A via para um futuro sustentável
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0:01 - 0:03Quando começo palestras como esta,
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0:03 - 0:05conto sempre uma lenga-lenga
sobre sustentabilidade -
0:05 - 0:08porque muita gente por aí
não sabe o que isso é. -
0:08 - 0:09Este público sabe,
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0:09 - 0:13por isso vou dar-vos
apenas a versão resumida. -
0:13 - 0:15Tenham paciência. Vamos fazê-lo
muito rapidamente, está bem? -
0:15 - 0:17Preencham os espaços.
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0:17 - 0:19Sustentabilidade, planeta pequeno, certo?
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0:19 - 0:22Imaginem uma Terra pequenina,
a andar à volta do Sol. -
0:22 - 0:23Há cerca de um milhão de anos,
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0:23 - 0:25um bando de macacos caiu das árvores,
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0:25 - 0:27tornou-se um pouco inteligente,
recolheu o fogo, -
0:27 - 0:28inventou a imprensa,
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0:28 - 0:30fez aquelas malas com rodinhas.
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0:30 - 0:33Construíram a sociedade
em que vivemos actualmente. -
0:33 - 0:36Infelizmente, embora esta sociedade
seja, sem dúvida, -
0:36 - 0:40a mais próspera e dinâmica
que o mundo já criou, -
0:40 - 0:43tem grandes, grandes falhas.
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0:43 - 0:47Uma delas é que todas as sociedades
têm uma pegada ecológica. -
0:48 - 0:52Têm um impacto no planeta
que é mensurável. -
0:52 - 0:54Quantas coisas passam pela nossa vida,
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0:54 - 0:57quanto desperdício deixamos atrás de nós.
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0:57 - 1:00E nós, de momento, na nossa sociedade,
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1:00 - 1:04temos um nível de desperdício
dramaticamente insustentável. -
1:04 - 1:07Estamos a gastar o equivalente
a cinco planetas. -
1:07 - 1:10Se toda a gente no planeta
vivesse como nós, -
1:10 - 1:12precisaríamos de entre cinco, seis, sete,
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1:12 - 1:14há quem diga até dez planetas.
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1:14 - 1:16Claramente, não temos dez planetas.
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1:16 - 1:19Mais uma vez, imaginem,
dez planetas, um planeta, -
1:19 - 1:20dez planetas, um planeta.
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1:20 - 1:23Não os temos! Esse é um problema.
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1:23 - 1:26O segundo problema
é que o planeta que temos -
1:26 - 1:28está a ser usado de formas muito injustas.
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1:30 - 1:32Os norte-americanos, como eu,
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1:32 - 1:35somos basicamente
como porcos glutões a chafurdar, -
1:35 - 1:36e estamos a comer todo o tipo de coisas.
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1:36 - 1:38E depois vamos por aqui abaixo,
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1:38 - 1:42até às pessoas na região da Ásia,
do Pacífico, e sobretudo em África, -
1:42 - 1:44pessoas que não têm o suficiente
para sobreviver. -
1:44 - 1:46Isto está a produzir
todo o tipo de tensões, -
1:46 - 1:50todo o tipo de dinâmicas
que são altamente perturbantes. -
1:49 - 1:53E cada vez mais há mais pessoas.
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1:53 - 1:57Este é o aspecto do nosso planeta
daqui a vinte anos. -
1:57 - 2:00Vai estar a abarrotar, com pelo menos
oito mil milhões de pessoas. -
2:01 - 2:05Para dificultar as coisas ainda mais,
é um planeta bastante jovem. -
2:05 - 2:07Um terço das pessoas
neste planeta são crianças. -
2:07 - 2:11Essas crianças estão a crescer
duma forma completamente diferente -
2:11 - 2:13dos seus pais, onde quer que vivam.
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2:13 - 2:18Foram expostas a esta ideia
da nossa sociedade, da nossa prosperidade. -
2:18 - 2:20Podem não querer viver
exactamente como nós, -
2:20 - 2:22podem não querer ser
americanos ou britânicos, -
2:22 - 2:24ou alemães ou sul-africanos,
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2:24 - 2:26mas querem a sua própria versão
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2:26 - 2:29duma vida mais próspera e mais dinâmica,
-
2:29 - 2:31e mais agradável.
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2:31 - 2:33Tudo isto se combina para criar
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2:33 - 2:36uma enorme tensão sobre o planeta.
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2:36 - 2:40Se não conseguirmos arranjar
uma forma de lidar com essa tensão, -
2:40 - 2:44vamos dar por nós,
cada vez mais rapidamente, -
2:44 - 2:48a enfrentar situações
que são simplesmente impensáveis. -
2:48 - 2:50Todos nesta sala ouviram falar
dos piores cenários. -
2:50 - 2:52Não preciso de ir por aí.
-
2:52 - 2:54Mas vou pôr a questão,
qual é a alternativa? -
2:54 - 2:58E diria que, de momento,
a alternativa é inimaginável. -
2:58 - 3:01Então, de um lado temos o impensável,
-
3:01 - 3:03do outro, o inimaginável.
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3:03 - 3:06Não sabemos ainda
como construir uma sociedade -
3:06 - 3:08ambientalmente sustentável,
-
3:08 - 3:11que possa ser partilhada
por todos no planeta, -
3:11 - 3:15que promova a estabilidade,
a democracia e os direitos humanos, -
3:15 - 3:18e que seja alcançável
no espaço de tempo necessário -
3:18 - 3:21para ultrapassar os desafios
que enfrentamos. -
3:21 - 3:23Ainda não sabemos como fazer isto.
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3:23 - 3:25Então, o que é a Worldchanging?
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3:25 - 3:27Podemos pensar no Worldchanging
-
3:27 - 3:32como uma espécie de serviço noticioso
para o futuro inimaginável. -
3:32 - 3:35O que andamos a fazer é procurar
-
3:35 - 3:37exemplos de ferramentas, modelos e ideias,
-
3:37 - 3:41que, se adoptadas em larga escala,
mudariam o jogo. -
3:41 - 3:44Muitas vezes, quando faço
uma palestra destas, -
3:44 - 3:47falo de coisas de que, tenho a certeza,
todos nesta sala já ouviram falar, -
3:47 - 3:49mas a maioria das pessoas não.
-
3:49 - 3:51Então pensei em fazer algo
um pouco diferente hoje -
3:51 - 3:54e falar daquilo de que estamos à procura,
-
3:54 - 3:57em vez de vos dar exemplos
reais e testados. -
3:57 - 3:59Falar do tipo de coisas
de que andamos à procura. -
3:59 - 4:02Deixar-vos espreitar para dentro
do nosso caderno editorial. -
4:02 - 4:05E dado que tenho apenas 13 minutos
para isso, vai ter de andar depressa. -
4:05 - 4:07Portanto, acompanhem-me.
-
4:07 - 4:10Primeiro de tudo, o que é que procuramos?
Cidades Verde-Brilhante. -
4:10 - 4:12Uma das maiores alavancas
que temos no mundo desenvolvido -
4:12 - 4:14para mudar o impacto que temos no planeta
-
4:14 - 4:16é mudar a forma
como vivemos nas cidades. -
4:16 - 4:18Já somos um planeta urbano,
-
4:18 - 4:20e isso é especialmente verdade
no mundo desenvolvido. -
4:20 - 4:22As pessoas que vivem em cidades
no mundo desenvolvido -
4:22 - 4:24são muito prósperas,
logo usam muitas coisas. -
4:24 - 4:27Se conseguirmos mudar a dinâmica,
-
4:27 - 4:29começando por criar cidades
mais densas, mais habitáveis... -
4:29 - 4:31Aqui, por exemplo, é Vancouver.
-
4:31 - 4:32Se nunca lá estiveram,
deviam ir fazer uma visita -
4:32 - 4:34É uma cidade fabulosa.
-
4:34 - 4:35Estão a criar uma nova densidade,
-
4:35 - 4:38talvez melhor do que outra qualquer
no planeta, neste momento. -
4:38 - 4:40Estão a conseguir convencer
os norte-americanos -
4:40 - 4:42a deixarem de andar de carro,
o que é muito bom. -
4:42 - 4:44Temos densidade. Temos também
a gestão do crescimento. -
4:44 - 4:48Deixa-se de lado o que é natural
para ser natural. -
4:48 - 4:50Isto é Portland.
É um verdadeiro empreendimento. -
4:50 - 4:52Essa terra irá manter-se
uma pastagem para sempre. -
4:52 - 4:54Delimitaram a cidade com uma linha.
-
4:54 - 4:57Natureza, cidade. Nada muda.
-
4:57 - 4:59Depois de fazer estas coisas,
-
4:59 - 5:01podemos começar a fazer
todo o tipo de investimentos, -
5:01 - 5:02começar a fazer coisas
-
5:02 - 5:05como sistemas de trânsito que servem
para transportar pessoas, -
5:05 - 5:08de forma eficaz
e razoavelmente confortável. -
5:08 - 5:10Pode-se também começar
a mudar o que se constrói. -
5:10 - 5:14Este é o Empreendimento Energia Zero
em Beddington, Londres, -
5:14 - 5:15que é um dos edifícios
mais verdes do mundo. -
5:15 - 5:16É um lugar fabuloso.
-
5:16 - 5:20Somos agora capazes de construir edifícios
que geram a sua própria electricidade, -
5:20 - 5:21que reciclam muita da sua água,
-
5:21 - 5:24que são muito mais cómodos
que os edifícios comuns, -
5:24 - 5:28que usam luz natural, etc.,
e custam menos ao longo do tempo. -
5:29 - 5:31Telhados verdes. O Bill McDonough
falou disso na noite passada, -
5:31 - 5:33não vou divagar muito nisso.
-
5:33 - 5:35Mas uma vez que também
teremos pessoas a viver -
5:35 - 5:36muito próximo umas das outras,
-
5:36 - 5:38uma das coisas que se pode fazer é,
-
5:38 - 5:40à medida que as tecnologias
da informação se desenvolvem, -
5:40 - 5:42começar a ter locais inteligentes.
-
5:42 - 5:44Começar a saber
onde estão as coisas. -
5:44 - 5:47Quando se sabe onde as coisas estão,
é mais fácil partilhá-las. -
5:47 - 5:49E quando se partilha,
acaba por se gastar menos. -
5:49 - 5:52Um grande exemplo são
os clubes de partilha de carros, -
5:52 - 5:54que estão a começar aqui nos EUA,
-
5:54 - 5:57já começaram em muitos locais
na Europa, e são um óptimo exemplo. -
5:57 - 5:59Uma pessoa que conduz um dia por semana,
-
5:59 - 6:00precisará realmente de ter carro próprio?
-
6:01 - 6:03Outra coisa que a tecnologia
da informação nos permite fazer -
6:03 - 6:05é começar a perceber
como usar menos coisas -
6:05 - 6:10sabendo, e monitorizando,
a quantidade que realmente utilizamos. -
6:10 - 6:12Eis um cabo de ligação eléctrica
-
6:12 - 6:14que brilha tanto mais
quanto mais energia usamos, -
6:14 - 6:16o que eu penso ser
um conceito muito bom, -
6:16 - 6:18apesar de pensar que devia trabalhar
no outro sentido, -
6:18 - 6:20de ficar mais brilhante
quanto menos consumirmos. -
6:20 - 6:22Mas pode haver uma abordagem
ainda mais simples. -
6:22 - 6:24Podemos simplesmente
re-classificar as coisas. -
6:24 - 6:27Este interruptor onde se lê,
por um lado, "enchentes", -
6:27 - 6:28e por outro, "desligado".
-
6:28 - 6:31Também podemos mudar a forma
como construímos as coisas. -
6:31 - 6:33Este é um edifício biomórfico.
-
6:33 - 6:36É inspirado em formas da vida.
-
6:36 - 6:39Muitos destes edifícios
são incrivelmente belos, -
6:39 - 6:41e também muito mais eficientes.
-
6:41 - 6:43Este é um exemplo de bio-mimética,
-
6:43 - 6:45que é algo as pessoas
procuram cada vez mais. -
6:45 - 6:47Neste caso, temos o design de uma concha
-
6:47 - 6:52que foi usado para criar um novo tipo
de exaustor, que é muito mais eficiente. -
6:52 - 6:54Está a acontecer muita coisa,
é realmente notável. -
6:55 - 6:57Se gostam disto, aconselho-vos
a procurar no Worldchanging. -
6:57 - 6:59Estamos a dar cada vez mais atenção a isto.
-
6:59 - 7:01Há também o design neobiológico,
-
7:01 - 7:03em que se usa cada vez mais a própria vida
-
7:03 - 7:06e os seus processos para
se tornarem parte da nossa indústria. -
7:06 - 7:09Isto, por exemplo,
são algas produtoras de hidrogénio. -
7:09 - 7:14Temos um potencial modelo,
um modelo emergente que procuramos -
7:14 - 7:16para como pegar nas cidades
onde a maioria de nós vive -
7:16 - 7:18e transformá-las
em cidades Verde Brilhante. -
7:18 - 7:23Infelizmente, a maioria das pessoas do planeta
não vive em cidades como as nossas. -
7:23 - 7:26Vivem nas megacidades emergentes
dos países em desenvolvimento. -
7:26 - 7:29Há um dado estatístico
que gosto de usar frequentemente, -
7:29 - 7:31que diz que, de quatro em quatro dias,
adicionamos ao planeta -
7:31 - 7:34uma cidade do tamanho de Seattle
de quatro em quatro dias. -
7:34 - 7:36Há cerca de dois meses
estava a fazer uma palestra, -
7:36 - 7:38e um tipo, que trabalhara
para as NU, chegou-se a mim -
7:38 - 7:40muito corado, e disse:
-
7:40 - 7:42"Olhe, percebeu tudo ao contrário,
está tudo errado. -
7:42 - 7:44É de sete em sete dias.
-
7:45 - 7:48Portanto, estamos a adicionar uma cidade
do tamanho de Seattle de 7 em 7 dias. -
7:48 - 7:50Muitas dessas cidades
parecem-se mais com isto -
7:50 - 7:52do que a cidade em que nós vivemos.
-
7:52 - 7:55Muitas destas cidades estão
a crescer incrivelmente depressa. -
7:55 - 7:57Não têm infraestruturas,
-
7:57 - 8:00têm imensas pessoas
que lutam contra a pobreza, -
8:00 - 8:03e imensas pessoas que tentam perceber
-
8:03 - 8:04como fazer as coisas de uma nova forma.
-
8:04 - 8:08Então, do que é que precisamos
para transformar as megacidades -
8:08 - 8:11das nações em desenvolvimento
em megacidades Verde Brilhante? -
8:11 - 8:15A primeira coisa de que precisamos
é de "leapfrogging". -
8:14 - 8:17É uma das coisas que procuramos
por toda a parte. -
8:17 - 8:19A ideia por detrás do "leapfrogging" é:
-
8:19 - 8:23se se tratar duma pessoa, ou dum país,
presos numa situação -
8:23 - 8:25em que não há as ferramentas
nem as tecnologias que são precisas, -
8:25 - 8:31não há razão alguma para investir
em tecnologias de gerações passadas. -
8:31 - 8:33Por isso, quase universalmente,
a melhor opção é procurar -
8:33 - 8:38uma versão mais barata, ou localmente
aplicável, da tecnologia mais recente. -
8:38 - 8:42Podemos ver isto nos telemóveis.
-
8:42 - 8:44Por todo o mundo em desenvolvimento,
-
8:44 - 8:46as pessoas passam directamente
para os telemóveis -
8:46 - 8:48saltando por cima da etapa
da linha terrestre. -
8:48 - 8:51As linhas terrestres em muitas cidades
dos países em desenvolvimento, -
8:51 - 8:53são geralmente sistemas
ranhosos que avariam muito -
8:53 - 8:55e custam muito dinheiro.
-
8:55 - 8:57Gosto muito desta imagem.
-
8:57 - 9:01Gosto particularmente do Ganesh
a falar ao telemóvel, no plano de fundo. -
9:01 - 9:05O que mais temos, são os telemóveis
a infiltrarem-se na sociedade. -
9:05 - 9:07Esta semana, ouvimos
falar muito disso aqui, -
9:07 - 9:10por isso não vou dizer
muito mais, a não ser -
9:10 - 9:14que o que é verdade para os telemóveis
também o é para todo o tipo de tecnologias. -
9:14 - 9:17A segunda coisa são as ferramentas
para a colaboração, -
9:17 - 9:21sejam sistemas de colaboração,
ou sistemas de propriedade intelectual -
9:21 - 9:22que encorajem a colaboração.
-
9:22 - 9:26Quando há liberdade para as pessoas
trabalhem juntas e inovarem, -
9:26 - 9:29consegue-se diferentes tipos de soluções.
-
9:29 - 9:31E essas soluções são acessíveis
de uma forma diferente -
9:31 - 9:33às pessoas sem capital.
-
9:33 - 9:37Então, temos software de acesso livre,
-
9:37 - 9:41temos Creative Commons
e outros tipos de soluções Copyleft. -
9:41 - 9:43E essas coisas levam-nos
a coisas como esta. -
9:43 - 9:46Isto é um telecentro em S. Paulo.
-
9:46 - 9:48É um programa verdadeiramente notável
-
9:48 - 9:52que usa software grátis e de acesso livre,
máquinas baratas com peças aproveitadas -
9:52 - 9:56e basicamente todo o tipo
de edifícios abandonados. -
9:56 - 9:57Reuniu uma série de centros comunitários
-
9:57 - 10:01onde a pessoas podem ir,
aceder à Internet de alta velocidade, -
10:01 - 10:04aprender a programar
num computador, gratuitamente. -
10:04 - 10:08Um quarto de milhão de pessoas por ano
usam agora estes centros em S. Paulo. -
10:08 - 10:11Esse quarto de milhão de pessoas
são das mais pobres de S. Paulo. -
10:11 - 10:14Gosto particularmente
do pequeno pinguim do Linux no fundo. -
10:16 - 10:20Isto está a fomentar uma espécie
de explosão cultural do Sul. -
10:20 - 10:23E uma das coisas em que estamos
mesmo interessados no Worldchanging -
10:23 - 10:27são as formas como o sul
se está a re-identificar -
10:27 - 10:30e a recategorizar de formas
-
10:30 - 10:34que cada vez menos têm menos a ver
com a maior parte de nós aqui. -
10:34 - 10:38Não é como... Bem, Bollywood
não responde apenas a Hollywood. -
10:38 - 10:42O cenário musical brasileiro não se limita
a responder às maiores editoras. -
10:42 - 10:44Está a fazer algo novo.
Estão a acontecer coisas novas. -
10:44 - 10:48E elas interligam-se!
E conseguem-se coisas espectaculares. -
10:48 - 10:50Como, não sei se viram
o filme "Cidade de Deus"? -
10:50 - 10:53É um filme fabuloso,
se ainda não o viram. -
10:53 - 10:57Tudo se resume a esta questão,
de forma muito artística e indirecta. -
10:57 - 10:58Há outros exemplos radicais
-
10:58 - 11:01em que a capacidade para usar
ferramentas culturais se está a disseminar. -
11:01 - 11:03Estas pessoas acabaram
de receber uma visita -
11:03 - 11:05da biblioteca itinerante Internet
no Uganda. -
11:05 - 11:08E agitam no ar os seus primeiros livros.
-
11:08 - 11:10Acho que é uma imagem muito fixe.
-
11:10 - 11:15Também há a possibilidade de as pessoas
se começarem a juntar -
11:15 - 11:20e agir por si mesmas
em questões políticas e cívicas, -
11:20 - 11:23de formas nunca antes vistas.
-
11:23 - 11:26E, como ouvimos ontem à noite,
como já ouvimos esta semana, -
11:26 - 11:32são absoluta e fundamentalmente vitais
para a capacidade de criar novas soluções, -
11:32 - 11:34de criar novas realidades políticas.
-
11:34 - 11:38E diria pessoalmente que temos
de criar novas realidades políticas, -
11:38 - 11:43não apenas em locais
como a Índia, Afeganistão, Paquistão, -
11:43 - 11:45como queiram, mas aqui, em casa, também.
-
11:45 - 11:47É possível um outro mundo.
-
11:47 - 11:51É uma espécie de grande lema
do movimento antiglobalização. -
11:51 - 11:53Nós ajustamos muito isso.
-
11:53 - 11:55Falamos sobre a impossibilidade
de um outro mundo, -
11:55 - 11:57mas esse novo mundo está aqui!
-
11:57 - 12:00E não é só que tenhamos
de imaginar mais ou menos -
12:00 - 12:02a existência duma vaga alternativa vaga,
-
12:02 - 12:06precisamos é de começar a agir
mais um bocadinho para que isso aconteça. -
12:06 - 12:10Precisamos de fazer coisas
como Lula, o Presidente do Brasil. -
12:10 - 12:12Quantas pessoas já tinham
ouvido falar do Lula? -
12:12 - 12:16Ok, então, muito melhor que a média,
posso dizer-vos isso. -
12:16 - 12:18O Lula é cheio de problemas,
de contradições, -
12:18 - 12:20mas uma das coisas que ele está a fazer
-
12:20 - 12:26é avançar com uma ideia de como
nos comportamos nas relações internacionais -
12:26 - 12:33que altera completamente o equilíbrio
normal do diálogo entre norte e sul -
12:33 - 12:37para uma nova forma de colaboração global.
-
12:37 - 12:39Eu, se fosse vocês,
não perdia de vista este tipo. -
12:39 - 12:42Outro exemplo deste tipo
de segunda super-potência -
12:42 - 12:46é o aumento destas jogadas
a que chamamos jogo sério. -
12:46 - 12:48Controlamos muito isto.
Está a espalhar-se por toda a parte. -
12:48 - 12:51Isto foi tirado de "Uma Força Mais Poderosa".
É um pequeno screenshot. -
12:51 - 12:53"Uma Força Mais Poderosa"
é um jogo de vídeo -
12:53 - 12:56que, enquanto se joga,
nos ensina a envolver-nos -
12:56 - 12:58numa insurreição não violenta
e mudança de regime. -
12:58 - 13:02Aqui está outro. Este é de um jogo
chamado "Força da Comida", -
13:02 - 13:05que é um jogo que ensina às crianças
como gerir um campo de refugiados. -
13:05 - 13:09Estas coisas estão todas a contribuir,
de uma forma muito dinâmica -
13:09 - 13:14para um aumento enorme, especialmente
no mundo em desenvolvimento, -
13:14 - 13:18no interesse e paixão
das pessoas pela democracia. -
13:18 - 13:21Recebemos tão poucas notícias
sobre o mundo em desenvolvimento, -
13:21 - 13:24que esquecemos muitas vezes
que são, literalmente, -
13:24 - 13:27milhões de pessoas por esse mundo fora
que lutam para mudar as coisas, -
13:27 - 13:30para serem mais justas, mais livres,
mais democráticas, menos corruptas. -
13:30 - 13:32Não ouvimos suficientes histórias destas.
-
13:32 - 13:34Mas está a acontecer por todo o lado
-
13:34 - 13:37e estas ferramentas fazem parte
do que está a tornar isto possível. -
13:37 - 13:39Agora, quando se soma tudo isto,
-
13:39 - 13:41quando se adiciona o "leapfrogging"
e novos tipos de ferramentas, -
13:41 - 13:44cenas da segunda superpotência, etc.,
o que é que se tem? -
13:44 - 13:47Muito rapidamente, obtém-se
um futuro Verde Brilhante -
13:47 - 13:49para o mundo em desenvolvimento.
-
13:49 - 13:52Tem-se, por exemplo, a disseminação
das energias verdes pelo mundo. -
13:52 - 13:54Há um edifício em Hyderabad, na Índia.
-
13:54 - 13:56É o edifício mais verde do mundo.
-
13:56 - 13:58Pega-se em soluções de base,
coisas que funcionam -
13:58 - 14:01para pessoas que têm
pouco ou nenhum acesso ao capital. -
14:01 - 14:04Pega-se em engenheiros de pé-descalço
para carregarem painéis solares -
14:04 - 14:05para montanhas longínquas.
-
14:05 - 14:07Tem-se acesso à medicina à distância.
-
14:07 - 14:09Estas são enfermeiras indianas
a aprender a utilizar PDAs -
14:09 - 14:11para acederem a bases de dados
que têm informações -
14:11 - 14:14a que não conseguem aceder em casa.
-
14:14 - 14:17Tem-se novas ferramentas para as pessoas
no mundo em desenvolvimento. -
14:17 - 14:21Estes são DEL que ajudam
cerca de mil milhões de pessoas no mundo -
14:21 - 14:23para quem a chegada da noite
significa escuridão, -
14:23 - 14:26a terem novos meios de funcionar.
-
14:26 - 14:28Estes são frigoríficos
que não necessitam de energia, -
14:28 - 14:30são potes dentro de potes.
-
14:30 - 14:33E tem-se também soluções para a água.
É um dos problemas mais prementes. -
14:33 - 14:35Eis um design muito barato
para recolha da água das chuvas -
14:35 - 14:38disponível para as pessoas
no mundo em desenvolvimento. -
14:38 - 14:42Este é um design para se destilar água
usando apenas a luz do sol. -
14:42 - 14:47Eis um apanhador de nevoeiro,
se se está numa zona húmida, numa selva, -
14:47 - 14:50vai capturar e destilar água
limpa e potável do ar. -
14:50 - 14:53Esta é uma forma de transportar água.
-
14:53 - 14:55Adoro isto. Quero dizer,
carregar água é uma seca. -
14:55 - 14:58Alguém teve a ideia
"e se a fizéssemos rebolar?" -
14:58 - 15:00Quero dizer, é um design óptimo!
-
15:00 - 15:03Esta é uma invenção fabulosa, LifeStraw.
-
15:03 - 15:06Basicamente, pode-se beber
qualquer água com isto, -
15:06 - 15:09e esta tornar-se-á potável no momento
em que chega aos nossos lábios. -
15:09 - 15:12Assim as pessoas em situações
desesperadas podem usar isto. -
15:12 - 15:15Este é um dos meus tipos favoritos
de coisas do Worldchanging. -
15:15 - 15:18Este é um carrocel inventado
pela companhia Roundabout, -
15:18 - 15:22que bombeia água
enquanto os miúdos brincam. -
15:22 - 15:23(Risos)
-
15:23 - 15:26A sério, dêem uma mãozinha a este,
é bastante bom. -
15:26 - 15:30E a mesma coisa é verdadeira
para as pessoas em crise absoluta. -
15:30 - 15:34Esperamos que haja mais de 200 milhões
de refugiados até 2020 -
15:34 - 15:37devido às alterações climáticas
e à instabilidade política. -
15:37 - 15:38Como é que ajudamos pessoas assim?
-
15:38 - 15:41Há muitos novos projectos
humanitários impressionantes -
15:41 - 15:43que estão a ser desenvolvidos
em colaboração por todo o planeta. -
15:43 - 15:46Alguns dos projectos
incluem modelos para a acção, -
15:46 - 15:50tais como novos modelos para a educação
das aldeias nos campos de refugiados. -
15:50 - 15:52Novos modelos de pedagogia
para os deslocados. -
15:52 - 15:54E temos novas ferramentas,
-
15:54 - 15:57Esta é uma das coisas que prefiro.
-
15:57 - 15:58Alguém sabe o que é isto?
-
15:58 - 16:00Público: Detecta minas terrestres.
-
16:00 - 16:02Exactamente, esta é uma flor
que detecta minas terrestres. -
16:03 - 16:05Se viverem num dos locais
-
16:05 - 16:08onde estão espalhadas cerca
de quinhentos milhões de minas, -
16:08 - 16:11podem-se atirar estas sementes
para o terreno. -
16:11 - 16:15À medida que crescem,
vão crescer à volta das minas, -
16:15 - 16:18as suas raízes detectam os químicos,
-
16:18 - 16:21e nos locais onde as flores
são vermelhas não se põe o pé. -
16:23 - 16:26São sementes que podem salvar a vida.
-
16:26 - 16:28(Aplausos)
-
16:28 - 16:32Também adoro isto porque me parece
-
16:32 - 16:37que o exemplo, as ferramentas
que usamos para mudar o mundo, -
16:37 - 16:39deviam ser belas, só por si.
-
16:39 - 16:41Isso não é só o suficiente para sobreviver.
-
16:41 - 16:45Temos de fazer algo melhor
do que aquilo que já temos, -
16:45 - 16:48e eu acho que o faremos.
-
16:48 - 16:51Só para acabar, nas palavras
imortais de H. G. Wells, -
16:51 - 16:53penso que há coisas melhores a caminho.
-
16:53 - 16:57Penso que, de facto, "todo o passado
é apenas o início de um início. -
16:57 - 16:59Tudo aquilo que a mente humana alcançou
-
16:59 - 17:02é apenas o sonho antes do despertar".
-
17:02 - 17:04Espero que isto se torne verdade.
-
17:04 - 17:06As pessoas aqui deram-me
mais confiança do que nunca -
17:06 - 17:07de que se tornará verdade!
-
17:07 - 17:08Muito obrigado.
-
17:08 - 17:10(Aplausos)
- Title:
- A via para um futuro sustentável
- Speaker:
- Alex Steffen
- Description:
-
Alex Steffen, fundador do Worldchanging.com, argumenta que reduzir a pegada ecológica da humanidade é hoje incrivelmente vital, à medida que o estilo de vida consumista do ocidente se espalha aos países em vias de desenvolvimento.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:10
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The route to a sustainable future | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The route to a sustainable future | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The route to a sustainable future | ||
Ana Brochado added a translation |