[Música]
Uma palavra para descrever
humildade cultural
para mim, é,
na verdade, "amor".
Se eu tiver que resumir
humildade cultural,
todos os conceitos de humildade cultural,
não é suficiente, mas a palavra
que me vem à mente é
"essência".
"Escutar".
"Ser".
"Você".
"Abertura".
"Receber".
"Compaixão".
"Amor".
Os princípios da humildade cultural
oferecem mais um quadro
para contribuir com o que tem de ser
o nosso objetivo mais importante.
Nosso objetivo mais importante é
um senso de equidade,
um senso igualdade e um tipo de respeito
para os quais estamos caminhando.
[Música]
Humildade cultural é um
conceito multidimensional.
E certamente Melanie Tervalon
e eu conceitualizamos três dimensões.
A primeira é aprendizado
para a vida toda
e autorreflexão crítica.
E nessa autorreflexão crítica está
a compreensão de como
cada um de nós,
é um ser humano complexo,
multidimensional
Cada um de nós temos nossas histórias,
nossa herança,
nosso ponto de vista.
Você está me olhando agora.
Eu sou bem magra.
Quando eu era criança,
meu cabelo era loiro.
Meus olhos são azuis.
As pessoas me chamam de qualquer
coisa, menos afro-americana.
Eu tenho uma história.
Minha identidade está enraizada
nessa história.
Meus pais me deram o conhecimento
de minha própria identidade social,
e minha experiência de vida criou isso.
Eu posso dizer quem eu sou.
A segunda dimensão,
depois da autorreflexão
e do aprendizado e desenvolvimento
da vida toda, é a noção de que
precisamos mitigar os desequilíbrios
de poder, reconhecer
e mitigar os desequilíbrios
de poder
que normalmente são inerentes
ao nosso paciente
ou cliente da clínica na dinâmica de
provedor de serviços para a comunidade.
E finalmente a peça que
eu ofereceria,
que Jann e eu sentimos que as pessoas
não leem ou não gostam.
E a instituição tem que modelar
estes princípios também.
[Música]
Uma enfermeira afro-americana,
cuidando de uma mulher latina
de meia idade por várias horas
depois da paciente passar por cirurgia.
Um médico latino
se aproximou da cama para uma consulta,
notou a paciente gemendo e
comentou com a enfermeira
que a paciente parecia estar
com muita dor pós-operatória.
A enfermeira dispensou sumariamente
sua percepção informando-o
que ela fez uma matéria de medicina
transcultural no curso de enfermagem
e sabia que pacientes hispânicos
super expressam
a dor que estão sentindo.
O médico latino teve dificuldade
para influenciar
a perspectiva da enfermeira,
que estava focada
em sua autoproclamada
experiência cultural.
Foi curioso para este médico latino,
que em primeiro lugar
era latino, não como todos --
em seu caso não como todos os
mexicano-americanos,
sabia tudo o que se tem para saber
sobre pacientes mexicano-americanos.
Não era isso.
Mas ele poderia ser um recurso
para a enfermeira afro-americana
naquele momento
que não sentiu que precisava, de novo,
porque ela havia comprado
essa noção de competência,
de competência cultural.
A distinção entre humildade cultural
e competência cultural era que
estávamos em um processo
e um relacionamento que tinha
muitas outras camadas,
e que nós estávamos desconfortáveis
com o termo competência
de um jeito que eu acho
que as pessoas entendem bem.
E isso implica especialmente
para pessoas provedoras
e treinadas academicamente
que então você é conhecedor e poderoso.
E sentimos que não era isso
que estava acontecendo conosco
enquanto estávamos aprendendo
sobre comunidade e entendendo,
na pratica, como as famílias estavam
vindo para o hospital e sentindo
que não estavam sendo ouvidas
na sua própria herança histórica,
e como isso impacta o que
os trouxe ao hospital,
sobre o que nós não sabíamos nada,
não tínhamos nenhuma ideia.
Para nós isso é parte da peça
da humildade,
entender aquilo.
Não tentando te humilhar,
não tentando fazer você se sentir mal,
tentando ajudar todos a entenderem
que a vida é assim.
E que você está muito feliz,
até certo ponto,
por não saber.
Em abril de 1992,
no começo dos protestos em
Los Angeles, por causa do veredito inicial
de inocência dos policiais acusados
de bater no Sr. King,
a comunidade aberta do Hospital das
Crianças foi compelido
a ter uma série de reuniões difíceis
para expor
e criticar nossos próprios padrões de
racismo institucional,
injustiça e desigualdade.
Meu nome é Dra. Melaine Tervalon,
e sou Diretora de Assuntos Multiculturais
aqui no Hospital de Crianças
de Oakland.
Quero agradecer a todos por virem
para o que é, para mim,
uma celebração deste ano.
Jann e eu tivemos sorte de estarmos juntas
no mesmo lugar quando este trabalho
estava sendo desenvolvido.
Jann e eu mesmo tendo idades
muito diferentes,
somos mulheres afro-americanas.
E nós duas fomos criadas por mulheres
que eram professoras.
E nós viemos -- e pais que trabalhavam,
nós viemos daquela tradição sulista
de participar ativamente de movimentos
dos direitos civis
de uma forma que significava fazer
sacrifícios
e seus filhos faziam sacrifícios,
e eles nos ensinaram
sobre esses sacrifícios e
nos criaram de forma que entendêssemos
que estamos aqui para servir.
[Música]
Patty.
Oi.
Como você está?
Tudo bem?
É bom vê-la.
É bom vê-lo também.
Já faz bastante tempo.
Sim, eu sei.
Como você tem passado?
Muito bem.
Que bom. Obrigada por me receber.
Estou investida nas crianças
e naquela população
porque estive lá por muito,
muito tempo.
Desde que eramos residentes.
E estou vendo a segunda geração
de famílias agora.
O programa de currículo multicultural
realmente começou
em 91 - 92 como um piloto.
Quando era Rodney King,
Achei que era 90 --
Foi provocado em 92.
92, sim.
O incidente Rodney King, que
as pessoas viram do mundo inteiro,
significou realmente para o hospital
que começamos
a falar novamente sobre o que chamamos
de nosso privado
Rodney King.
As circunstâncias em que as famílias
sentiram
que não estavam sendo cuidadas
de um jeito respeitoso.
Era grande parte do nosso trabalho,
ter certeza que estávamos cumprindo
os princípios
que foram claramente estabelecidos
através das conversas no hospital.