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O nascimento da revolução da aprendizagem em código aberto

  • 0:00 - 0:02
    Eu sou Rich Baraniuk.
  • 0:02 - 0:04
    Gostava de falar um pouco
    sobre algumas ideias
  • 0:04 - 0:07
    que penso que têm criado
    uma ressonância enorme
  • 0:07 - 0:10
    com todas as coisas que têm sido ditas
    nos últimos dois dias.
  • 0:10 - 0:13
    São tantos os diversos
    pontos de ressonância
  • 0:13 - 0:16
    que vai ser difícil falar em todos
    mas vou dar o meu melhor.
  • 0:16 - 0:18
    Alguém se lembra deles?
  • 0:18 - 0:19
    (Risos)
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    São LPs de vinil e já foram substituídos.
  • 0:26 - 0:28
    Foram ultrapassados nos últimos 20 anos
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    pelos tipos de tecnologia digital
    que uniformizam todo o globo.
  • 0:33 - 0:35
    Penso que isto foi bem retratado
  • 0:35 - 0:39
    quando o Thomas estava a pôr música
    quando entrámos hoje na sala.
  • 0:39 - 0:42
    O que aconteceu no mundo da música
    foi que há uma cultura
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    ou um ecossistema que foi criado
  • 0:44 - 0:47
    em que, se usarmos palavras da Apple,
  • 0:47 - 0:51
    o slogan seria: criamos, extraímos,
    misturamos e gravamos.
  • 0:51 - 0:53
    Quero dizer com isto que
    qualquer pessoa no mundo é livre
  • 0:53 - 0:56
    e pode criar nova música
    e novas ideias musicais.
  • 0:56 - 1:00
    Qualquer pessoa no mundo pode extrair
    ou copiar ideias musicais,
  • 1:00 - 1:02
    usá-las de formas inovadoras.
  • 1:02 - 1:04
    Qualquer um pode misturá-las
    de formas diferentes,
  • 1:04 - 1:07
    criar ligações entre ideias musicais
  • 1:07 - 1:10
    e as pessoas podem gravá-las ou criar
    produtos finais e continuar o ciclo.
  • 1:10 - 1:13
    Isso permitiu criar, como já disse,
  • 1:13 - 1:15
    uma comunidade vibrante
    que é muito abrangente,
  • 1:15 - 1:19
    com pessoas que trabalham
    continuamente para ligar ideias musicais,
  • 1:19 - 1:22
    para inovar e para as manter
    constantemente atualizadas.
  • 1:22 - 1:26
    A música sensação deste ano
    não é igual à do ano passado.
  • 1:26 - 1:28
    Mas eu não estou aqui hoje
    para falar de música.
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    Estou aqui para falar de livros.
  • 1:30 - 1:33
    Em particular, de manuais escolares
    e do tipo de suportes educativos
  • 1:33 - 1:36
    que usamos todos os dias na escola.
  • 1:36 - 1:38
    Algum de vocês aqui andou na escola?
  • 1:38 - 1:39
    (Risos)
  • 1:39 - 1:43
    Ok, alguém já se apercebeu
    que há uma crise nas nossas escolas,
  • 1:43 - 1:44
    por todo o mundo?
  • 1:45 - 1:47
    Ok, não vou falar muito tempo sobre isso,
  • 1:47 - 1:50
    mas quero falar sobre alguns dos problemas
  • 1:50 - 1:53
    que surgem quando um autor
    publica um livro.
  • 1:53 - 1:55
    De facto, o processo de publicação
  • 1:55 - 1:57
    — só pelo facto de ser complicado,
  • 1:57 - 1:59
    e ser pesado, os livros são caros —
  • 1:59 - 2:01
    cria uma espécie de barreira
  • 2:01 - 2:04
    entre os autores
    e os utilizadores finais dos livros,
  • 2:04 - 2:08
    sejam eles professores,
    alunos ou leitores comuns.
  • 2:08 - 2:11
    E isto é ainda mais verdade,
    se falarem uma língua
  • 2:11 - 2:15
    que não seja uma das mais faladas,
    especialmente o inglês.
  • 2:15 - 2:18
    Vou chamar a essas pessoas
    abaixo da barreira "os excluídos"
  • 2:18 - 2:20
    porque elas realmente
    são excluídas do processo
  • 2:20 - 2:22
    de partilha do seu conhecimento
    com o mundo.
  • 2:22 - 2:25
    Por isso, hoje vou tentar
    pegar nestas ideias
  • 2:25 - 2:27
    que vimos na cultura musical
  • 2:27 - 2:29
    e tentar fazer com que ajudem a reinventar
  • 2:29 - 2:33
    a maneira como escrevemos os livros,
    os usamos e ensinamos a partir deles.
  • 2:33 - 2:36
    Era disto que eu gostaria de falar
  • 2:36 - 2:39
    e, pensando bem, como é
    que chegamos ao destino partindo daqui?
  • 2:39 - 2:42
    Primeiro, gostava
    que pensassem numa coisa.
  • 2:42 - 2:44
    Imaginem que pegavam
    em todos os livros do mundo.
  • 2:44 - 2:47
    — toda a gente está a imaginar os livros —
  • 2:47 - 2:49
    e imaginem que estão
    a arrancar as páginas.
  • 2:49 - 2:52
    Imaginem arrancar as páginas
    e digitalizá-las
  • 2:52 - 2:56
    e armazená-las num repositório
    grande, interligado e global.
  • 2:56 - 3:01
    Pensem nisto como
    um iTunes gigante para livros.
  • 3:02 - 3:05
    Peguem nesse material
    e imaginem torná-lo aberto,
  • 3:05 - 3:08
    de forma a que as pessoas possam
    modificá-lo, usá-lo e melhorá-lo.
  • 3:08 - 3:11
    Imagem torná-lo livre, para que
    qualquer pessoa no mundo
  • 3:11 - 3:13
    possa ter acesso a todo este conhecimento.
  • 3:13 - 3:15
    e imaginem usar
    as tecnologias da informação
  • 3:15 - 3:18
    para atualizar este conteúdo,
    melhorá-lo e modificá-lo,
  • 3:18 - 3:22
    numa escala de tempo de segundos,
    em vez de anos.
  • 3:23 - 3:26
    Em vez de as edições de um livro
    saírem de dois em dois anos,
  • 3:26 - 3:28
    imaginem que saem a cada 25 segundos.
  • 3:28 - 3:31
    Assim, imaginem que podíamos fazer isto
  • 3:31 - 3:33
    e que podíamos motivar
    as pessoas para isto.
  • 3:33 - 3:36
    De forma a podermos
    construir um ecossistema,
  • 3:36 - 3:38
    não só com os autores,
    mas com todas as pessoas
  • 3:38 - 3:40
    que podiam ser ou querer ser os autores
  • 3:40 - 3:42
    em todas as diferentes línguas do mundo.
  • 3:42 - 3:45
    Penso que, se conseguíssemos isto,
    podíamos chamar-lhe...
  • 3:45 - 3:48
    vou só referir-me a isto
    como "ecossistema do conhecimento".
  • 3:48 - 3:50
    Este é o sonho.
  • 3:50 - 3:51
    De certa forma, podem pensar nisto
  • 3:51 - 3:54
    como estando a tentar fazer
    com que qualquer pessoa no mundo,
  • 3:54 - 3:56
    repito, qualquer pessoa no mundo,
  • 3:56 - 3:58
    possa ensinar-se a ser DJ,
  • 3:58 - 4:02
    criando suportes educacionais,
    partilhando-os com o mundo,
  • 4:02 - 4:03
    estando constantemente a inová-los.
  • 4:03 - 4:05
    Este é o sonho.
  • 4:05 - 4:07
    Na verdade, este sonho
    está a ser realizado.
  • 4:07 - 4:09
    Nos últimos seis anos e meio,
  • 4:09 - 4:12
    temos estado a trabalhar no duro
    na Universidade de Rice
  • 4:12 - 4:14
    num projeto chamado "Connexions".
  • 4:14 - 4:15
    Durante o resto da palestra
  • 4:15 - 4:18
    gostava de falar um pouco
    sobre o que se está a fazer
  • 4:18 - 4:21
    com o Connexions que, no fundo,
    é o contrapeso
  • 4:21 - 4:24
    ao que o Nicholas Negroponte
    abordou ontem,
  • 4:24 - 4:26
    Eles estão a trabalhar no hardware
  • 4:26 - 4:28
    para abrir e levar o ensino ao mundo.
  • 4:28 - 4:31
    Nós estamos a trabalhar nas ferramentas
    em código aberto e nos conteúdos.
  • 4:31 - 4:34
    Esta explicação foi para vos enquadrar.
  • 4:34 - 4:35
    Vamos ao "criar".
  • 4:35 - 4:39
    Quais são as pessoas que estão a usar
    estas ferramentas para criar?
  • 4:39 - 4:41
    Bom, o primeiro ponto
    é que há uma comunidade
  • 4:41 - 4:45
    de professores de engenharia,
    desde Cambridge a Quioto,
  • 4:45 - 4:49
    que estão a desenvolver conteúdos
    de engenharia eletrotécnica
  • 4:49 - 4:52
    para desenvolver uma espécie
    de um supermanual
  • 4:52 - 4:56
    que cobre exaustivamente
    toda a área de engenharia eletrotécnica
  • 4:56 - 4:58
    e além disso, pode ser personalizada
  • 4:58 - 5:01
    para utilização
    em cada uma das instituições.
  • 5:02 - 5:06
    Se pessoas como a Kitty Jones
    — uma "excluída" —
  • 5:06 - 5:10
    que é professora particular de música
    e mãe, de Champagne, Illinois,
  • 5:10 - 5:14
    que queria partilhar com o mundo
    as suas músicas espetaculares ,
  • 5:14 - 5:16
    para ensinar as crianças a tocar música.
  • 5:16 - 5:20
    Os seus conteúdos têm
    mais de 600 000 visualizações por mês.
  • 5:21 - 5:23
    Estão a ter imensa utilização.
  • 5:23 - 5:28
    De facto, muito deste uso vem dos EUA,
    do infantário ao 12.º ano
  • 5:28 - 5:31
    porque quando se corta
    o financiamento às escolas,
  • 5:31 - 5:34
    a primeira coisa a cortar
    são as aulas de música.
  • 5:34 - 5:37
    Isso faz com que haja
    uma enorme necessidade
  • 5:37 - 5:39
    de que este conteúdo seja aberto e livre.
  • 5:39 - 5:41
    Muitos professores
    estão a usar estes conteúdos.
  • 5:41 - 5:45
    E quanto a extrair? O que se passa
    quanto a copiar e reutilizar conteúdos?
  • 5:45 - 5:48
    Uma equipa de voluntários
    da Universidade do Texas El Paso,
  • 5:48 - 5:52
    de alunos traduzem voluntariamente
    este superlivro de engenharia.
  • 5:52 - 5:54
    E, dentro de uma semana,
  • 5:54 - 5:57
    estes conteúdos serão
    o material mais popular
  • 5:57 - 6:01
    e mais espalhado na América Latina,
    em particular no México,
  • 6:01 - 6:04
    devido à abertura
    destes conteúdos ao mundo.
  • 6:04 - 6:07
    Pessoas, voluntários e até empresas
  • 6:07 - 6:09
    estão a traduzir conteúdos
    em línguas asiáticas
  • 6:09 - 6:12
    como o chinês, o japonês e o tailandês,
  • 6:12 - 6:15
    para espalhar ainda mais o conhecimento.
  • 6:16 - 6:19
    E quanto às pessoas que estão a misturar?
    O que significa "misturar"?
  • 6:19 - 6:22
    "Misturar" significa
    construir cursos personalizados,
  • 6:22 - 6:24
    significa criar livros personalizados.
  • 6:24 - 6:26
    Empresas como a National Instruments,
  • 6:26 - 6:32
    que estão a incorporar simulações
    potentes e interativas nos conteúdos,
  • 6:32 - 6:35
    de forma a podermos ir
    além dos livros escolares típicos
  • 6:35 - 6:39
    para uma experiência em que
    todos os conteúdos educativos
  • 6:39 - 6:42
    são objetos com os quais
    se pode interagir e jogar
  • 6:42 - 6:44
    e aprender enquanto se usam.
  • 6:44 - 6:47
    Temos trabalhado
    com os Professores Sem Fronteiras
  • 6:47 - 6:49
    que estão muito interessados
    em misturar os nossos materiais.
  • 6:49 - 6:52
    Vão adotar o Connexions
    como a sua plataforma
  • 6:52 - 6:55
    para desenvolver e distribuir
    conteúdos educativos
  • 6:55 - 6:57
    para ensinar os professores a ensinar
  • 6:57 - 6:59
    em 84 países em todo o mundo.
  • 6:59 - 7:01
    Os Professores Sem Fronteiras
  • 7:01 - 7:07
    estão neste momento a formar
    20 000 professores financiados pela USAID.
  • 7:07 - 7:10
    Para eles, esta ideia
    de ser possível remisturar
  • 7:10 - 7:13
    e personalizar tendo em conta
    o contexto local,
  • 7:13 - 7:15
    é extraordinariamente importante,
  • 7:15 - 7:18
    porque fornecer apenas
    conteúdo grátis às pessoas
  • 7:18 - 7:21
    foi comparado, pelas pessoas dos países
    em vias de desenvolvimento,
  • 7:21 - 7:24
    a uma espécie de imperialismo cultural,
  • 7:24 - 7:25
    em que, se não se der às pessoas
  • 7:25 - 7:28
    a capacidade de recontextualizar
    os conteúdos,
  • 7:28 - 7:31
    de os traduzir para as suas línguas
    e de assumir o seu controlo,
  • 7:31 - 7:32
    não serve para nada.
  • 7:32 - 7:36
    Outras organizações com quem
    temos estado a trabalhar:
  • 7:36 - 7:38
    a UC Merced é uma universidade
    bastante conhecida.
  • 7:38 - 7:42
    É uma nova universidade
    na Califórnia, no Central Valley,
  • 7:42 - 7:45
    que trabalha muito de perto
    com faculdades da comunidade.
  • 7:45 - 7:49
    Eles estão a desenvolver muito
    o seu currículo em ciência e engenharia
  • 7:49 - 7:53
    para crescerem em dimensão
    através do nosso sistema.
  • 7:53 - 7:57
    Também estão a tentar desenvolver
    todos os seus softwares em código aberto.
  • 7:58 - 8:02
    Temos estado a trabalhar com a AMD,
    que tem um projeto chamado "50 por 15"
  • 8:02 - 8:05
    cujo objetivo é tentar garantir
    ligação à Internet
  • 8:05 - 8:09
    a 50% da população mundial até 2015.
  • 8:09 - 8:13
    Nós vamos fornecer-lhes conteúdo
    numa série de línguas diferentes.
  • 8:13 - 8:16
    Temos estado também a trabalhar
    com uma série de outras organizações.
  • 8:16 - 8:20
    Em particular, muitos dos projetos
    são financiados pela Hewlett Foundation,
  • 8:20 - 8:25
    que assumiu um papel de liderança
    nesta área dos conteúdos de código aberto.
  • 8:25 - 8:28
    Vamos ao "gravar". Penso que este ponto
    é bastante interessante.
  • 8:28 - 8:33
    "Gravar" surge da ideia de tentar criar
    uma distanciação física destes cursos.
  • 8:33 - 8:36
    E eu penso que todos vocês receberam
  • 8:36 - 8:41
    um destes livros de música
    dentro do vosso pacote oferta.
  • 8:41 - 8:43
    Um pequeno presente para ti.
  • 8:43 - 8:46
    Só para enquadrar:
    este é um livro de engenharia.
  • 8:47 - 8:50
    Tem cerca de 300 páginas e capa dura.
  • 8:51 - 8:54
    Isto custa... alguém adivinha quanto?
  • 8:55 - 8:57
    Quanto é que custaria numa livraria?
  • 8:57 - 8:59
    Audiência: 65 dólares.
  • 8:59 - 9:03
    Richard Baraniuk:
    Isto custa 22 dólares ao aluno.
  • 9:03 - 9:05
    Porque é que custa 22 dólares?
  • 9:05 - 9:07
    Porque é publicado a pedido
  • 9:07 - 9:10
    e é criado a partir deste repositório
    de conteúdos em código aberto.
  • 9:10 - 9:13
    Se este livro fosse publicado
    por uma editora tradicional,
  • 9:13 - 9:16
    custaria pelo menos 122 dólares.
  • 9:16 - 9:19
    Por isso, estamos a ver
    que este processo de compilação
  • 9:19 - 9:23
    ou publicação está a deixar de ter
    autores únicos
  • 9:23 - 9:26
    para passar a ter conteúdos
    criados pela comunidade,
  • 9:26 - 9:30
    que são modulares, são personalizados
    para cada aula em particular
  • 9:30 - 9:33
    e são publicados a pedido,
    de uma forma muito barata,
  • 9:33 - 9:35
    através da Amazon,
  • 9:35 - 9:39
    ou publicados diretamente através
    de uma editora a-pedido, como a Coop.
  • 9:40 - 9:43
    Penso que esta é uma área
    muitíssimo interessante
  • 9:43 - 9:47
    porque há imensas oportunidades
    ainda por explorar
  • 9:47 - 9:49
    nesta longa fila na publicação.
  • 9:49 - 9:52
    Não estamos a falar do lado
    do Harry Potter, ali do lado esquerdo.
  • 9:52 - 9:56
    Estamos a falar de livros sobre equações
    diferenciais parciais hipergeométricas.
  • 9:56 - 10:00
    Livros que podem vender 100
    ou 1000 cópias por ano.
  • 10:01 - 10:04
    Há uma receita muito sustentável
  • 10:04 - 10:08
    debaixo desta longa fila para suportar
    projetos abertos como o nosso,
  • 10:08 - 10:12
    mas também para sustentar
    o aparecimento de editoras a-pedido,
  • 10:12 - 10:15
    como a Coop, que produziram
    estes dois livros.
  • 10:15 - 10:18
    Penso que uma das coisas
    que devem levar desta conversa,
  • 10:18 - 10:21
    é que há uma tendência para eliminar
    o intermediário do cenário,
  • 10:21 - 10:24
    isso vai acontecer
    na indústria da publicação
  • 10:24 - 10:27
    e vai ganhar dimensão nos próximos anos.
  • 10:27 - 10:31
    Penso que é para nosso benefício
    e para o benefício do mundo.
  • 10:31 - 10:33
    Agora, o que é que permite tudo isto?
  • 10:33 - 10:36
    O que é que está a permitir
    que isto tudo aconteça?
  • 10:36 - 10:38
    Há toneladas de tecnologias
  • 10:38 - 10:41
    mas só quero falar do XML.
  • 10:41 - 10:43
    Quantas pessoas já ouviram falar do XML?
  • 10:43 - 10:46
    Ótimo, é o futuro da web, não é?
  • 10:46 - 10:50
    É a representação semântica do conteúdo
  • 10:50 - 10:52
    e o que se pode pensar do XML, neste caso,
  • 10:52 - 10:55
    é que é a estrutura
    que envolve estas páginas.
  • 10:55 - 10:58
    Lembram-se de pegarmos no livro
    e de lhe tirarmos as páginas?
  • 10:58 - 11:02
    O XML vai transformar essas páginas
    em peças de Lego.
  • 11:04 - 11:06
    O XML são os encaixes das peças de Lego
  • 11:06 - 11:10
    que nos permitem combinar o conteúdo
    numa imensidão de maneiras diferentes
  • 11:10 - 11:13
    e dá-nos uma ferramenta
    para partilhar conteúdo.
  • 11:14 - 11:16
    Permite-nos pegar neste ecossistema
  • 11:16 - 11:19
    no seu estado inicial,
    em todo este conteúdo,
  • 11:19 - 11:22
    em todas as páginas
    que rasgaram dos livros,
  • 11:22 - 11:25
    e criar máquinas de aprendizagem
    altamente sofisticadas:
  • 11:25 - 11:28
    livros, cursos, módulos.
  • 11:28 - 11:32
    Dá-nos a possibilidade de personalizar
    a experiência da aprendizagem
  • 11:32 - 11:34
    para cada aluno, individualmente.
  • 11:34 - 11:36
    de forma a que cada aluno
    possa ter um livro ou um curso
  • 11:36 - 11:40
    que seja adaptado ao seu estilo
    de aprendizagem, ao seu contexto,
  • 11:40 - 11:42
    à sua língua e às coisas que lhe dão gozo.
  • 11:42 - 11:46
    Permite-nos reutilizar os mesmos conteúdos
    de múltiplas formas diferentes
  • 11:46 - 11:48
    e de formas surpreendentes.
  • 11:48 - 11:50
    Permite-nos interligar ideias
  • 11:50 - 11:54
    indicando como os temas
    se ligam uns aos outros.
  • 11:54 - 11:56
    Vou contar-vos a minha história pessoal.
  • 11:56 - 11:59
    Pensámos nisto há seis anos e meio,
  • 11:59 - 12:02
    porque eu ensino aquelas coisas
    que estão dentro da caixa vermelha.
  • 12:02 - 12:05
    Como o Chris disse, eu sou professor
    de engenharia eletrotécnica.
  • 12:05 - 12:07
    Ensino processamento de sinal
  • 12:07 - 12:10
    e o meu problema era mostrar
    que esta matemática
  • 12:10 - 12:13
    — uau, metade de vocês já estão a dormir
    só de olhar para a equação —
  • 12:13 - 12:14
    (Risos)
  • 12:14 - 12:18
    mas esta matemática pura e dura
    é na realidade o centro
  • 12:18 - 12:22
    desta poderosa rede
    que liga a tecnologia
  • 12:22 - 12:26
    que liga aplicações muito fixes
    como sintetizadores de música
  • 12:26 - 12:29
    a grandes oportunidades económicas,
  • 12:29 - 12:32
    mas também está sujeita
    a propriedade intelectual.
  • 12:32 - 12:35
    E apercebi-me de que, não era possível,
    enquanto engenheiro,
  • 12:35 - 12:38
    escrever sozinho este livro
    para fazer passar toda esta mensagem.
  • 12:38 - 12:40
    É preciso uma comunidade para o fazer
  • 12:40 - 12:43
    e são precisas novas ferramentas
    para interligar estas ideias.
  • 12:43 - 12:46
    Penso que, de certa forma,
    o que estamos a tentar fazer
  • 12:46 - 12:48
    é tornar realidade o sonho do Minsky,
  • 12:48 - 12:50
    ou seja, ter os todos os livros
    de uma biblioteca
  • 12:50 - 12:52
    a falarem uns com os outros.
  • 12:52 - 12:56
    Quem é professor, qualquer um
    que tenha ensinado,
  • 12:56 - 13:00
    sabe que a essência do ensino
    é estabelecer ligações entre ideias.
  • 13:00 - 13:02
    Agora, voltemos à matemática.
  • 13:03 - 13:05
    Imaginem que isto é possível,
  • 13:05 - 13:09
    que cada equação em que possam clicar
  • 13:09 - 13:13
    tem a possibilidade de ser explorada
    e experimentada na prática.
  • 13:14 - 13:17
    Imaginem o livro de álgebra
    do vosso filho que está no 7.º ano.
  • 13:17 - 13:19
    Podem clicar em cada equação do livro
  • 13:19 - 13:23
    e ter à disposição uma ferramenta
    para fazer experiências com a equação,
  • 13:23 - 13:24
    para mexer nela e para a perceber,
  • 13:24 - 13:27
    porque não percebemos totalmente
    até experimentarmos.
  • 13:27 - 13:31
    O mesmo tipo de linguagem de marcação,
    como o mathML, se aplica à química.
  • 13:31 - 13:34
    Imaginem que os livros de química
    realmente percebem
  • 13:34 - 13:36
    a estrutura de como
    as moléculas se formam.
  • 13:36 - 13:39
    Imaginem música XML
  • 13:39 - 13:41
    que vos permite aprofundar
    a estrutura semântica da música,
  • 13:41 - 13:44
    brincar com ela e percebê-la.
  • 13:44 - 13:46
    Não admira que as pessoas
    estejam a aderir.
  • 13:46 - 13:48
    Até os três Reis Magos.
  • 13:48 - 13:50
    (Risos)
  • 13:50 - 13:54
    O segundo grande catalisador,
    e aqui eu disse uma grande mentira.
  • 13:54 - 13:58
    O segundo grande catalisador
    é a propriedade intelectual,
  • 13:58 - 14:00
    porque eu cheguei aqui e comecei a falar
  • 14:00 - 14:02
    sobre quão grande é a cultura musical.
  • 14:02 - 14:05
    Podemos partilhar, extrair, misturar
    e gravar, mas tudo isso é ilegal.
  • 14:05 - 14:09
    Se o fizermos,
    seremos acusados de pirataria
  • 14:09 - 14:12
    porque esta música
    está protegida por direitos.
  • 14:12 - 14:16
    É detida, em grande parte,
    pelas grandes indústrias.
  • 14:17 - 14:19
    Não podemos permitir que isso aconteça.
  • 14:19 - 14:22
    Não podemos deixar
    que isto acabe como o Napster.
  • 14:22 - 14:25
    Por isso, temos que fazer as coisas
    bem feitas desde o início.
  • 14:25 - 14:27
    Temos de encontrar
  • 14:27 - 14:31
    um modelo de propriedade intelectual
    que torne a partilha segura
  • 14:31 - 14:33
    e que a torne compreensível.
  • 14:33 - 14:37
    A inspiração aqui é tirada
    dos softwares de código aberto,
  • 14:37 - 14:41
    como o caso do Linux e do GPL.
  • 14:41 - 14:44
    E as ideias, as licenças Creative Commons.
  • 14:44 - 14:46
    Já ouviram falar das licenças
    Creative Commons?
  • 14:46 - 14:50
    Se não ouviram, têm que ir ver o que são.
    Vão a Creativecommons.org.
  • 14:50 - 14:53
    Na parte inferior de cada conteúdo
    disponível no Connexions
  • 14:53 - 14:56
    e em muitos outros projetos,
    encontram o logótipo da Creativecommons.
  • 14:56 - 14:59
    Ao clicarmos nesse logo,
    é-nos mostrado um documento
  • 14:59 - 15:02
    legível e completamente sem tretas,
  • 15:02 - 15:06
    que nos diz exatamente o que se pode fazer
    com estes conteúdos.
  • 15:06 - 15:10
    De facto, podemos partilhá-los livremente,
    para fazer coisas a partir deles,
  • 15:10 - 15:13
    para copiá-los, para modificá-los
    e até para os usar comercialmente,
  • 15:13 - 15:15
    desde que se faça referência ao autor.
  • 15:15 - 15:17
    Isto porque a ideia
    das publicações académicas
  • 15:17 - 15:20
    e de muitas das publicações educativas,
  • 15:20 - 15:25
    é a de partilhar conhecimento
    e criar impacto.
  • 15:25 - 15:29
    É por isso que as pessoas escrevem
    sem ganhar dinheiro com isso.
  • 15:29 - 15:31
    Não estamos a falar do Harry Potter.
  • 15:31 - 15:33
    Estamos no fim da longa fila.
  • 15:33 - 15:35
    Por detrás disso está o código legal,
  • 15:35 - 15:38
    por isso, se queremos construir isto
    com muito cuidado,
  • 15:38 - 15:40
    e a Creative Commons
    está a ganhar dimensão
  • 15:40 - 15:43
    — já há mais de 43 milhões de conteúdos
  • 15:43 - 15:46
    licenciados com uma licença
    da Creative Commons.
  • 15:46 - 15:51
    Não só texto, mas também
    música, imagens e vídeo.
  • 15:51 - 15:54
    Na realidade, há cada vez mais pessoas
  • 15:54 - 15:57
    que estão a licenciar música
  • 15:57 - 16:01
    para a tornar livre para as pessoas
    que as reutilizam, que as extraem,
  • 16:01 - 16:03
    as misturam, as gravam e as partilham.
  • 16:03 - 16:06
    Gostava de concluir
    com algumas observações finais.
  • 16:07 - 16:09
    Construímos esta ideia
    da Creative Commons.
  • 16:09 - 16:11
    As pessoas estão a usá-la.
  • 16:11 - 16:14
    Recebemos mais de 500 000
    visitantes por mês,
  • 16:14 - 16:16
    apenas para o nosso site.
  • 16:17 - 16:21
    O projeto "Cursos Abertos" do MIT,
    que é outra fonte gigante de conteúdo livre
  • 16:21 - 16:23
    tem um número de visitantes semelhante,
  • 16:23 - 16:25
    mas como é que protegemos o conteúdo?
  • 16:25 - 16:27
    Como o protegemos para o futuro?
  • 16:27 - 16:31
    A primeira coisa que devem estar a pensar
    é o controlo de qualidade, não é?
  • 16:31 - 16:34
    Isto porque dissemos que qualquer um
    pode contribuir com conteúdos,
  • 16:34 - 16:36
    para o bem comum.
  • 16:36 - 16:38
    Qualquer um pode contribuir.
  • 16:38 - 16:40
    Isso pode ser um problema.
  • 16:40 - 16:43
    Não demorou muito até que as pessoas
  • 16:43 - 16:47
    começassem a contribuir com conteúdos,
    por exemplo, sobre lingerie,
  • 16:47 - 16:49
    que, de facto, é um módulo muito bom.
  • 16:49 - 16:52
    O único problema é que é plagiado
  • 16:52 - 16:55
    por uma das principais
    revistas femininas francesas
  • 16:55 - 16:58
    e quando se entra
    no suposto site do curso,
  • 16:58 - 17:02
    somos redirecionados para um site
    de venda de lingerie.
  • 17:02 - 17:04
    Isto é um pouco problemático,
  • 17:04 - 17:08
    por isso precisamos claramente
    de controlo de qualidade.
  • 17:08 - 17:11
    É aqui que se encaixa a ideia da revisão
    e revisão interpares.
  • 17:11 - 17:13
    Vocês dizem:
    "Porque é que vieste ao TED?"
  • 17:13 - 17:16
    Porque o Chris e a sua equipa conseguiram
  • 17:16 - 17:19
    que o TED assegurasse
    uma qualidade muito muito boa
  • 17:19 - 17:21
    e nós precisamos de conseguir
    fazer a mesma coisa.
  • 17:21 - 17:24
    Nós precisamos de conseguir
    conceber estruturas
  • 17:24 - 17:28
    e estamos a criar um software social
  • 17:28 - 17:31
    para permitir a qualquer um criar
    o seu processo de revisão interpares.
  • 17:31 - 17:33
    Chamamos-lhe as "lentes".
  • 17:33 - 17:35
    Basicamente, elas permitem
    que qualquer pessoa
  • 17:35 - 17:38
    possa criar o seu processo
    de revisão interpares
  • 17:38 - 17:41
    de forma a que possa focar-se
    no conteúdo no repositório
  • 17:41 - 17:44
    que considera ser mesmo importante.
  • 17:44 - 17:46
    Podemos considerar o TED
    como um candidato a "lente".
  • 17:46 - 17:48
    Gostaria de terminar, dizendo
  • 17:48 - 17:52
    que podem ver isto
    como um incentivo à ação.
  • 17:53 - 17:55
    A essência do Connexions
    e do conteúdo livre
  • 17:55 - 17:58
    é a partilha de conhecimento.
  • 17:58 - 18:01
    Todos vocês estão perfeitamente imbuídos
  • 18:01 - 18:04
    de enormes quantidades de conhecimento
  • 18:04 - 18:05
    e eu gostava de convidar-vos a todos
  • 18:05 - 18:09
    a contribuírem para este projeto
    e para outros projetos deste tipo
  • 18:09 - 18:13
    porque, juntos, podemos mudar a realidade
  • 18:13 - 18:15
    do ensino e da publicação
    de conteúdos educativos.
  • 18:15 - 18:17
    Por isso, muito obrigado.
Title:
O nascimento da revolução da aprendizagem em código aberto
Speaker:
Richard Baraniuk
Description:

O professor Richard Baraniuk da Universidade de Rice explica a visão por detrás de Connexions, o seu sistema de ensino em código aberto. Este sistema não utiliza manuais, permitindo aos professores partilhar e modificar os materiais do curso livremente, em qualquer parte do mundo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:16
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The birth of the open-source learning revolution
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The birth of the open-source learning revolution
Nuno Couto added a translation

Portuguese subtitles

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