e que quero
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    de um ponto-de-vista egoísta,
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    quando realmente penso nelas,
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    elas são todas uma outra coisa
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    que estão, de uma certa maneira, fora de mim.
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    agora, vimos que há uma reciprocidade
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    uma total e mútua interdependência
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    entre o que chamamos de eu e o que chamamos de outro.
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    então, se você for perfeitamente honesto
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    sobre amar a você mesmo
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    e se você não falsear nada,
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    se você não fingir ser nada além
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    do que você exatamente é
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    você de repente descobre que este eu que você ama
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    se você realmente mergulhar nisso,
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    é o universo.
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    você não gosta dele todo
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    você é seletivo sobre ele
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    porque, como vimos no início, percepção é seleção.
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    mas, no todo,
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    você ama você mesmo em termos do que o outro é,
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    porque é somente no termos do que o outro é
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    é que você tem um eu pra começar.
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    então, sinto que uma das grandes coisas que C.G. Jung
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    contribuiu para a compreensão da humanidade
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    foi o conceito da sombra.
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    que todos tem uma sombra
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    e que a tarefa principal do psicoterapeuta
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    é fazer o que ele chama de "integrar o maligno"
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    como é, colocar o diabo em nós em sua função correta
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    porque, você vê, é sempre o diabo
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    o que não é reconhecido
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    o expulso, o bode expiatório,
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    o bastardo, o bandido,
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    a ovelha negra da família
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    é sempre desse ponto
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    que o que chamamos "a mosca na sopa"
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    que a geração aparece
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    em outras palavras,
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    da mesma maneira que em um drama,
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    para você ter uma peça, você precisa trazer o vilão
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    é necessário introduzir um certo elemento de problema
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    por isso, no grande esquema da vida
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    deve haver a sombra
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    porque sem a sombra não pode haver substância
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    então é por isso que há uma associação muito estranha
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    entre crimes e todas as coisas sujas e o sagrado
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    o santo está muito além de ser bom
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    boas pessoas não são necessariamente santas
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    uma pessoa santa é uma que é inteira
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    que tem reconciliado seus opostos
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    então há sempre algo levemente assustador
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    em pessoas santas
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    e outras pessoas reagem de maneiras muito estranhas
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    não conseguem se decidir se são santos ou demônios
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    e então as pessoas santas tem feito, ao longo da história,
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    sempre criado um tanto de problemas
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    é o que resulta de ser criativo,
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    pegue Jesus, por exemplo,
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    o problema que Jesus causou é absolutamente incalculável
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    pense nas cruzadas, na inquisição...
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    o... quem sabe o que se criou em nome de Jesus
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    há muitos marcantes
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    Freud era um grande encrenqueiro
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    tanto quanto era um grande curador
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    tudo acontece junto
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    então, a pessoa santa, é assustadora
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    porque é como os terremotos
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    ou melhor ainda, é como o oceano
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    vê, o oceano, num belo dia ensolarado,
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    você diz: "oh, não é lindo", e você entra e relaxa e flutua
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    mas quando a tempestade vem, aquela coisa fica louca
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    aterrorizante
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    então, há em nós, o oceano
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    você vê?
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    e Jung sentiu que a questão toda era botar os dois juntos
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    e por um tipo de fantástica honestidade
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    penetrar em nossas motivações às profundezas.
Title:
The Nature of Selfishness ~ Alan Watts
Description:

"Copyright Disclaimer Under Section 107 of the Copyright Act 1976, allowance is made for "fair use" for purposes such as criticism, comment, news reporting, teaching, scholarship, and research. Fair use is a use permitted by copyright statute that might otherwise be infringing. Non-profit, educational or personal use tips the balance in favor of fair use."

Alan Watts

While many in the 60's played the stock market and paid their mortgages, Alan Watts lived aboard a colorful houseboat, writing, speaking, and inspiring a generation to re-assess their values. For more than forty years, Alan Watts earned a reputation as a foremost interpreter of Eastern philosophies for the West. Beginning at age sixteen, when he wrote essay for the journal of the Buddhist Lodge in London, he developed an audience of millions who were enriched through his books, tape recordings, radio, television, and public lectures. In all, Watts wrote more than twenty-five books and recorded hundreds of lectures and seminars, all building toward a personal philosophy that he shared in complete candor and joy with his readers and listeners throughout the world. His overall works have presented a model of individuality and self-expression that can be matched by few philosophers. His life and work reflects an astonishing adventure: he was an editor, Anglican priest, graduate dean, broadcaster, author, lecturer, and entertainer. He had fascinations for archery, calligraphy, cooking, chanting, and dancing, and still was completely comfortable hiking alone in the wilderness. He held a Master's Degree in Theology from Sudbury-Western Theological Seminary and an Honorary DD from the University of Vermont in recognition of his work in the field of comparative religions. He held fellowships from Harvard University and the Bollingen Foundation, and was Episcopal Chaplain at Northwestern University during the Second World War. He became professor and dean of the American Academy of Asian Studies in San Francisco, made the television series "Eastern Wisdom and Modern Life" for National Educational Television, and served as a visiting consultant for psychiatric institutions and hospitals, and for the United States Air Force. In the mid-sixties he traveled widely with his students in Japan, and visited Burma, Ceylon, and India.

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Video Language:
English
Duration:
08:50
_dharmalog added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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