Return to Video

A via para um futuro sustentável

  • 0:01 - 0:03
    Quando começo palestras como esta,
  • 0:03 - 0:05
    conto sempre uma lenga-lenga
    sobre sustentabilidade
  • 0:05 - 0:08
    porque muita gente por aí
    não sabe o que isso é.
  • 0:08 - 0:09
    Este público sabe,
  • 0:09 - 0:13
    por isso vou dar-vos
    apenas a versão resumida.
  • 0:13 - 0:15
    Tenham paciência. Vamos fazê-lo
    muito rapidamente, está bem?
  • 0:15 - 0:17
    Preencham os espaços.
  • 0:17 - 0:19
    Sustentabilidade, planeta pequeno, certo?
  • 0:19 - 0:22
    Imaginem uma Terra pequenina,
    a andar à volta do Sol.
  • 0:22 - 0:23
    Há cerca de um milhão de anos,
  • 0:23 - 0:25
    um bando de macacos caiu das árvores,
  • 0:25 - 0:27
    tornou-se um pouco inteligente,
    recolheu o fogo,
  • 0:27 - 0:28
    inventou a imprensa,
  • 0:28 - 0:30
    fez aquelas malas com rodinhas.
  • 0:30 - 0:33
    Construíram a sociedade
    em que vivemos actualmente.
  • 0:33 - 0:36
    Infelizmente, embora esta sociedade
    seja, sem dúvida,
  • 0:36 - 0:40
    a mais próspera e dinâmica
    que o mundo já criou,
  • 0:40 - 0:43
    tem grandes, grandes falhas.
  • 0:43 - 0:47
    Uma delas é que todas as sociedades
    têm uma pegada ecológica.
  • 0:48 - 0:52
    Têm um impacto no planeta
    que é mensurável.
  • 0:52 - 0:54
    Quantas coisas passam pela nossa vida,
  • 0:54 - 0:57
    quanto desperdício deixamos atrás de nós.
  • 0:57 - 1:00
    E nós, de momento, na nossa sociedade,
  • 1:00 - 1:04
    temos um nível de desperdício
    dramaticamente insustentável.
  • 1:04 - 1:07
    Estamos a gastar o equivalente
    a cinco planetas.
  • 1:07 - 1:10
    Se toda a gente no planeta
    vivesse como nós,
  • 1:10 - 1:12
    precisaríamos de entre cinco, seis, sete,
  • 1:12 - 1:14
    há quem diga até dez planetas.
  • 1:14 - 1:16
    Claramente, não temos dez planetas.
  • 1:16 - 1:19
    Mais uma vez, imaginem,
    dez planetas, um planeta,
  • 1:19 - 1:20
    dez planetas, um planeta.
  • 1:20 - 1:23
    Não os temos! Esse é um problema.
  • 1:23 - 1:26
    O segundo problema
    é que o planeta que temos
  • 1:26 - 1:28
    está a ser usado de formas muito injustas.
  • 1:30 - 1:32
    Os norte-americanos, como eu,
  • 1:32 - 1:35
    somos basicamente
    como porcos glutões a chafurdar,
  • 1:35 - 1:36
    e estamos a comer todo o tipo de coisas.
  • 1:36 - 1:38
    E depois vamos por aqui abaixo,
  • 1:38 - 1:42
    até às pessoas na região da Ásia,
    do Pacífico, e sobretudo em África,
  • 1:42 - 1:44
    pessoas que não têm o suficiente
    para sobreviver.
  • 1:44 - 1:46
    Isto está a produzir
    todo o tipo de tensões,
  • 1:46 - 1:50
    todo o tipo de dinâmicas
    que são altamente perturbantes.
  • 1:49 - 1:53
    E cada vez mais há mais pessoas.
  • 1:53 - 1:57
    Este é o aspecto do nosso planeta
    daqui a vinte anos.
  • 1:57 - 2:00
    Vai estar a abarrotar, com pelo menos
    oito mil milhões de pessoas.
  • 2:01 - 2:05
    Para dificultar as coisas ainda mais,
    é um planeta bastante jovem.
  • 2:05 - 2:07
    Um terço das pessoas
    neste planeta são crianças.
  • 2:07 - 2:11
    Essas crianças estão a crescer
    duma forma completamente diferente
  • 2:11 - 2:13
    dos seus pais, onde quer que vivam.
  • 2:13 - 2:18
    Foram expostas a esta ideia
    da nossa sociedade, da nossa prosperidade.
  • 2:18 - 2:20
    Podem não querer viver
    exactamente como nós,
  • 2:20 - 2:22
    podem não querer ser
    americanos ou britânicos,
  • 2:22 - 2:24
    ou alemães ou sul-africanos,
  • 2:24 - 2:26
    mas querem a sua própria versão
  • 2:26 - 2:29
    duma vida mais próspera e mais dinâmica,
  • 2:29 - 2:31
    e mais agradável.
  • 2:31 - 2:33
    Tudo isto se combina para criar
  • 2:33 - 2:36
    uma enorme tensão sobre o planeta.
  • 2:36 - 2:40
    Se não conseguirmos arranjar
    uma forma de lidar com essa tensão,
  • 2:40 - 2:44
    vamos dar por nós,
    cada vez mais rapidamente,
  • 2:44 - 2:48
    a enfrentar situações
    que são simplesmente impensáveis.
  • 2:48 - 2:50
    Todos nesta sala ouviram falar
    dos piores cenários.
  • 2:50 - 2:52
    Não preciso de ir por aí.
  • 2:52 - 2:54
    Mas vou pôr a questão,
    qual é a alternativa?
  • 2:54 - 2:58
    E diria que, de momento,
    a alternativa é inimaginável.
  • 2:58 - 3:01
    Então, de um lado temos o impensável,
  • 3:01 - 3:03
    do outro, o inimaginável.
  • 3:03 - 3:06
    Não sabemos ainda
    como construir uma sociedade
  • 3:06 - 3:08
    ambientalmente sustentável,
  • 3:08 - 3:11
    que possa ser partilhada
    por todos no planeta,
  • 3:11 - 3:15
    que promova a estabilidade,
    a democracia e os direitos humanos,
  • 3:15 - 3:18
    e que seja alcançável
    no espaço de tempo necessário
  • 3:18 - 3:21
    para ultrapassar os desafios
    que enfrentamos.
  • 3:21 - 3:23
    Ainda não sabemos como fazer isto.
  • 3:23 - 3:25
    Então, o que é a Worldchanging?
  • 3:25 - 3:27
    Podemos pensar no Worldchanging
  • 3:27 - 3:32
    como uma espécie de serviço noticioso
    para o futuro inimaginável.
  • 3:32 - 3:35
    O que andamos a fazer é procurar
  • 3:35 - 3:37
    exemplos de ferramentas, modelos e ideias,
  • 3:37 - 3:41
    que, se adoptadas em larga escala,
    mudariam o jogo.
  • 3:41 - 3:44
    Muitas vezes, quando faço
    uma palestra destas,
  • 3:44 - 3:47
    falo de coisas de que, tenho a certeza,
    todos nesta sala já ouviram falar,
  • 3:47 - 3:49
    mas a maioria das pessoas não.
  • 3:49 - 3:51
    Então pensei em fazer algo
    um pouco diferente hoje
  • 3:51 - 3:54
    e falar daquilo de que estamos à procura,
  • 3:54 - 3:57
    em vez de vos dar exemplos
    reais e testados.
  • 3:57 - 3:59
    Falar do tipo de coisas
    de que andamos à procura.
  • 3:59 - 4:02
    Deixar-vos espreitar para dentro
    do nosso caderno editorial.
  • 4:02 - 4:05
    E dado que tenho apenas 13 minutos
    para isso, vai ter de andar depressa.
  • 4:05 - 4:07
    Portanto, acompanhem-me.
  • 4:07 - 4:10
    Primeiro de tudo, o que é que procuramos?
    Cidades Verde-Brilhante.
  • 4:10 - 4:12
    Uma das maiores alavancas
    que temos no mundo desenvolvido
  • 4:12 - 4:14
    para mudar o impacto que temos no planeta
  • 4:14 - 4:16
    é mudar a forma
    como vivemos nas cidades.
  • 4:16 - 4:18
    Já somos um planeta urbano,
  • 4:18 - 4:20
    e isso é especialmente verdade
    no mundo desenvolvido.
  • 4:20 - 4:22
    As pessoas que vivem em cidades
    no mundo desenvolvido
  • 4:22 - 4:24
    são muito prósperas,
    logo usam muitas coisas.
  • 4:24 - 4:27
    Se conseguirmos mudar a dinâmica,
  • 4:27 - 4:29
    começando por criar cidades
    mais densas, mais habitáveis...
  • 4:29 - 4:31
    Aqui, por exemplo, é Vancouver.
  • 4:31 - 4:32
    Se nunca lá estiveram,
    deviam ir fazer uma visita
  • 4:32 - 4:34
    É uma cidade fabulosa.
  • 4:34 - 4:35
    Estão a criar uma nova densidade,
  • 4:35 - 4:38
    talvez melhor do que outra qualquer
    no planeta, neste momento.
  • 4:38 - 4:40
    Estão a conseguir convencer
    os norte-americanos
  • 4:40 - 4:42
    a deixarem de andar de carro,
    o que é muito bom.
  • 4:42 - 4:44
    Temos densidade. Temos também
    a gestão do crescimento.
  • 4:44 - 4:48
    Deixa-se de lado o que é natural
    para ser natural.
  • 4:48 - 4:50
    Isto é Portland.
    É um verdadeiro empreendimento.
  • 4:50 - 4:52
    Essa terra irá manter-se
    uma pastagem para sempre.
  • 4:52 - 4:54
    Delimitaram a cidade com uma linha.
  • 4:54 - 4:57
    Natureza, cidade. Nada muda.
  • 4:57 - 4:59
    Depois de fazer estas coisas,
  • 4:59 - 5:01
    podemos começar a fazer
    todo o tipo de investimentos,
  • 5:01 - 5:02
    começar a fazer coisas
  • 5:02 - 5:05
    como sistemas de trânsito que servem
    para transportar pessoas,
  • 5:05 - 5:08
    de forma eficaz
    e razoavelmente confortável.
  • 5:08 - 5:10
    Pode-se também começar
    a mudar o que se constrói.
  • 5:10 - 5:14
    Este é o Empreendimento Energia Zero
    em Beddington, Londres,
  • 5:14 - 5:15
    que é um dos edifícios
    mais verdes do mundo.
  • 5:15 - 5:16
    É um lugar fabuloso.
  • 5:16 - 5:20
    Somos agora capazes de construir edifícios
    que geram a sua própria electricidade,
  • 5:20 - 5:21
    que reciclam muita da sua água,
  • 5:21 - 5:24
    que são muito mais cómodos
    que os edifícios comuns,
  • 5:24 - 5:28
    que usam luz natural, etc.,
    e custam menos ao longo do tempo.
  • 5:29 - 5:31
    Telhados verdes. O Bill McDonough
    falou disso na noite passada,
  • 5:31 - 5:33
    não vou divagar muito nisso.
  • 5:33 - 5:35
    Mas uma vez que também
    teremos pessoas a viver
  • 5:35 - 5:36
    muito próximo umas das outras,
  • 5:36 - 5:38
    uma das coisas que se pode fazer é,
  • 5:38 - 5:40
    à medida que as tecnologias
    da informação se desenvolvem,
  • 5:40 - 5:42
    começar a ter locais inteligentes.
  • 5:42 - 5:44
    Começar a saber
    onde estão as coisas.
  • 5:44 - 5:47
    Quando se sabe onde as coisas estão,
    é mais fácil partilhá-las.
  • 5:47 - 5:49
    E quando se partilha,
    acaba por se gastar menos.
  • 5:49 - 5:52
    Um grande exemplo são
    os clubes de partilha de carros,
  • 5:52 - 5:54
    que estão a começar aqui nos EUA,
  • 5:54 - 5:57
    já começaram em muitos locais
    na Europa, e são um óptimo exemplo.
  • 5:57 - 5:59
    Uma pessoa que conduz um dia por semana,
  • 5:59 - 6:00
    precisará realmente de ter carro próprio?
  • 6:01 - 6:03
    Outra coisa que a tecnologia
    da informação nos permite fazer
  • 6:03 - 6:05
    é começar a perceber
    como usar menos coisas
  • 6:05 - 6:10
    sabendo, e monitorizando,
    a quantidade que realmente utilizamos.
  • 6:10 - 6:12
    Eis um cabo de ligação eléctrica
  • 6:12 - 6:14
    que brilha tanto mais
    quanto mais energia usamos,
  • 6:14 - 6:16
    o que eu penso ser
    um conceito muito bom,
  • 6:16 - 6:18
    apesar de pensar que devia trabalhar
    no outro sentido,
  • 6:18 - 6:20
    de ficar mais brilhante
    quanto menos consumirmos.
  • 6:20 - 6:22
    Mas pode haver uma abordagem
    ainda mais simples.
  • 6:22 - 6:24
    Podemos simplesmente
    re-classificar as coisas.
  • 6:24 - 6:27
    Este interruptor onde se lê,
    por um lado, "enchentes",
  • 6:27 - 6:28
    e por outro, "desligado".
  • 6:28 - 6:31
    Também podemos mudar a forma
    como construímos as coisas.
  • 6:31 - 6:33
    Este é um edifício biomórfico.
  • 6:33 - 6:36
    É inspirado em formas da vida.
  • 6:36 - 6:39
    Muitos destes edifícios
    são incrivelmente belos,
  • 6:39 - 6:41
    e também muito mais eficientes.
  • 6:41 - 6:43
    Este é um exemplo de bio-mimética,
  • 6:43 - 6:45
    que é algo as pessoas
    procuram cada vez mais.
  • 6:45 - 6:47
    Neste caso, temos o design de uma concha
  • 6:47 - 6:52
    que foi usado para criar um novo tipo
    de exaustor, que é muito mais eficiente.
  • 6:52 - 6:54
    Está a acontecer muita coisa,
    é realmente notável.
  • 6:55 - 6:57
    Se gostam disto, aconselho-vos
    a procurar no Worldchanging.
  • 6:57 - 6:59
    Estamos a dar cada vez mais atenção a isto.
  • 6:59 - 7:01
    Há também o design neobiológico,
  • 7:01 - 7:03
    em que se usa cada vez mais a própria vida
  • 7:03 - 7:06
    e os seus processos para
    se tornarem parte da nossa indústria.
  • 7:06 - 7:09
    Isto, por exemplo,
    são algas produtoras de hidrogénio.
  • 7:09 - 7:14
    Temos um potencial modelo,
    um modelo emergente que procuramos
  • 7:14 - 7:16
    para como pegar nas cidades
    onde a maioria de nós vive
  • 7:16 - 7:18
    e transformá-las
    em cidades Verde Brilhante.
  • 7:18 - 7:23
    Infelizmente, a maioria das pessoas do planeta
    não vive em cidades como as nossas.
  • 7:23 - 7:26
    Vivem nas megacidades emergentes
    dos países em desenvolvimento.
  • 7:26 - 7:29
    Há um dado estatístico
    que gosto de usar frequentemente,
  • 7:29 - 7:31
    que diz que, de quatro em quatro dias,
    adicionamos ao planeta
  • 7:31 - 7:34
    uma cidade do tamanho de Seattle
    de quatro em quatro dias.
  • 7:34 - 7:36
    Há cerca de dois meses
    estava a fazer uma palestra,
  • 7:36 - 7:38
    e um tipo, que trabalhara
    para as NU, chegou-se a mim
  • 7:38 - 7:40
    muito corado, e disse:
  • 7:40 - 7:42
    "Olhe, percebeu tudo ao contrário,
    está tudo errado.
  • 7:42 - 7:44
    É de sete em sete dias.
  • 7:45 - 7:48
    Portanto, estamos a adicionar uma cidade
    do tamanho de Seattle de 7 em 7 dias.
  • 7:48 - 7:50
    Muitas dessas cidades
    parecem-se mais com isto
  • 7:50 - 7:52
    do que a cidade em que nós vivemos.
  • 7:52 - 7:55
    Muitas destas cidades estão
    a crescer incrivelmente depressa.
  • 7:55 - 7:57
    Não têm infraestruturas,
  • 7:57 - 8:00
    têm imensas pessoas
    que lutam contra a pobreza,
  • 8:00 - 8:03
    e imensas pessoas que tentam perceber
  • 8:03 - 8:04
    como fazer as coisas de uma nova forma.
  • 8:04 - 8:08
    Então, do que é que precisamos
    para transformar as megacidades
  • 8:08 - 8:11
    das nações em desenvolvimento
    em megacidades Verde Brilhante?
  • 8:11 - 8:15
    A primeira coisa de que precisamos
    é de "leapfrogging".
  • 8:14 - 8:17
    É uma das coisas que procuramos
    por toda a parte.
  • 8:17 - 8:19
    A ideia por detrás do "leapfrogging" é:
  • 8:19 - 8:23
    se se tratar duma pessoa, ou dum país,
    presos numa situação
  • 8:23 - 8:25
    em que não há as ferramentas
    nem as tecnologias que são precisas,
  • 8:25 - 8:31
    não há razão alguma para investir
    em tecnologias de gerações passadas.
  • 8:31 - 8:33
    Por isso, quase universalmente,
    a melhor opção é procurar
  • 8:33 - 8:38
    uma versão mais barata, ou localmente
    aplicável, da tecnologia mais recente.
  • 8:38 - 8:42
    Podemos ver isto nos telemóveis.
  • 8:42 - 8:44
    Por todo o mundo em desenvolvimento,
  • 8:44 - 8:46
    as pessoas passam directamente
    para os telemóveis
  • 8:46 - 8:48
    saltando por cima da etapa
    da linha terrestre.
  • 8:48 - 8:51
    As linhas terrestres em muitas cidades
    dos países em desenvolvimento,
  • 8:51 - 8:53
    são geralmente sistemas
    ranhosos que avariam muito
  • 8:53 - 8:55
    e custam muito dinheiro.
  • 8:55 - 8:57
    Gosto muito desta imagem.
  • 8:57 - 9:01
    Gosto particularmente do Ganesh
    a falar ao telemóvel, no plano de fundo.
  • 9:01 - 9:05
    O que mais temos, são os telemóveis
    a infiltrarem-se na sociedade.
  • 9:05 - 9:07
    Esta semana, ouvimos
    falar muito disso aqui,
  • 9:07 - 9:10
    por isso não vou dizer
    muito mais, a não ser
  • 9:10 - 9:14
    que o que é verdade para os telemóveis
    também o é para todo o tipo de tecnologias.
  • 9:14 - 9:17
    A segunda coisa são as ferramentas
    para a colaboração,
  • 9:17 - 9:21
    sejam sistemas de colaboração,
    ou sistemas de propriedade intelectual
  • 9:21 - 9:22
    que encorajem a colaboração.
  • 9:22 - 9:26
    Quando há liberdade para as pessoas
    trabalhem juntas e inovarem,
  • 9:26 - 9:29
    consegue-se diferentes tipos de soluções.
  • 9:29 - 9:31
    E essas soluções são acessíveis
    de uma forma diferente
  • 9:31 - 9:33
    às pessoas sem capital.
  • 9:33 - 9:37
    Então, temos software de acesso livre,
  • 9:37 - 9:41
    temos Creative Commons
    e outros tipos de soluções Copyleft.
  • 9:41 - 9:43
    E essas coisas levam-nos
    a coisas como esta.
  • 9:43 - 9:46
    Isto é um telecentro em S. Paulo.
  • 9:46 - 9:48
    É um programa verdadeiramente notável
  • 9:48 - 9:52
    que usa software grátis e de acesso livre,
    máquinas baratas com peças aproveitadas
  • 9:52 - 9:56
    e basicamente todo o tipo
    de edifícios abandonados.
  • 9:56 - 9:57
    Reuniu uma série de centros comunitários
  • 9:57 - 10:01
    onde a pessoas podem ir,
    aceder à Internet de alta velocidade,
  • 10:01 - 10:04
    aprender a programar
    num computador, gratuitamente.
  • 10:04 - 10:08
    Um quarto de milhão de pessoas por ano
    usam agora estes centros em S. Paulo.
  • 10:08 - 10:11
    Esse quarto de milhão de pessoas
    são das mais pobres de S. Paulo.
  • 10:11 - 10:14
    Gosto particularmente
    do pequeno pinguim do Linux no fundo.
  • 10:16 - 10:20
    Isto está a fomentar uma espécie
    de explosão cultural do Sul.
  • 10:20 - 10:23
    E uma das coisas em que estamos
    mesmo interessados no Worldchanging
  • 10:23 - 10:27
    são as formas como o sul
    se está a re-identificar
  • 10:27 - 10:30
    e a recategorizar de formas
  • 10:30 - 10:34
    que cada vez menos têm menos a ver
    com a maior parte de nós aqui.
  • 10:34 - 10:38
    Não é como... Bem, Bollywood
    não responde apenas a Hollywood.
  • 10:38 - 10:42
    O cenário musical brasileiro não se limita
    a responder às maiores editoras.
  • 10:42 - 10:44
    Está a fazer algo novo.
    Estão a acontecer coisas novas.
  • 10:44 - 10:48
    E elas interligam-se!
    E conseguem-se coisas espectaculares.
  • 10:48 - 10:50
    Como, não sei se viram
    o filme "Cidade de Deus"?
  • 10:50 - 10:53
    É um filme fabuloso,
    se ainda não o viram.
  • 10:53 - 10:57
    Tudo se resume a esta questão,
    de forma muito artística e indirecta.
  • 10:57 - 10:58
    Há outros exemplos radicais
  • 10:58 - 11:01
    em que a capacidade para usar
    ferramentas culturais se está a disseminar.
  • 11:01 - 11:03
    Estas pessoas acabaram
    de receber uma visita
  • 11:03 - 11:05
    da biblioteca itinerante Internet
    no Uganda.
  • 11:05 - 11:08
    E agitam no ar os seus primeiros livros.
  • 11:08 - 11:10
    Acho que é uma imagem muito fixe.
  • 11:10 - 11:15
    Também há a possibilidade de as pessoas
    se começarem a juntar
  • 11:15 - 11:20
    e agir por si mesmas
    em questões políticas e cívicas,
  • 11:20 - 11:23
    de formas nunca antes vistas.
  • 11:23 - 11:26
    E, como ouvimos ontem à noite,
    como já ouvimos esta semana,
  • 11:26 - 11:32
    são absoluta e fundamentalmente vitais
    para a capacidade de criar novas soluções,
  • 11:32 - 11:34
    de criar novas realidades políticas.
  • 11:34 - 11:38
    E diria pessoalmente que temos
    de criar novas realidades políticas,
  • 11:38 - 11:43
    não apenas em locais
    como a Índia, Afeganistão, Paquistão,
  • 11:43 - 11:45
    como queiram, mas aqui, em casa, também.
  • 11:45 - 11:47
    É possível um outro mundo.
  • 11:47 - 11:51
    É uma espécie de grande lema
    do movimento antiglobalização.
  • 11:51 - 11:53
    Nós ajustamos muito isso.
  • 11:53 - 11:55
    Falamos sobre a impossibilidade
    de um outro mundo,
  • 11:55 - 11:57
    mas esse novo mundo está aqui!
  • 11:57 - 12:00
    E não é só que tenhamos
    de imaginar mais ou menos
  • 12:00 - 12:02
    a existência duma vaga alternativa vaga,
  • 12:02 - 12:06
    precisamos é de começar a agir
    mais um bocadinho para que isso aconteça.
  • 12:06 - 12:10
    Precisamos de fazer coisas
    como Lula, o Presidente do Brasil.
  • 12:10 - 12:12
    Quantas pessoas já tinham
    ouvido falar do Lula?
  • 12:12 - 12:16
    Ok, então, muito melhor que a média,
    posso dizer-vos isso.
  • 12:16 - 12:18
    O Lula é cheio de problemas,
    de contradições,
  • 12:18 - 12:20
    mas uma das coisas que ele está a fazer
  • 12:20 - 12:26
    é avançar com uma ideia de como
    nos comportamos nas relações internacionais
  • 12:26 - 12:33
    que altera completamente o equilíbrio
    normal do diálogo entre norte e sul
  • 12:33 - 12:37
    para uma nova forma de colaboração global.
  • 12:37 - 12:39
    Eu, se fosse vocês,
    não perdia de vista este tipo.
  • 12:39 - 12:42
    Outro exemplo deste tipo
    de segunda super-potência
  • 12:42 - 12:46
    é o aumento destas jogadas
    a que chamamos jogo sério.
  • 12:46 - 12:48
    Controlamos muito isto.
    Está a espalhar-se por toda a parte.
  • 12:48 - 12:51
    Isto foi tirado de "Uma Força Mais Poderosa".
    É um pequeno screenshot.
  • 12:51 - 12:53
    "Uma Força Mais Poderosa"
    é um jogo de vídeo
  • 12:53 - 12:56
    que, enquanto se joga,
    nos ensina a envolver-nos
  • 12:56 - 12:58
    numa insurreição não violenta
    e mudança de regime.
  • 12:58 - 13:02
    Aqui está outro. Este é de um jogo
    chamado "Força da Comida",
  • 13:02 - 13:05
    que é um jogo que ensina às crianças
    como gerir um campo de refugiados.
  • 13:05 - 13:09
    Estas coisas estão todas a contribuir,
    de uma forma muito dinâmica
  • 13:09 - 13:14
    para um aumento enorme, especialmente
    no mundo em desenvolvimento,
  • 13:14 - 13:18
    no interesse e paixão
    das pessoas pela democracia.
  • 13:18 - 13:21
    Recebemos tão poucas notícias
    sobre o mundo em desenvolvimento,
  • 13:21 - 13:24
    que esquecemos muitas vezes
    que são, literalmente,
  • 13:24 - 13:27
    milhões de pessoas por esse mundo fora
    que lutam para mudar as coisas,
  • 13:27 - 13:30
    para serem mais justas, mais livres,
    mais democráticas, menos corruptas.
  • 13:30 - 13:32
    Não ouvimos suficientes histórias destas.
  • 13:32 - 13:34
    Mas está a acontecer por todo o lado
  • 13:34 - 13:37
    e estas ferramentas fazem parte
    do que está a tornar isto possível.
  • 13:37 - 13:39
    Agora, quando se soma tudo isto,
  • 13:39 - 13:41
    quando se adiciona o "leapfrogging"
    e novos tipos de ferramentas,
  • 13:41 - 13:44
    cenas da segunda superpotência, etc.,
    o que é que se tem?
  • 13:44 - 13:47
    Muito rapidamente, obtém-se
    um futuro Verde Brilhante
  • 13:47 - 13:49
    para o mundo em desenvolvimento.
  • 13:49 - 13:52
    Tem-se, por exemplo, a disseminação
    das energias verdes pelo mundo.
  • 13:52 - 13:54
    Há um edifício em Hyderabad, na Índia.
  • 13:54 - 13:56
    É o edifício mais verde do mundo.
  • 13:56 - 13:58
    Pega-se em soluções de base,
    coisas que funcionam
  • 13:58 - 14:01
    para pessoas que têm
    pouco ou nenhum acesso ao capital.
  • 14:01 - 14:04
    Pega-se em engenheiros de pé-descalço
    para carregarem painéis solares
  • 14:04 - 14:05
    para montanhas longínquas.
  • 14:05 - 14:07
    Tem-se acesso à medicina à distância.
  • 14:07 - 14:09
    Estas são enfermeiras indianas
    a aprender a utilizar PDAs
  • 14:09 - 14:11
    para acederem a bases de dados
    que têm informações
  • 14:11 - 14:14
    a que não conseguem aceder em casa.
  • 14:14 - 14:17
    Tem-se novas ferramentas para as pessoas
    no mundo em desenvolvimento.
  • 14:17 - 14:21
    Estes são DEL que ajudam
    cerca de mil milhões de pessoas no mundo
  • 14:21 - 14:23
    para quem a chegada da noite
    significa escuridão,
  • 14:23 - 14:26
    a terem novos meios de funcionar.
  • 14:26 - 14:28
    Estes são frigoríficos
    que não necessitam de energia,
  • 14:28 - 14:30
    são potes dentro de potes.
  • 14:30 - 14:33
    E tem-se também soluções para a água.
    É um dos problemas mais prementes.
  • 14:33 - 14:35
    Eis um design muito barato
    para recolha da água das chuvas
  • 14:35 - 14:38
    disponível para as pessoas
    no mundo em desenvolvimento.
  • 14:38 - 14:42
    Este é um design para se destilar água
    usando apenas a luz do sol.
  • 14:42 - 14:47
    Eis um apanhador de nevoeiro,
    se se está numa zona húmida, numa selva,
  • 14:47 - 14:50
    vai capturar e destilar água
    limpa e potável do ar.
  • 14:50 - 14:53
    Esta é uma forma de transportar água.
  • 14:53 - 14:55
    Adoro isto. Quero dizer,
    carregar água é uma seca.
  • 14:55 - 14:58
    Alguém teve a ideia
    "e se a fizéssemos rebolar?"
  • 14:58 - 15:00
    Quero dizer, é um design óptimo!
  • 15:00 - 15:03
    Esta é uma invenção fabulosa, LifeStraw.
  • 15:03 - 15:06
    Basicamente, pode-se beber
    qualquer água com isto,
  • 15:06 - 15:09
    e esta tornar-se-á potável no momento
    em que chega aos nossos lábios.
  • 15:09 - 15:12
    Assim as pessoas em situações
    desesperadas podem usar isto.
  • 15:12 - 15:15
    Este é um dos meus tipos favoritos
    de coisas do Worldchanging.
  • 15:15 - 15:18
    Este é um carrocel inventado
    pela companhia Roundabout,
  • 15:18 - 15:22
    que bombeia água
    enquanto os miúdos brincam.
  • 15:22 - 15:23
    (Risos)
  • 15:23 - 15:26
    A sério, dêem uma mãozinha a este,
    é bastante bom.
  • 15:26 - 15:30
    E a mesma coisa é verdadeira
    para as pessoas em crise absoluta.
  • 15:30 - 15:34
    Esperamos que haja mais de 200 milhões
    de refugiados até 2020
  • 15:34 - 15:37
    devido às alterações climáticas
    e à instabilidade política.
  • 15:37 - 15:38
    Como é que ajudamos pessoas assim?
  • 15:38 - 15:41
    Há muitos novos projectos
    humanitários impressionantes
  • 15:41 - 15:43
    que estão a ser desenvolvidos
    em colaboração por todo o planeta.
  • 15:43 - 15:46
    Alguns dos projectos
    incluem modelos para a acção,
  • 15:46 - 15:50
    tais como novos modelos para a educação
    das aldeias nos campos de refugiados.
  • 15:50 - 15:52
    Novos modelos de pedagogia
    para os deslocados.
  • 15:52 - 15:54
    E temos novas ferramentas,
  • 15:54 - 15:57
    Esta é uma das coisas que prefiro.
  • 15:57 - 15:58
    Alguém sabe o que é isto?
  • 15:58 - 16:00
    Público: Detecta minas terrestres.
  • 16:00 - 16:02
    Exactamente, esta é uma flor
    que detecta minas terrestres.
  • 16:03 - 16:05
    Se viverem num dos locais
  • 16:05 - 16:08
    onde estão espalhadas cerca
    de quinhentos milhões de minas,
  • 16:08 - 16:11
    podem-se atirar estas sementes
    para o terreno.
  • 16:11 - 16:15
    À medida que crescem,
    vão crescer à volta das minas,
  • 16:15 - 16:18
    as suas raízes detectam os químicos,
  • 16:18 - 16:21
    e nos locais onde as flores
    são vermelhas não se põe o pé.
  • 16:23 - 16:26
    São sementes que podem salvar a vida.
  • 16:26 - 16:28
    (Aplausos)
  • 16:28 - 16:32
    Também adoro isto porque me parece
  • 16:32 - 16:37
    que o exemplo, as ferramentas
    que usamos para mudar o mundo,
  • 16:37 - 16:39
    deviam ser belas, só por si.
  • 16:39 - 16:41
    Isso não é só o suficiente para sobreviver.
  • 16:41 - 16:45
    Temos de fazer algo melhor
    do que aquilo que já temos,
  • 16:45 - 16:48
    e eu acho que o faremos.
  • 16:48 - 16:51
    Só para acabar, nas palavras
    imortais de H. G. Wells,
  • 16:51 - 16:53
    penso que há coisas melhores a caminho.
  • 16:53 - 16:57
    Penso que, de facto, "todo o passado
    é apenas o início de um início.
  • 16:57 - 16:59
    Tudo aquilo que a mente humana alcançou
  • 16:59 - 17:02
    é apenas o sonho antes do despertar".
  • 17:02 - 17:04
    Espero que isto se torne verdade.
  • 17:04 - 17:06
    As pessoas aqui deram-me
    mais confiança do que nunca
  • 17:06 - 17:07
    de que se tornará verdade!
  • 17:07 - 17:08
    Muito obrigado.
  • 17:08 - 17:10
    (Aplausos)
Title:
A via para um futuro sustentável
Speaker:
Alex Steffen
Description:

Alex Steffen, fundador do Worldchanging.com, argumenta que reduzir a pegada ecológica da humanidade é hoje incrivelmente vital, à medida que o estilo de vida consumista do ocidente se espalha aos países em vias de desenvolvimento.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:10
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The route to a sustainable future
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The route to a sustainable future
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The route to a sustainable future
Ana Brochado added a translation

Portuguese subtitles

Revisions Compare revisions