Lembro que a primeira vez foi quando eu tinha sete anos

nós fomos para uma orquestra militar, tinha uma banda

e lá tinha um senhor muito engraçado tocando trompete

ele tinha um rosto engraçado

Então eu peguei minha pasta e comecei a desenhá-lo

nesse dia, todos os meus amigos começaram a admirar os meus desenhos

e eu gostei da idéia.

Eu cheguei em Buenos Aires no ano de 2004

Tinha 15 pesos e a passagem

Comprei a passagem com o dinheiro que ganhei desenhando

Bom, quando cheguei, dormi dois dias na rua

e graças a pessoas que conheci em festas

Eu consegui um emprego lavando pratos e entregando jornais

e com isso pude pagar a faculdade.

e ali entre nas artes um pouco mais

sempre estava praticando desenhos

e em três anos eu estava participando de exibições

comecei a fazer intervenções na rua com grafites

com sprays

foi dois anos atrás

Minha vida foi mais como uma aventura

Digo, conhecer tanto a rua

viver como um fantasma

e de repente conhecer tanta gente

e me sentir tão confortável em um lugar como Buenos Aires

que é uma cidade para artistas, designers, cineastas

uma cidade muito atrativa e bonita

Para mim as ruas dão uma sensação de que as pessoas

admiram muito mais um grafite, sem saber de arte,

do que indo a uma exibição e acredito que nas ruas

basicamente as pessoas e a cinemática das ruas fazem

com que isso seja mais rico e eleve um pouco mais a obra

As pessoas devem lutar na vida

para poder enxergar as coisas

Ou seja, acredito que basicamente, nós seres humanos vivemos de golpes

desde quando somos adolescentes

já vamos nos conhecendo e desenvolvento através

das dores e das mudanças, que provocam que as pessoas sejam diferentes

que tenhamos diferentes pontos de vista

O que a aconteceu comigo me serviu muito para conhecer mais gente

e quando possível ajudá-los, e vice-e-versa

E como aprendizagem de vida, acredito que não exista nada mais importante

do que acreditar nas pessoas

Além dos erros, sentir-se algo concreto e amar as pessoas

porque a vida funciona desse jeito, e a arte também

a arte é a única política que não possui bandeira