Jenn Lim Entregando a Felicidade Sobre o Que Gera Felicidade em Nossas Vidas A última pergunta de hoje é quem aqui acredita que pode prever sua própria felicidade no longo prazo? Muito bem, temos uma resposta um pouco acima da média. Acho que pelo tamanho da sala não é tão surpreendente. O interessante é que sempre faço essa pergunta agora. Viajo pelo mundo todo falando sobre a entrega da felicidade e sempre tenho o mesmo resultado quando faço essa pergunta. Apenas de 1 a 5% da sala levanta a mão. Para mim, isso é notável porque aqui estamos, somos relativamente avançados, os nossos ancestrais se sacrificaram muito para que pudéssemos chegar onde estamos hoje. Mesmo assim, somos uma sociedade infeliz enquanto tentamos descobrir o que gerará felicidade no longo prazo. Por que isso acontece? Se você parar para pensar, isso não é novidade para os americanos. Isso consta na nossa Declaração da Independência. Existe um cara chamado Aristóteles de 200 a 300 A.C. que começou a falar sobre a felicidade dizendo que a felicidade é o nosso propósito. É o objetivo da nossa existência. Mais interessante ainda foi quando ele disse que a felicidade depende de nós mesmos. Então qual é o problema? O que está acontecendo? Falando sério, pergunto para a sala toda quais são os seus objetivos na vida? Ao fazer essa pergunta para qualquer pessoa dentro ou fora dessa sala, não importa se a resposta for construir um negócio, criar uma família, ficar mais saudável... Quando você pergunta "por que?" a resposta sempre é a mesma: "Eu quero ser feliz." "Eu quero fazer as pessoas ao meu redor felizes." Então por que é tão esquivo? Eu gostaria de fazer uma ressalva, pois quando eu digo "felicidade" estou me referindo à ciência da felicidade. Existem dados tangíveis e pesquisas sendo elaboradas para identificar o que pode aumentar os níveis da nossa felicidade na vida cotidiana. Então por que é tão difícil prevê-la para os humanos? Todos nós já ouvimos falar de pessoas que ganharam na loteria e esperamos que essas pessoas sejam mais felizes dali em diante, mas existem estudos que mostram que a felicidade deles continua igual ou até diminui. O inverso também é verdadeiro. As pessoas que perdem a vista ou ficam paraplégicas, mantêm seu nível de felicidade ou às vezes até aumentam. Digo tudo isso para mostrar que somos péssimos em prever a felicidade. Por que? Eu comecei a refletir sobre isso considerando a minha própria vida porque eu acho irônico que estou perante vocês hoje falando sobre a felicidade, já que eu não era uma criança muito feliz. Eu era aquela pessoa no colegial que andava sempre com o walkman, ouvia The Cure, lia livros como "O Estrangeiro" de Albert Camus em francês. Impossível ser mais sombria do que isso, né? Pensando nessas perguntas, como: "Por que estamos aqui? Para que serve tudo isso?" comecei a refletir sobre como cheguei aqui. Então comecei a pensar sobre me formar do colegial e ir para a faculdade. Se vocês leram o livro "Entregando a Felicidade" o Tony fala sobre pais asiáticos, os quais eu também tive. Por algum motivo, ao crescer nesse domicílio eu acreditava que existiam 3 coisas essenciais para obter sucesso na vida. A primeira era entrar numa boa universidade. A segunda era virar médica ou advogada. A terceira era aprender uma variedade de instrumentos musicais. Então eu achei que tinha acertado na vida. Eu fui estudar medicina em Berkeley na Califórnia e tinha aprendido a tocar o piano por alguns anos então eu achava que eu era bem-sucedida na visão dos meus pais. Depois de começar a estudar, percebi que aquilo não era para mim. Então comecei a pensar e descobri uma matéria chamada Estudos Asiáticos Americanos. Eu me apaixonei por esse tema porque aprendi muitas coisas que não sabia sobre mim mesma ou meus antepassados. Fiquei animadíssima, telefonei para os meus pais e disse que me formaria nisso. Vocês podem imaginar a cena que ocorreu depois, né? Eles se desesperaram e me perguntaram: "Você está falando sério? Estamos trabalhando muito para sustentar você e seu irmão." "Sacrificamos tanta coisa para que vocês tenham oportunidades que nós não tivemos." "Seus tataravós navegaram pelo oceano em um barco para que você estudasse si mesma?" Eu pensei: "Nossa, como eles são bons em fazer eu me sentir culpada!" Mas eu fui forte e disse que iria estudar aquilo. Então eu me formei e me lembro desse momento porque entendi o que meus pais estavam falando. Eu não conseguia um emprego. Dessa vez eu me desesperei. Comecei a ligar para todas as empresas que conhecia. O timing era tudo porque foi quando nasceu o fenômeno da internet no final dos anos 90 então eu me tornei assessora de internet na KPMG. Literalmente da noite para o dia meu status financeiro caiu do céu e pensei: "Que fácil! Provei que meus pais estavam errados." Como todo mundo nessa sala sabe, depois a bolha da Internet estourou e fui despedida. Me senti uma perdedora. Não pelo fato de que perdi meu emprego mas por que tudo que eu achava que importava, como meu status financeiro não significava absolutamente nada. O Que Você Faria Se Não Tivesse Medo de Fracassar? Foi nesse momento que comecei a pensar e percebi que estava fugindo da pergunta: O que eu faria com o resto da minha vida se eu não tivesse medo de fracassar? Se vocês leram o livro, foi nesse momento que eu e o Tony escalamos o Monte Kilimanjaro e eu não sabia o que queria fazer da vida. Eu só queria fugir e não sabia para o que eu gostaria de voltar. Enquanto estávamos escalando o Monte Kilimanjaro, eu estava desempregada. O Tony tinha acabado de vender a sua empresa por U$180 milhões para a Microsoft. Claramente estávamos juntos escalando essa montanha em lados opostos do espectro financeiro. O mais interessante foi o que percebemos quando começamos a escrever esse livro que era que estávamos nos fazendo a mesma pergunta: O que vamos fazer com entusiasmo onde o dinheiro não importa? Depois disso parecia coisa de filme, foi incrível! Parecia que tudo era possível. Voltei e encarei o mundo de uma nova maneira. Mas depois, aconteceu algo. É aquela puxada de tapete que todo mundo passa pelo menos uma vez na vida. Para mim, foi a perda de alguém que eu não sabia viver sem. Meu pai faleceu devido a câncer de cólon. Isso me fez pensar novamente sobre o que eu faria de significativo no dia-a-dia sabendo que as coisas podem ser tiradas de mim sem mais nem menos. Foi nesse momento que comecei a ver a vida como um campo verde. Comecei a fazer as coisas que eu amava. Comecei a escrever, comecei a fazer design gráfico, comecei a produzir filmes... Fiz o que eu acreditava que tinha valor e que me mantinha fiel a quem eu era. Durante esse processo, eu involuntariamente percebi que estava desenvolvendo meus próprios valores. Se o meu valor não era um status financeiro, qual era? Para mim, eram as pessoas na minha vida. Sabia que minhas decisões seriam baseadas em pessoas. Prioridades na Zappos: Cultura Empresarial & Atendimento. Foi muito estranho que nesse momento, me deparei com a Zappos. Quando conheci a empresa, ela era apenas uma start-up. Tudo que ela queria fazer era vender mais sapatos do que qualquer outra empresa. Depois a empresa cresceu um pouco e resolveu concentrar-se em atendimento. Conforme a Zappos foi crescendo, ela resolveu concentrar-se na felicidade dos funcionários. Durante esse processo, a Zappos percebeu que o seu propósito e seus valores baseavam-se na entrega da felicidade para o mundo. De uma maneira, tínhamos um paralelo porque eu estava desenvolvendo os meus valores e a Zappos também. Alguns anos depois, lançamos o livro "Entregando a Felicidade". O motivo pelo qual eu demonstrei esse slide dessa maneira é porque em retrospectiva, eu o mapeei com base em dois eixos: tempo e felicidade. Eu percebi nos altos e baixos da minha vida quais eram os valores que estavam presentes e quais eram os valores que estavam ausentes. Considerando essas experiências, pensei em como aumentar o meu propósito e significado para obter a felicidade. Eu convido vocês a fazerem esse exercício bem interessante. Agora vou voltar a falar da minha história na Zappos. Isso é uma imagem da Zappos. Não existe um arco-íris sobre a empresa todos os dias. Eu escolhi essa imagem para falar sobre essa citação de Maya Angelou: "As pessoas se esquecerão o que você falou e o que você fez, "mas elas nunca se esquecerão de como você fez elas se sentirem." Eu escolhi essa citação não só porque é um mantra pessoal mas é um mantra que a Zappos tem. A Zappos vive com base nesse mantra e é isso que norteia suas decisões no dia-a-dia. O interessante é que quando as pessoas pensam na Zappos, elas sempre se lembram do ótimo atendimento primeiro. Mas essa não é a prioridade da empresa internamente. A prioridade número 1 é a cultura empresarial. A ideia é que se você acertar na cultura da empresa, todo o resto como o atendimento, maior produtividade e maior lucratividade, ocorre de maneira mais natural. Esse conceito era uma hipótese da Zappos enquanto ela crescia em 1999. O interessante é que nós não éramos os únicos mostrando isso. Paralelamente, pesquisadores como Jim Collins, que escreveu "De Bom a Excelente" e outro sobre o triunfo da liderança, onde o objetivo era olhar para marcas sustentáveis no longo prazo e identificar o que diferenciava elas das demais. Seus diferenciais não eram as coisas típicas óbvias, como produtividade ou eficiência. Eram duas coisas: uma cultura empresarial forte e um propósito maior para inspirar os seus funcionários. Eu falo sobre a Zappos porque é um exemplo de uma empresa que concentrou-se em atendimento e na cultura empresarial e eventualmente tornou-se uma empresa de U$2 bilhões em vendas brutas. Como alguns de vocês já sabem, a Zappos foi vendida para a Amazon por U$1.2 bilhões alguns anos atrás. Eu falo sobre a Zappos não porque é a única que tem no mundo. A melhor parte é que existem outras empresas fazendo isso também. Analisando o gráfico dos melhores locais de trabalho nos EUA, nos últimos 10 anos elas sistematicamente tiveram melhor desempenho do que as empresas no índice S&P 500 simplesmente porque concentraram-se no bem estar dos funcionários. Isso é uma boa notícia porque mostra que existem outras empresas que percebem o potencial da felicidade dos profissionais para criar negócios sustentáveis. Lições da Zappos: Compromisso, Valores Principais, Transparência, Visão, Relacionamento, Montando a Equipe Certa O que aprendemos no caminho? Como eu disse, a Zappos era como uma placa de Petri onde abalizávamos como escalar uma empresa com base na felicidade. A primeira lição que aprendemos foi o compromisso. Sabemos que a cultura empresarial não se trata de oferecer Red Bull de graça ou colocar uma mesa de pebolim no escritório. É maior que isso, como um organismo que cresce e muda conforme as pessoas entram e saem da empresa. Isso exige compromisso. Acho que alguns já ouviram falar da ligação para o call center da Zappos que durou 10 horas e meia na última temporada de festas em 2012. O resultado dessa ligação foi a venda de um par de sapatos por U$49.99. Sabemos que isso não é bom para o bottom-line, mas isso importa para a Zappos? Não, porque a empresa tem um compromisso sério com atendimento e cultura empresarial em primeiro lugar. Além disso aprendemos nossos valores principais. Os valores principais de uma empresa parece algo muito corporativo. Na verdade, quando começamos a Zappos era quase incômodo estabelecer esses valores porque frequentemente vemos os valores de uma empresa numa placa na parede, na sala de almoço ou na sala de reunião, mas os funcionários e a gestão nem sabem quais são os valores. Na Zappos, todas as pessoas sabem os 10 valores principais. Eles recebem uma oferta de U$4 mil após o treinamento para pedir demissão. A Zappos prefere pagar para eles saírem a não ser que eles resolvam aderir a estes valores principais. No aspecto de valores, eu perguntaria primeiro quais são os seus valores principais? Você tem esses valores na sua empresa? Você vive de acordo com eles? Outra pergunta importante é quais são os seus valores principais? Os seus valores pessoais estão alinhados com os valores da empresa? Se eles não estiverem você deve se perguntar por que não e o que deve ser feito para resolver isso. Em terceiro lugar, temos a transparência que significa ser fiel e honesto consigo mesmo. A Zappos acredita em ser aberta e honesta a um nível empresarial. Independentemente das notícias serem boas ou ruins, eles sempre foram transparentes. Quando tiveram que fazer uma série de demissões, quando cerca de 20 milhões de nomes foram roubados do banco de dados, a preocupação principal era ser a empresa mais transparente possível. Não importa se você é cliente, funcionário ou a mídia. Todos sabem a verdade e podem usar essa informação para beneficiarem-se ao invés de esconder tudo e deixar as pessoas apreensivas. Em termos da transparência no lado pessoal a Zappos acredita que para entregar a felicidade é necessário permanecer fiel a sua natureza estranha. Nas entrevistas, pedimos para as pessoas classificarem sua estranheza numa escala de 1 a 10. Quando vejo quem está sorrindo agora já sei exatamente qual é o seu nível de estranheza. É engraçado porque será que dá para ser fiel a sua estranheza no trabalho? Você pode trazer os seus comportamentos únicos e suas paixões para o trabalho? Por outro lado, você consegue ser receptivo e abraçar as esquisitices dos outros? Então estamos falando de uma integração da vida e do trabalho. Não se trata de um equilíbrio da vida pessoal e do trabalho. Não é uma separação. Se trata de integrar os dois de forma que você saia de casa e não precise pendurar o seu "chapéu de casa" na maçaneta. Você pode vesti-lo no trabalho porque você ainda é a mesma pessoa. Com isso, você traz as suas paixões para dentro e fora do local de trabalho. Em quarto lugar, temos a visão. Esse conceito é muito simples. Como você inspira os seus funcionários? Qual é o "por que" do que você faz? Houve uma pesquisa em 2011 que mostrou que 71% dos funcionários nos EUA não estavam engajados com o seu trabalho. Isso levava a uma perda de U$300 bilhões anualmente só nos EUA. Eis a nossa pergunta: como invertemos isso fazendo com que os profissionais engajem com o trabalho e seus pares para que os níveis de produtividade aumentem? A pergunta central é qual é o "por que" do que você faz? Para a Zappos, a resposta já não era vender sapatos. Era algo maior que isso. Quando as pessoas fazem um tour na Zappos, elas perguntam por que os funcionários estão sempre sorrindo e como alcançamos isso? São dois fatores: primeiro, contratamos as pessoas que já estão sorrindo. Em segundo lugar, todas as pessoas com quem você interage, não importa se é no call center ou na área de embalagens, elas realmente acreditam que estão entregando a felicidade. Elas tem um propósito maior no mundo. Em quinto lugar, temos os relacionamentos. Quando falamos de relacionamentos, estamos referindo-nos aos significativos. Como criar e cultivar relacionamentos para que não sejam um jogo de soma-zero? Queremos de fato uma relação ganha-ganha para todos os envolvidos. Criando relacionamentos significativos no local de trabalho e com os seus parceiros aumenta a eficiência e o sucesso do seu relacionamento de trabalho. Uma das formas que incentivamos esse conceito é sendo fiel a si mesmo. Provavelmente há alguém na área de atendimento que é fissurado em kitesurfe ou cozinhar ou escalar. Provavelmente há alguém na área jurídica ou de TI que gosta da mesma coisa. Se você incentivar as pessoas a trazerem suas paixões para o trabalho elas provavelmente verão que outras pessoas também gostam de kitesurfe, por exemplo, e combinarão de fazer a atividade juntas. As pessoas levam essa interação para fora do escritório e trazem essa experiência significativa de volta no dia seguinte. É disso que estamos falando quando mencionamos relacionamentos. Não se trata apenas de criar relacionamentos significativos no negócio mas deve-se criar relacionamentos pessoais também que correspondam aos nossos próprios valores principais. Por último, aprendemos como construir a equipe certa. Todos sabem como é difícil fazer isso. Aprendemos na Zappos que o ponto número 1 era contratar com calma e demitir com rapidez. Sei que isso parece bastante austero para uma empresa que concentra-se em pessoas, porém basta uma pessoa dentro de um departamento ou de uma organização que pode mudar toda a dinâmica do seu movimento. Se você imaginar os pássaros do Serengeti... Saiu uma matéria recentemente muito interessante comparando certos padrões de animais na vida selvagem. Existem abelhas que são super caóticas em sua colmeia e há também cardumes em que os peixes nadam em voltas para defenderem-se. Depois você vê um bando de pássaros em Serengeti e esse bando é o mais unificado porque todos estão indo na mesma direção. Não tem um líder, porque quando um pássaro muda de direção todos os outros mudam de direção também. O mais interessante é que todos esses animais são iguais com uma exceção que diferencia as abelhas e os peixes dos pássaros unidos do Serengeti. Esse componente de alinhamento é a diferença. Cada pássaro é um indivíduo mas o bando está alinhado pelo mesmo DNA e pelos mesmos valores principais. Eles conseguem trabalhar como indivíduos e ao mesmo tempo juntos como um organismo. Eles conseguem se movimentar, fazer mudanças e crescer como uma única entidade. Implementando a Ciência da Felicidade na Zappos Como deixar as pessoas mais felizes ao invés de concentrar no que nos faz infeliz? Esse é um dos marcos que trabalhamos. Esse item está no último capítulo do livro. A primeira maneira é a percepção de controle. Ou seja, você tem uma percepção de controle sobre suas decisões? Na Zappos, ao invés de numerar os módulos e treinamentos que os funcionários precisam para chegar ao próximo nível eles oferecem um tipo de cardápio. Então você tem um menu para escolher as áreas onde você quer aprender mais. Ao dar essa sensação de controle conseguimos aumentar o nível de felicidade. Outro item importante é a gestão das expectativas. Quando você consegue administrar suas expectativas do princípio, você adquire um nível de controle que apenas você, como um indivíduo, pode reter. Em segundo lugar, temos a percepção do progresso. O progresso percebido é quando estamos crescendo, nos desenvolvendo e aprendendo. A equipe de merchandising da Zappos implementou um processo no qual ao invés de demorar 18 meses para ser promovido do nível de entrada para um comprador, eles resolveram dividir esse período em terços. Cada 6 meses, parabenizamos o funcionário e mostramos até onde ele precisa chegar. Com essa simples mudança, sem mudar os custos ou bases salariais, o nível de felicidade da equipe de merchandising aumentou. Geramos a sensação de que eles estão realmente chegando em algum lugar. É importante pensar sobre como a sua empresa pode fazer com que as pessoas entendam que o percurso é longo, mas que se trabalharem por partes, eles vão chegar lá. Nosso terceiro ponto é a conectividade. Isso é a essência e a profundidade dos seus relacionamentos em casa e no trabalho. O último pilar é a visão e o significado e falarei sobre isso em outro slide. Falamos sobre a estrutura dos tipos de felicidade no livro também. O primeiro tipo é o prazer. Todo mundo aqui sabe o que é prazer. É maravilhoso, né? Queremos sair com os nosso amigos, queremos comprar um carro novo ou sapatos novos, seja o que for. Tudo isso é ótimo. Infelizmente, de acordo com a ciência, é muito fugaz pois você precisa acordar no dia seguinte e ir para um congresso como esse. O prazer é maravilhoso e todos nós precisamos dele mas infelizmente não conseguimos sustentá-lo como seres humanos, a não ser que você seja uma estrela do rock, coisa que alguns de vocês podem até ser. O outro tipo de felicidade é um sentido de paixão. Isso está relacionado ao fluxo do engajamento e como você interage com os seus pares e familiares. "Fluxo" é um termo psicológico que identifica quando você faz algo por horas mas a sensação é de minutos porque você está tão concentrado. Os atletas sentem muito isso. Não sei se vocês ouviram falar de um jogador de basquete universitário... Alguns meses atrás ele fez mais de 130 pontos em um jogo. A mídia perguntou o que ele estava pensando esse tempo todo e a resposta dele foi que não estava pensando em nada. Ele não precisava pensar em nada porque ele estava confortável. Ele estava alinhado de corpo e alma com o que ele tinha que fazer. A ciência diz que se aumentarmos o nosso fluxo em qualquer área que nos interesse todos os dias, nossos níveis de felicidade aumentarão também. Você sabe qual é o seu significado e o seu propósito maior. Sempre incentivamos que as pessoas sejam fieis ao seu ser mais estranho, seguindo as suas paixões e encontrando seu significado e propósito. Muitas pessoas dizem que a felicidade é os seus filhos e sua família. Isso é verdade, mas o que mais é fiel a sua pessoa? Quais atributos únicos você pode trazer para o mundo? Vemos que se concentrarmos nisso primeiro, todo o resto, como o prazer e a paixão é como uma cereja em cima do bolo. Essa é a resposta de como nós, como seres humanos, sustentamos a felicidade para que ela não suma no dia seguinte. Na Zappos, olhando para a ciência da felicidade está totalmente em paralelo com o que uma empresa necessita para ser feliz, produtiva e bem-sucedida de maneira sustentável. Todos sabemos que o lucro é muito importante e necessário. O prazer também é importante e necessário. Mas se não colocarmos uma camada de paixão e propósito em cima disso, perguntando qual é o propósito da sua organização ou qual é o seu propósito como indivíduo, as chances de sustentar a felicidade ou um bom negócio diminuem ao longo do tempo. Entregando a Felicidade na Prática Essa é a última história. Tivemos muitas na nossa história mas essa é sobre um colegial em Tucson, Arizona. Basicamente, o professor queria que o livro "Entregando a Felicidade" fosse parte do currículo dos nossos alunos e pediu que enviássemos os livros. Nos demos conta que a maioria dos alunos nessa escola não recebiam um livro por pessoa. Então nós claramente enviamos todos esse livros e resolvemos surpreendê-los durante a nossa turnê. Paramos em Tucson e quem nos surpreendeu foram eles. Eles contrataram uma banda incrível de mariachis, serviram um banquete de comida. O espírito desses alunos era realmente incrível. Durante esse processo, percebemos que a maioria nunca conheceria nada fora do perímetro de 20km de suas casas. Mesmo assim, eles tinham tanta energia. Nós ficamos boquiabertos. Alguns meses depois um professor nos contatou novamente comentando que não tínhamos o livro traduzido em espanhol, e se ofereceram para traduzi-lo. Eles resolveram fazer um crowdsourcing dos alunos e professores e entregar o livro traduzido para nós como uma forma de agradecimento por termos inspirado eles. Recebemos essa tradução e alguns meses depois recebemos uma ligação de uma editora da Espanha pedindo autorização para publicar "Entregando a Felicidade". Nós respondemos que já tínhamos uma versão em espanhol, então eles somente poderiam publicar o livro se eles utilizassem a nossa versão. Também exigimos uma série de outras coisas. Algumas ligações depois eles concordaram então hoje todos que vendem "Entregando a Felicidade" no mundo com a tradução em espanhol em todos os territórios espanhóis separam uma porcentagem para enviar para os alunos dessa escola. Obrigada. Eu adoro contar essa história porque eles não tinham nem ideia que ao colocar algo positivo no mundo, eles receberiam algo de volta. Vou encerrar com um último pensamento. Imagine um mundo onde todos nós somos fieis a nossa essência estranha e onde todos estão vivendo de acordo com as suas paixões e propósitos no dia-a-dia. Imagine um mundo onde todos priorizam a felicidade para que possamos sustentá-la para nós mesmos, nossos entes queridos e para as empresas que construímos. Depois de imaginar isso por um tempo, peço que vocês façam algo. Todos nós sabemos que é fácil pensar sobre isso e sabemos também que é muito difícil colocar isso em prática. Eu acredito piamente que em vista do nosso cenário mundial se todos nós fizermos isso, podemos criar uma mudança maior do que já imaginamos possível no mundo de hoje. Quem diria que tudo se resumiria a algo tão simples? Esse algo chama-se felicidade. Então convido vocês a fazerem isso e queria agradecê-los. Sou muito grata por vocês terem comparecido hoje. Muito obrigada.