WEBVTT 00:00:12.000 --> 00:00:18.000 Não há nada comparado à exaltação, aos fardos a levantarem-se e as restrições a fugir... 00:00:18.000 --> 00:00:21.000 ...que eu sinto quando saio de uma loja com os seus produtos nos meus bolsos. 00:00:46.000 --> 00:00:49.000 Num mundo onde tudo já pertence a qualquer pessoa... 00:00:49.000 --> 00:00:55.000 ...onde esperam que eu venda a minha vida a trabalhar para conseguir o dinheiro para pagar o mínimo da minha sobrevivência. 00:00:55.000 --> 00:00:58.000 Onde me rodeiam forças para além do meu controle ou compreensão... 00:00:58.000 --> 00:01:01.000 ...que obviamente não estão preocupadas com as minhas necessidades ou bem-estar. 00:01:01.000 --> 00:01:04.000 É uma forma de escavar um pouco do mundo para mim... 00:01:04.000 --> 00:01:06.000 ...de devolver na mesma moeda ao mundo o que ele me dá a mim. 00:01:06.000 --> 00:01:10.000 É uma sensação completamente diferente à que sinto quando compro alguma coisa. 00:01:10.000 --> 00:01:13.000 Quando pago algo estou a fazer uma troca. 00:01:13.000 --> 00:01:17.000 Estou a oferecer o dinheiro que comprei com o meu trabalho, o meu tempo e a minha creatividade... 00:01:17.000 --> 00:01:20.000 por um produto ou serviço que uma corporação nunca partilharia comigo. 00:01:20.000 --> 00:01:23.000 Num sentido, temos uma relação baseada na violência. 00:01:23.000 --> 00:01:27.000 Negociamos uma troca, sem consideração por ambas as partes... 00:01:27.000 --> 00:01:30.000 ...mas considerando a diferença de forças entre ambos. 00:01:31.000 --> 00:01:33.000 Tudo muda quando roubo. 00:01:33.000 --> 00:01:38.000 Já não estou a negociar com entidades sem rosto e desumanas que não têm consideração pelo meu bem estar. 00:01:38.000 --> 00:01:41.000 Em vez disso estou a levar o que preciso sem abdicar de nada. 00:01:41.000 --> 00:01:44.000 Já não sinto que estou a ser coagida para uma troca... 00:01:44.000 --> 00:01:48.000 ... e já não sinto como se não controlasse o mundo que me quer reger a minha vida. 00:01:48.000 --> 00:01:52.000 Já não tenho de me preocupar se o prazer que eu ganho de um livro comprado... 00:01:52.000 --> 00:01:56.000 ... equivale às duas horas de trabalho que me custariam para o poder pagar. 00:01:56.000 --> 00:02:01.000 Esta e outras formas de roubar em lojas fazem-me sentir livre e empoderada. 00:02:39.000 --> 00:02:41.000 "Deixou cair algo." 00:02:44.000 --> 00:02:45.000 "Obrigada" 00:02:45.000 --> 00:02:48.000 "Obrigado." 00:03:14.000 --> 00:03:17.000 Quem rouba ganha o seu prémio ao correr riscos. 00:03:17.000 --> 00:03:20.000 E não trocando um pouco da sua vida por isso. 00:03:20.000 --> 00:03:23.000 A vida para ela não é algo que tenha de ser vendido por sete ou oito dólares por hora... 00:03:23.000 --> 00:03:25.000 ... em troca de sobrevivência. 00:03:25.000 --> 00:03:28.000 É algo que é dela porque ela agarra-o para ela... 00:03:28.000 --> 00:03:30.000 ...porque ela o exige. 00:03:30.000 --> 00:03:33.000 Roubar lojas é a negação da economia de permutas. 00:03:33.000 --> 00:03:36.000 É a negação de que um valor monetário pode ser adicionado a tudo. 00:03:58.000 --> 00:03:59.000 "Então?" 00:03:59.000 --> 00:04:01.000 "Portou-se bem?" 00:04:01.000 --> 00:04:02.000 "Muito bem." 00:04:02.000 --> 00:04:03.000 "Olá Amor." 00:04:03.000 --> 00:04:05.000 "Fartámo-nos de curtir, não?"