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Alex Steffen enxerga um futuro sustentável

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    Quando eu começo palestras como esta,
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    geralmente eu faço todo um discurso sobre sustentabilidade
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    porque muitas pessoas não sabem o que é isso.
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    Essa é uma plateia que sabe o que é isso,
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    então eu gostaria de fazer uma versão bem curtinha, certo?
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    Então, tenham paciência comigo, nós iremos bem depresa, tá?
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    Preencham as lacunas.
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    Bem, vocês sabem, sustentabilidade, planeta pequeno. OK?
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    Imagine uma pequena Terra, dando a volta ao redor do Sol.
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    Aí, por volta de um milhão de anos atrás,
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    um bando de macacos caiu de cima das árvores,
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    ficaram um pouco mais espertos, dominaram o fogo,
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    inventaram a imprensa,
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    criaram aquelas malas com rodinhas.
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    E, então, construíram a sociedade em que vivemos agora.
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    Infelizmente, enquanto essa sociedade é, sem dúvida,
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    a mais próspera e dinâmica que o mundo já criou,
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    ela tem falhas muito, muito grandes.
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    Uma delas é que cada sociedade deixa uma pegada ecológica.
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    Isto tem um nível de impacto no planeta que é mensurável.
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    Quantas coisas passam pela sua vida,
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    quanto desperdício você deixa para trás.
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    E nós, nesse momento, em nossa sociedade,
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    temos um nível dramaticamente insustentável disso.
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    Nós estamos usando cerca de cinco planetas.
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    Se todo mundo no planeta vivesse como nós,
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    nós precisaríamos de cinco, seis, sete,
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    alguns dizem até dez planetas para sobreviver.
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    Obviamente nós não temos dez planetas.
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    De novo, visualize mentalmente, dez planetas, um planeta,
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    dez planetas, um planeta, certo?
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    Nós não temos isso e esse é um problema.
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    O segundo problema é que o planeta que temos
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    está sendo usado de maneiras extremamente injustas, certo?
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    Norte-americanos, como eu mesmo, sabe?
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    Nós somos, basicamente, um tipo de glutões acomodados
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    e estamos comendo todo tipo de coisa.
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    E então, sabem, você vai até as pessoas que
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    vivem na região da Ásia/Pacífico ou, até mesmo da Africa.
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    Essas pessoas simplesmente não tem o suficiente para sobreviver.
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    Isto está produzindo todo tipo de tensões,
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    todo tipo de dinâmica que é profundamente perturbadora.
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    E existem mais e mais pessoas a caminho, certo?
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    Então, é assim que o planeta irá se parecer daqui a vinte anos.
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    Ele será um lugar muito cheio com, pelo menos, oito bilhões de pessoas.
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    E para tornar as coisas ainda mais dificeis, é um planeta muito jovem.
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    Um terço das pessoas deste planeta são crianças.
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    E essas crianças estão crescendo de uma maneira completamente
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    diferente do que seus pais, não importa onde elas vivam.
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    Elas tem sido expostas à nossa ideia de sociedade, de prosperidade.
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    E elas podem não querer viver exatamente como nós.
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    Elas podem não querer ser americanas, inglesas,
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    alemãs, sul-africanas,
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    mas elas querem uma versão própria
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    de uma vida mais próspera, mais dinâmica
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    e mais agradável, sabe?
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    E todas essas coisas se juntam para criar
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    uma enorme quantidade de torque no planeta.
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    E se não pudermos encontrar uma forma de lidar com esse torque,
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    nós iremos nos deparar mais e mais rapidamente
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    com situações que são simplesmente impensáveis.
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    Todo mundo nesta sala já ouviu sobre os piores cenários possíveis.
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    Eu não preciso entrar nesse assunto.
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    Mas, vou fazer uma pergunta, qual é a alternativa?
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    E eu diria que, no momento, essa alternativa é inimaginável.
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    Então, de um lado temos o impensável
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    e, de outro lado, o inimaginável.
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    Nós ainda não sabemos como construir uma sociedade
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    que seja ambientalmente sustentável,
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    que seja compartilhável com todo mundo no planeta,
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    que promova estabilidade, democracia e direitos humanos
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    e que seja alcançável no espaço de tempo necessário
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    para superar os obstáculos que temos de enfrentar.
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    Nós não sabemos, ainda, como fazer isso.
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    Então, o que é Worldchanging?
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    Bem, Worldchanging você pode pensar como sendo
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    um tipo de serviço de notícias sobre o futuro inimaginável, OK?
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    O que estamos fazendo é procurar
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    por exemplos de ferramentas, modelos e ideias que,
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    se amplamente adotadas, mudariam o jogo, certo?
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    Muitas vezes, quando eu faço uma palestra como essa, eu falo sobre coisas
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    que todo mundo nesta sala, com certeza, já ouviu falar,
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    mas a maioria das pessoas lá fora, não.
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    Então eu pensei em fazer algo um pouco diferente hoje
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    e falar sobre o que estamos procurando
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    ao invés de dar a vocês exemplos reais e testados.
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    Falar sobre o tipo de coisas que estamos observando atentamente.
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    Dar a vocês uma prévia do nosso bloco de notas editorial.
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    E, dado que eu só tenho treze minutos pra isso, vamos ter que ir meio depressa.
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    Então, vamos lá, me acompanhem, certo?
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    Bem, primeiramente, o que estamos procurando? Uma cidade verde e brilhante.
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    Uma das maiores alavancas que temos nos países desenvolvidos
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    para mudar o impacto que temos no planeta,
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    é mudar o modo como vivemos nas cidades.
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    Nós já somos um planeta urbano
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    e isso é especialmente verdadeiro nos países desenvolvidos.
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    E pessoas que vivem em cidades nos países desenvolvidos
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    tendem a ser muito prósperas e assim usar um bocado de coisas.
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    Se pudermos mudar essa dinâmica através de,
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    primeiramente, criar cidades mais densas e mais habitáveis...
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    Aqui, por exemplo, é Vancouver, cidade à qual, se vocês não foram,
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    devem ir visitar. É uma cidade fabulosa.
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    E eles estão lidando com a densidade de uma nova forma,
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    provavelmente melhor do que qualquer outro lugar do planeta no momento.
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    Eles estão conseguindo convencer os norte-americanos a deixar de
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    dirigir seus automóveis, o que já é uma grande coisa.
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    Você tem a densidade. E tem também o gerenciamento do crescimento.
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    Você deixa que o que é natural continue natural.
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    Isso é em Portland. Essa é uma área de desenvolvimento real.
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    Aquela terra ali permanecerá sendo pasto pra sempre.
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    Eles limitaram a cidade com uma linha.
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    Natureza. Cidade. Nada muda.
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    Uma vez feitas essas coisas, você pode começar a realizar todo tipo de investimentos.
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    Você pode começar a fazer coisas como, digamos,
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    sistemas de trânsito que funcionem para de fato transportar pessoas
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    de um modo mais eficiente e razoavelmente confortável, certo?
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    Você também pode começar a mudar o que você constrói.
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    Esse é o condomínio Beddington de Energia Zero, em Londres
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    que é uma das construções mais verdes do mundo. É um lugar fabuloso.
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    Nós já somos capazes de erguer construções que gerem a própria eletricidade,
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    que recicle a maior parte da sua água,
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    que sejam muito mais confortáveis que construções normais,
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    usem toda iluminação natural, etc, e custem menos ao longo do tempo.
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    Telhados verdes. Bill McDonough cobriu isso ontem à noite, então não vou me alongar muito.
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    Mas, uma vez que você tem pessoas morando
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    mais perto umas das outras,
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    uma das coisas que se pode fazer --
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    conforme as tecnologias da informação evoluem --
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    é começar a criar lugares inteligentes.
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    Você pode começar a saber onde as coisas estão.
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    Quando você sabe onde as coisas estão, fica mais fácil compartilhá-las.
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    Quando você as compartilha, acaba usando menos.
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    Então, um ótimo exemplo são clubes de compartilhamento de carros,
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    que realmente estão começando a decolar nos EUA,
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    já decolaram em muito lugares na Europa e são um belo exemplo.
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    Se você é uma pessoa que só dirige uma vez por semana,
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    será que precisa realmente de um carro próprio?
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    Outra coisa que a tecnologia da informação nos permite fazer
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    é começar a descobrir como utilizar menos coisas,
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    ao saber e monitorar a quantidade que estamos, de fato, usando.
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    Aqui está um cabo de força que fica mais brilhante quanto mais energia usa,
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    o que eu acho um conceito muito bacana,
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    embora pense que deveria funcionar ao contrário,
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    que ficasse mais brilhante quanto menos você o usa.
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    Mas, veja, pode existir uma abordagem mais simples.
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    Nós poderíamos apenas renomear as coisas.
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    Este interruptor que de um lado lê-se "enchentes"
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    e do outro "desligado".
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    Como construímos as coisas também pode mudar.
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    Esse é um prédio biomórfico.
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    Ele é inspirado em formas da natureza.
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    Muitos desses prédios são incrivelmente bonitos
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    e também muito mais eficientes.
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    Este é um exemplo de "bio-mimetismo"
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    que é algo que nós estamos buscando cada vez mais.
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    Neste caso vemos um design em forma de concha
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    que foi usado para criar um novo tipo de sistema de exaustão que é muito mais eficiente.
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    Tem muita coisa acontecendo, é realmente muito impressionante.
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    E incentivo vocês a acessar Worldchanging se desejarem.
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    Nós estamos cobrindo esses assuntos mais e mais.
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    Existe também um design novo neo-biológico onde,
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    cada vez mais, nós estamos usando a própria vida
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    e os seus processos como parte da nossa indústria.
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    Então, isso aqui, por exemplo, é uma alga geradora de hidrogênio.
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    Dessa forma temos um modelo em potencial e emergente que estamos buscando
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    de como pegar as cidades em que a maioria de nós moramos
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    e transformá-las em cidades verdes e brilhantes.
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    Mas, infelizmente, a maioria das pessoas do planeta não vivem nas cidades em que moramos.
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    Eles vivem nas megacidades emergentes dos países em desenvolvimento.
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    Existe uma estatística que eu frequentemente gosto de usar
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    que é a que estamos acrescentando uma cidade de Seattle a cada quatro dias.
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    Uma cidade do tamanho de Seattle adicionada ao planeta a cada quatro dias.
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    Eu estava fazendo essa palestra a cerca de dois meses
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    quando um cara, que tinha realizado algum trabalho com a ONU,
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    veio até mim todo agitado e me disse:
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    "Olha você entendeu tudo errado, está tudo errado.
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    É a cada sete dias".
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    Então tá, estamos adicionando uma cidade do tamanho de Seattle a cada sete dias
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    e a maioria dessas cidades se parecem mais com isso do que com a cidade que você ou eu moramos.
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    A maioria dessas cidades está crescendo incrivelmente rápido.
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    Elas não tem uma infra-estrutura existente,
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    elas tem um número enorme de pessoas lutando contra a pobreza
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    e enorme número de pessoas tentando descobrir
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    como fazer as coisas de maneira diferente, certo?
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    Então, o que nós precisamos fazer para transformar essas megacidades
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    dos países em desenvolvimento em megacidades verdes e brilhantes?
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    Bem, a primeira coisa da qual precisamos é superação.
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    E isso é uma das coisas que nós estamos procurando por toda parte.
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    A idéia atrás da superação é que
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    se você é um sujeito ou um país que está preso a uma situação
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    onde você não tem as ferramentas e as tecnologias necessárias,
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    não há razão para você investir em tecnologias de ponta, certo?
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    E você estará muito melhor, quase invariavelmente,
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    se procurar versões de baixo custo e locais de novas tecnologias.
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    Um caso com o qual estamos todos familiarizados são os telefones celulares, certo?
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    Em todos os países em desenvolvimento, pessoas estão optando pelos celulares,
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    eliminando a etapa das linhas fixas tradicionais.
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    Mesmo havendo linhas fixas em muitas cidades dos países em desenvolvimento,
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    geralmente são sistemas muito ruins que dão problemas a toda hora
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    e custam caro, certo?
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    Eu gosto muito dessa imagem, aqui.
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    Particularmente, gosto de Ganesha, ao fundo, falando ao celular.
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    Então, o que temos, sempre aumentando, são os celulares permeando toda a sociedade.
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    Já ouvimos bastante sobre isso essa semana,
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    então não vou falar nada sobre isso além do fato de que
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    o que é verdadeiro para celulares é verdadeiro para as demais tecnologias.
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    A segunda coisa são as ferramentas para a colaboração,
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    sejam eles sistemas colaborativos, ou sistemas de propriedade intelectual
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    que encoragem a colaboração, certo?
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    Quando você dá a chance das pessoas trabalharem livremente juntas e inovar,
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    você terá diferentes tipos de solução.
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    E essas soluções são acessíveis de modos diferentes
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    a pessoas que não tem capital, certo?
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    Então, veja, nós temos softwares de código livre,
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    temos a Creative Commons e outras soluções com direitos autorais livres, certo?
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    E esses fatores levam a coisas como essa.
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    Este é um telecentro em São Paulo.
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    Este é um programa impressionante, que usa software gratuito
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    de código livre em máquinas montadas com componentes baratos
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    e, basicamente, em prédios abandonados
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    que foram convertidos em centros comunitários onde
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    as pessoas podem entrar, acessar internet banda larga,
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    aprender a programar o computador, de graça.
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    E 250 mil pessoas usam esses centros a cada ano em São Paulo.
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    E essas 250 mil pessoas estão entre as mais pobres de São Paulo.
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    Eu, particularmente, gosto do penguinzinho do Linux ao fundo.
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    Então, uma das coisas que isso está causando é um tipo de explosão cultural do sul.
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    E uma das coisas na qual estamos muitíssimo interessados na Worldchanging
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    é o modo pelo qual o sul está se auto reindentificando
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    e recategorizando de maneira que, cada vez menos,
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    tem a ver com a maioria de nós nesta sala.
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    Não é, então, que Bollywood esteja apenas respondendo a Hollywood, certo?
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    O cenário musical brasileiro não está apenas respondendo aos grandes selos.
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    Está fazendo algo novo. Tem coisas novas acontecendo.
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    Existe um intercâmbio entre eles, e sabe, coisas incríveis acontecem.
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    Por exemplo, não sei se vocês assistiram "Cidade de Deus".
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    É. é um filme fantástico se você ainda não viu.
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    E é tudo sobre essa questão, de uma maneira muito artística e indireta.
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    Você tem vários outros exemplos radicais
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    de como a capacidade de usar ferramentas culturais estão se espalhando.
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    Essas são pessoas que acabaram de ser visitadas
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    por uma biblioteca itinerante da Inernet em Uganda
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    E estão acenando com seus primeiros livros nas mãos,
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    o que, eu acho, é uma foto muito legal, sabe?
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    Então, você também tem a possibilidade das pessoas começar a se unir
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    e a agir por conta própria de maneiras politicas e civis,
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    de maneiras que nunca aconteceram antes.
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    E, como ouvimos na noite passada e antes nessa semana,
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    é absolutamente, fundamentamente vital à capacidade de criar novas soluções,
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    que nós criemos novas realidades políticas.
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    E eu diria, pessoalmente, que nós devemos criar novas realidades políticas
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    não apenas em lugares como India, Afeganistão, Quênia, Paquistão
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    ou onde quiserem, mas aqui em nossa própria casa também.
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    Outro mundo é possível.
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    Um tipo de grande mantra do movimento anti-globalização, certo?
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    Nós distorcemos bastante isso.
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    Nós falamos, não que outro mundo seja possível, mas que um outro mundo está aqui.
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    Não é que nós tenhamos que, de algum jeito, imaginar
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    que existe uma vaga e diferente possibilidade por aí,
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    mas temos que começar a agir um pouco mais com essa possibilidade.
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    Nós precisamos começar a fazer as coisas como o Presidente Lula, do Brasil.
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    Quantas pessoas já tinham ouvido falar do Lula até hoje?
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    Bem, é muito, muito melhor do que a média das plateias, posso dizer com certeza.
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    Então, Lula é cheio de problemas, de contradições,
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    mas uma coisa que ele está fazendo é que
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    ele está lançando uma ideia de como interagimos nas relações internacionais
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    que muda completamente o equilibrio do habitual diálogo tipo sul-norte
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    em uma forma completamente nova de cooperação global.
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    Eu ficaria de olho nesse camarada.
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    Um outro exemplo desse tipo de segundo super poder
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    é o surgimento desses jogos que chamamos de jogos sérios.
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    Temos visto muito disso. Isso está se espalhando por toda parte.
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    Essa é uma tela de "A Force More Powerful",
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    que é um jogo interativo que,
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    enquanto você joga, te ensina a como se engajar
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    em uma insurreição não-violenta e mudança de regime.
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    Aqui está outro. Essa tela é de um jogo chamado "Food Force",
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    que é um jogo que ensina as crianças como operar um campo de refugiados.
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    Todas essas coisas estão contribuindo de um jeito muito dinâmico
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    para um grande aumento, especialmente nos países em desenvolvimento,
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    do interesse e paixão das pessoas pela democracia.
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    Recebemos tão pouca informação sobre os países em desenvolvimento,
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    que frequentemente nos esquecemos que existem, literalmente,
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    milhões de pessoas mundo afora lutando para tornar as coisas
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    mais justas, livres, mais democráticas, menos corruptas.
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    E nós não ouvimos essas histórias o suficiente.
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    Mas isso está acontecendo por toda parte
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    e essas ferramentas são parte do que está tornando isso possível.
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    Agora, quando você junta todas essas coisas,
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    quando você junta a superação e novos tipos de ferramentas,
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    segundo super poder, etc. O que você tem?
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    Bem, resumindo, você tem um futuro verde e brilhante para os países em desenvolvimento.
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    Você tem, por exemplo, energia verde se espalhando pelo mundo todo.
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    Você tem – essa é um prédio em Hyderabad, na Índia.
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    Esse é o prédio mais verde do mundo
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    Você tem soluções caseiras, coisas que funcionam
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    para pessoas sem renda ou acesso limitado.
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    Você tem engenheiros descalços, carregando painéis solares nas costas em montanhas distantes.
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    Você tem acesso a medicina a distância.
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    Essas são enfermeiras indianas aprendendo como usar um PDA
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    para acessar bancos de dados que tenham informações
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    às quais elas não tem acesso em casa, de lugares distantes.
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    Você tem novas ferramentas para pessoas nos países em desenvolvimento.
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    Aqui são luzes LED, que ajudam aproximadamente um bilhão de pessoas por aí,
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    aqueles a quem a noite significa escuridão,
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    a ter novas formas de agir.
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    Essas são geladeiras que não precisam de eletricidade,
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    são vasilhas dentro de vasilhas.
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    E você tem soluções para a água. A água é um dos problemas que mais pressionam.
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    Aqui está um projeto para aproveitar a água da chuva que é super barato
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    e disponível a pessoas nos países em desenvolvimento.
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    Aqui, um projeto para destilar água usando a luz do sol.
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    Aqui, um sistema de captura de neblina que, caso você viva num clima úmido
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    como florestas, pode destilar a água do ar que é limpa e potável.
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    Aqui, temos um sistema de transporte de água.
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    Eu adoro isso, sabia? Quer dizer, carregar água é tão ruim.
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    Aí veio alguém com essa ideia: "e se você rolasse a água", certo?
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    Quer dizer: é uma ideia fantástica.
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    Essa é uma invenção fabulosa, LifeStraw.
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    Basicamente, você pode beber qualquer água através desse canudo
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    que ela se torna água potável quando chega na sua boca.
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    Ou seja, pessoas perto de riachos agonizantes podem ter um desses.
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    Esta é uma das minhas coisas favoritas no Worldchanging.
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    Isso é um carrossel inventado pela empresa Roundabout
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    que bombeia água conforme as crianças brincam. Sério.
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    Essa merece um aplauso, é muito legal
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    E a mesma coisa é verdade para as pessoas em crise absoluta, certo?
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    A expectativa é que tenhamos mais de 200 milhões de refugiados até 2020
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    devido às mudanças climáticas e instabilidades políticas.
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    Como podemos ajudar pessoas como essas?
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    Bem, existe toda uma gama de projetos humanitários incríveis
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    que estão sendo desenvolvidos de maneira colaborativa pelo mundo todo
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    Alguns desse projetos incluem modelos para agir
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    tais como novos planos de construção de vilas em campos de refugiados.
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    Novos modelos para pedagogia para os desabrigados.
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    E temos novas ferramentas.
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    Esta é uma das minhas coisas preferidas no mundo.
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    Alguém sabe o que é isso?
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    Plateia: detector de minas.
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    Exatamente, esta é uma flor que detecta minas terrestres.
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    Se você vive em um desses lugares onde aproximadamente
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    meio bilhão de minas terrestres não encontradas estão espalhadas,
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    você pode jogar essas sementes pelo campo e,
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    conforme elas crescem, elas crescem ao redor das minas,
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    suas raízes irão detectar os componentes químicos nelas
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    e onde as flores se tornarem vermelhas, você não pisa.
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    É isso mesmo, são sementes que podem salvar sua vida, sabe?
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    (Aplausos)
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    E também adoro isso, porque me parece que o exemplo,
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    as ferramentas que usamos para mudar o mundo
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    devem ser lindas elas mesmas.
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    Sabe, apenas sobreviver não é o bastante.
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    Precisamos fazer as coisas realmente melhores do que aquilo que temos.
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    E eu acho que conseguiremos.
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    Para finalizar, nas palavras imortais de H.G. Wells
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    eu acho que coisas melhores estão a caminho.
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    Eu acho que de fato "Tudo o que passou é apenas o princípio do princípio;
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    tudo que a mente humana já conquistou
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    é apenas um sonho antes do despertar".
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    Espero que isso se torne realidade.
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    As pessoas nesta sala tem me dado muita confiança do que nunca de que se tornará.
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    Muito obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
Alex Steffen enxerga um futuro sustentável
Speaker:
Alex Steffen
Description:

O fundador do Worldchanging.com, Alex Steffen, argumenta que reduzir a pegada ecológica que a humanidade deixa é extremamente vital agora, à medida em que o estilo de vida consumista ocidental se expande para os países em desenvolvimento.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:10
Rodrigo Ferraz added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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